Caro irmão,
(1865-1943) Nasceu no distrito de Başkale, em Van. Seu pai era Seyyid Mustafa Efendi. Sua linhagem materna remonta a Abdülkâdir-i Geylânî. Quando Hulagu invadiu Bagdá (1258), seus ancestrais migraram para Mossul, depois para Urfa e Bitlis, e de lá para o Egito. O filho mais velho da família, Molla Muhammed, algum tempo depois foi para Van e fundou uma aldeia entre as altas montanhas ao sul da cidade, construindo ali um grande convento e uma mesquita de dois andares, a que deu o nome de Arvas. A família, que pertencia à ordem Qadiriyya e era conhecida como tal, continuou sua existência por seiscentos e cinquenta anos até os dias de hoje.
Ele estudou o ensino fundamental e secundário em Başkale. Posteriormente, obteve licenças de estudiosos renomados em várias regiões do Iraque e retornou a Başkale (1882). Com a fortuna que herdou, construiu uma medrese e fundou uma rica biblioteca. Ensinou nessa medrese por quase vinte anos. Em 1880, recebeu a khilafah (autorização para ensinar e transmitir a tradição) da ordem Naqshbandiyya, Kubrawiyya e outras ordens de Seyyid Fehim, um dos sheikhs da ordem Khalidiya, à qual se afiliou em 1880 (1889). A linhagem da ordem, por meio de Seyyid Fehim e Seyyid Taha, remonta ao fundador da ramificação Khalidiya da Naqshbandiyya.
No início da Primeira Guerra Mundial, Abdülhakim Arvâsî, juntamente com sua família de cento e cinquenta pessoas, foi obrigado a mudar-se para um lugar mais seguro, por ordem do governo, devido à invasão de Başkale pelos russos e ao início do saque dos bens da população muçulmana pelos armênios armados. Partindo para Bagdá, a família chegou a Mossul pela rota Revândiz-Erbil. Permaneceram lá por quase dois anos, mas com a ocupação de Bagdá pelos ingleses, não puderam ir para lá e, com sessenta e seis sobreviventes de sua família, foram para Adana. Preocupados com a possibilidade de Adana também cair nas mãos inimigas, mudaram-se para Eskişehir. Em abril de 1919, chegaram a Istambul. Após um período hospedados na Yazılı Medrese, em Eyüp, pela Direção de Assuntos Religiosos (Evkaf Nezâreti), foi nomeado sheik do Dergâh Kâşgari, também em Eyüp (outubro de 1919). Lecionou história do sufismo na Medresetü’l-mütehassisîn. Além da função de sheik do Dergâh, também recebeu a função de imam e pregador da Mesquita Kâşgari.
Ele continuou nessas funções até que os conventos foram fechados. Mais tarde, abandonou as atividades da ordem e se dedicou a conversas sufistas no edifício do convento, que havia transformado em casa. Foi preso por ser considerado relacionado ao incidente de Menemen (dezembro de 1930) e enviado a Menemen. No entanto, ficou claro que ele não estava envolvido no incidente. Ele recebeu um sobrenome quando a lei de sobrenomes foi aprovada.
Ele deu aulas na Mesquita Ağa de Beyoğlu e na Mesquita Beyazıt. O fato de Necip Fazıl Kısakürek, um importante intelectual e artista do período republicano, tê-lo conhecido e ter conversado com ele, permitiu que ele se tornasse conhecido em círculos intelectuais. Em setembro de 1943, por ordem do estado de sítio, foi enviado a Esmirna. Algum tempo depois, foi autorizado a ir a Ancara. Seu túmulo está no Cemitério Bağlum, em Ancara.
1. Rûbıta-i Şerife; com o acréscimo de “Uma carta que explica os preceitos da ordem Naqshbandiyya para iniciantes”, 2ª edição, Istambul 1342. A obra, que fornece informações concisas sobre a essência e a aplicação da Râbıta, foi simplificada e publicada por Necip Fazıl Kısakürek.
2. er-Riyâzü’t-tasavvufiyye; Esta obra, que fornece informações sobre Sufismo, história do Sufismo e sua terminologia, foi escrita enquanto ele lecionava na Medresetü’l-mütehassisînde. A obra foi simplificada e publicada por Necip Fazıl Kısakürek com o título de “Jardins do Sufismo”. Além dessas duas obras, as cartas que ele escreveu em resposta às perguntas que lhe foram feitas sobre assuntos sufistas e religiosos estão contidas no livro Tam İlmihal-Seâdet-i Ebediyye.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas
