– Sabemos o que é a existência. Mas a inexistência existe realmente? Será que algo assim é possível?
– Então, existia um lugar onde não havia nem corda, nem átomo, nem nada disso?
– Como surgiu essa teoria das cordas, também conhecida como a teoria de tudo?
– Se o nada realmente existe, como surgiu a corda?
Caro irmão,
Sem a criação e a administração das entidades do universo atribuídas a Deus, é impossível compreender a existência e a essência de qualquer coisa. Ou seja, é impossível explicar a existência e a essência do universo sem Deus.
Atualmente, a filosofia positivista, ao excluir Deus, tenta explicar a existência das coisas por meio de causas e coincidências. Isso é impossível, pois as causas também são criadas.
Se existe uma obra, certamente haverá um mestre. Negar ou ignorar o mestre de uma construção o aniquila? Atribuir a construção e a maestria daquela construção ao cimento, ferro e tijolos que a compõem é algo lógico e razoável?
É isso que a filosofia positivista faz. Ela considera as obras dentro da estrutura do universo como obras-primas, ou seja, afirma que os átomos e as partículas subatômicas formam o universo.
As obras realizadas tornam necessário um Criador vivo, com conhecimento infinito, vontade ilimitada e poder ilimitado.
Nas coisas que eles consideram ou alegam como causa;
– Existe vida? Não.
– Existe vontade? Não.
– Existe poder? Não.
– Existe conhecimento? Não.
Portanto, o dono do universo é Alá, que possui todas essas qualidades e muito mais.
Quando se considera o universo como obra de Deus, é possível fornecer qualquer explicação lógica para a ocorrência dos seres.
Imagine agora que você tem em mãos uma balança de duas tigelas, muito precisa, capaz de medir o peso atômico. Essa balança também pode pesar pesos muito grandes. Se você colocar um átomo de oxigênio em uma tigela e outro átomo de oxigênio na outra, a balança estará em equilíbrio. Se você adicionar mais um átomo de oxigênio a uma das tigelas, o equilíbrio se deslocará para o lado onde o átomo foi adicionado, uma tigela descendo e a outra subindo. Se você colocar um sol em uma tigela e outro sol na outra, a balança também estará em equilíbrio. Um átomo de oxigênio adicional em uma das tigelas fará com que uma tigela desça e a outra suba. Portanto, mesmo com a balança em equilíbrio, um átomo desequilibra a balança. O tamanho do objeto pesado não importa. No primeiro caso, um átomo é pesado, no segundo, um sol. Mas em ambos os casos, um átomo adicional pode desequilibrá-los.
Esta balança representa, de um lado, o reino da não-existência e, do outro, o reino da existência. Quando Deus quer criar algo, Sua vontade se manifesta no lado da existência, e então, da não-existência, a coisa surge para o reino da existência. A magnitude e a quantidade da coisa a ser criada não importam. Seja um átomo de oxigênio ou um sol, a coisa a ser criada manifesta-se do reino da não-existência para o reino da existência com a mesma vontade.
Assim como um comandante faz um soldado marchar com um comando, ele também faz marchar um milhão de soldados com o mesmo comando. Assim, a manifestação da vontade de Deus no universo se dá por meio de um comando; seja um átomo ou o universo infinito, tudo é criado com o mesmo comando.
Deus estabeleceu uma série de leis e princípios na criação das coisas, e atribuiu a ocorrência delas a certas causas.
É a ciência que investigará como e sob quais razões cada ser foi criado. É impossível que todos conheçam essas razões. Porque assim como o conhecimento de Deus é infinito, a manifestação de Seus nomes nas criaturas também é infinita.
Por exemplo, hoje, a formação da primeira entidade no universo é tentada a ser explicada pela teoria atômica e da corda, mas amanhã talvez essa estrutura seja explicada pela teoria da corda, da manta ou da fita. De fato, a visão atomista está em pauta desde os primórdios, ou seja, há aproximadamente mil anos antes de Cristo e três mil anos antes de hoje. De acordo com a visão atomista, não há intervenção consciente ou criador no universo. Tudo acontece por meio de relações de causa e efeito e por coincidências.
Os cientistas continuarão a investigar as relações de causa e efeito e a sabedoria da criação dos seres até o fim dos tempos.
Alguns cientistas, por olharem para o universo com óculos de negação, descartarão a existência de Deus, enquanto outros verão este universo como obra de Deus e interpretarão os conhecimentos científicos de acordo com essa perspectiva.
Assim tem sido desde a criação do primeiro homem, e assim continuará até o fim dos tempos. Portanto, é absurdo que aqueles que não pesquisaram sobre o assunto falem sobre isso.
O que o Alcorão ensina é que tudo, desde átomos até galáxias, é obra de Deus, que o universo foi colocado à disposição do homem, que o homem recebeu certas responsabilidades e que, dependendo de cumprir ou não essas responsabilidades, ele será punido ou recompensado na outra vida.
Portanto, devemos deixar a investigação das verdades mais intrincadas dessas questões para os cientistas e concentrar-nos na tarefa principal que Deus nos incumbiu. Caso contrário, aqueles que seguem os caminhos tortuosos, guiados pelos pensamentos dos adeptos da filosofia ateísta e positivista, podem se afogar nos pântanos dos desvios da negação e partir para a outra vida como inimigos de Deus.
Nenhuma teoria, seja a da corda, da fita, da corda de arame ou da manta, pode salvar alguém que vai para o além-mundo dessa maneira.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas