Você poderia me dar informações sobre o estado de estar entre o medo e a esperança?

Detalhes da Pergunta

– Quando leio a tradução do Alcorão para o turco, e ele descreve os tipos de pessoas e as ações que Deus não aprova, fico com medo e me pergunto: “Será que eu também tenho essas ações e características?”

– Para um crente, essa situação, ou seja, sentir medo ao ler o Alcorão, é algo bom ou algo ruim?

Resposta

Caro irmão,


Assim como o Alcorão contém versículos que anunciam boas novas aos crentes e aos que praticam boas ações, também contém versículos que aterrorizam os incrédulos e aqueles que vivem em um pântano de pecado.

Até que as pessoas pratiquem boas ações e se abstenham do que é proibido.

O ser humano deve estar entre o medo e a esperança. Não deve se desesperar ao olhar para seus pecados, nem se considerar salvo ao confiar em suas boas ações. Deve permanecer na fé e na obediência a Deus até o fim de sua vida.


O fato de uma pessoa lembrar constantemente do inferno e controlar suas ações de acordo com isso é um sinal de sua perfeição.

Mas lembrar-se do inferno deve ser feito sem transformar a própria vida em veneno e sem chegar a um ponto em que se perca a esperança em Deus. Assim, a pessoa a cada passo que dá…



“Será que este meu passo me levará ao inferno?”

Isso também garantirá que esteja em conformidade com uma contabilidade adequada.


Deus não criou algumas pessoas para o inferno. Ao contrário, Ele criou o inferno para algumas pessoas.



Por exemplo, um estado constrói uma prisão, mas não a constrói para que fulano e fulano sejam aprisionados. Ele a constrói para abrigar quem a merece. Da mesma forma, Deus construiu o inferno para aqueles que o merecem. Senão…

“Dizer que preparei o inferno para fulano de tal”

Isso não condiz com a justiça e a sabedoria de Deus. Porque, se essas pessoas nunca mereceram o inferno, teriam o direito de protestar.

O nome do inferno assusta muitas pessoas; e assim deve ser. Mas, como não sabemos quem irá para o inferno e quem para o céu, devemos estar sempre vigilantes.


Estar entre a esperança e o medo é um equilíbrio necessário para todo ser humano.

Porque, por mais muçulmanos que sejamos, ainda é possível morrermos sem fé e ir para o inferno. Por mais pecadores que vivamos, no final, Deus concede o arrependimento, e podemos partir com fé e ir para o paraíso.

A seguinte frase de Omar também é muito relevante para este assunto:


“Se dissessem: ‘Todos os homens, exceto um, irão para o paraíso’, eu pensaria que esse um poderia ser eu; tanto temo o castigo e a ira de Deus. Se dissessem: ‘Todos os homens, exceto um, irão para o inferno’, eu pensaria que esse um poderia ser eu; tanto espero a misericórdia de Deus.”




(Kenzü’l-ummal, 12/620, nº: 35916)

A fé do muçulmano

“Medo e Esperança”


medo e esperança

Deve haver um equilíbrio entre os dois. Ninguém pode ter certeza de escapar do castigo de Deus. No entanto, eles esperam o paraíso, buscando refúgio na misericórdia em vez da ira, na graça em vez do castigo. Nós também devemos manter esse equilíbrio. Devemos realizar nossos rituais religiosos corretamente e esperar que Deus nos inclua na lista dos habitantes do paraíso.

O ser humano foi criado com a capacidade de fazer tanto o bem quanto o mal. Por isso, ele pode cometer pecados, por vontade própria ou sem querer, de tempos em tempos. A respeito disso, o Alcorão diz:


“Allah perdoa os pecados de quem quer, exceto daquele que lhe atribui sócios…”


(Al-Nisa, 4/48 e 116)

ao dizer isso, ele está declarando que pode perdoar qualquer pecado.

Nossos livros também afirmam que o arrependimento sincero e de coração será aceito por Deus. De fato, Deus, o Altíssimo,


“Ó crentes, arrependei-vos com arrependimento sincero, para que Deus perdoe vossos pecados e vos introduza em jardins pelos quais correm rios.”


(Al-Tahrim, 66/8)

dizendo que os arrependimentos feitos serão aceitos.

Se o arrependimento (nasuh) mencionado no versículo é o arrependimento verdadeiro, então é assim:


1.

Reconhecer ter cometido um pecado contra Deus, buscar refúgio em Deus por causa desse pecado e se arrepender.


2.

Sentir remorses por ter cometido esse crime, estar angustiado na consciência por ter cometido tal pecado contra o Criador.


3.

Estar decidido a não cometer mais um crime como esse.


4.

Se se trata de um direito de outrem, é preciso pedir perdão a essa pessoa.

Em um hadith, nosso Profeta (que a paz esteja com ele) disse o seguinte:


“O arrependimento sincero é aquele em que:

– Arrependimento pelos pecados.

– Cumprir os rituais religiosos obrigatórios.

– Não praticar opressão e hostilidade.

– Reconciliar-se com aqueles com quem se está magoado ou desentendido.

– Decidir nunca mais voltar a cometer aquele pecado.”

(ver Kenzü’l-Ummal, II, 3808)

Se, Deus quiser, cumprirmos essas condições, teremos esperança de que Deus aceite nosso arrependimento. No entanto, o homem deve sempre estar em estado de temor e esperança. Nem podemos nos orgulhar de nossas práticas religiosas, nem podemos cair na desesperança por causa de nossos pecados. Dizer “Estou muito bem, resolvi tudo” é tão errado quanto…

“Eu estou acabado, Deus não me aceitará.”

dizer isso também está errado.


Além disso, reconhecer o erro, arrepender-se e refugiar-se em Deus também é uma grande forma de adoração.

Clique aqui para mais informações:


– “Havf e reca”

(medo e esperança)

O que significa “estar entre”?


Com saudações e bênçãos…

O Islamismo em Perguntas e Respostas

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