– No versículo 58 da Sura An-Nur
“as escravas que estão sob o domínio de vossas mãos, isto é, as que vós possuís, devem pedir permissão em três ocasiões”
diz; mas este versículo não contradiz o versículo 6 da Sura Al-Mu’min?
– Se o versículo 6 da Sura Al-Mu’min afirma que uma pessoa não é condenada por ter relações sexuais com suas esposas e escravas, por que o versículo 58 da Sura An-Nur não permite que as escravas vejam a pessoa nua, exceto as esposas? Não é uma contradição?
– O homem já vive como marido e esposa com a concubina. Se ele tem relações sexuais com sua concubina, se ele pode ter relações sexuais com a concubina nesses três momentos, essa permissão não seria absurda? Se a concubina é sua intimidade, essa proibição não seria absurda?
– Se observarmos atentamente, o versículo 58 da Surata An-Nur exclui as esposas dessa permissão, pois elas podem ter relações sexuais com seus maridos a qualquer momento. Se a escrava for sua parente próxima, ela pode entrar sem permissão, pois está tendo relações sexuais com seu parente próximo. Alguns, com base neste versículo, afirmam que não se pode ter relações sexuais com uma escrava sem casamento, pois se o versículo 58 da Surata An-Nur indica parentes próximos, exceto as esposas, então a escrava não pode ser parente próxima. Isso contradiz a afirmação, presente em interpretações clássicas, de que se pode ter relações sexuais com uma escrava sem casamento. O versículo 58 da Surata An-Nur afirma que somente as esposas podem ver uma pessoa nua; se a escrava não pode, então ela não é parente próxima e não se pode ter relações sexuais com ela. Isso contradiz o versículo 6 da Surata Al-Mu’min.
– Poderia nos explicar?
Caro irmão,
A regra contida no versículo 58 da Sura An-Nur é geralmente
onde o marido e a esposa estão juntos e a sós, e onde muitas vezes as partes íntimas podem estar expostas
pertence a três períodos de tempo.
– A maioria dos estudiosos afirma que os escravos mencionados neste versículo referem-se tanto a escravas quanto a escravos. De acordo com essa interpretação, se o escravo que entra for homem, não é permitido que ele veja as partes íntimas dos homens, conforme especificado nos livros de jurisprudência islâmica. Se o escravo que entra for homem e a mulher em questão for uma senhora, é ainda mais importante que suas partes íntimas não sejam vistas.
– Se a empregada doméstica que entra for mulher, ela também não deve ver certas partes do corpo da senhora.
– No entanto, de acordo com alguns estudiosos, o significado literal deste versículo é:
“que pertencem à mão direita de vocês”
a referência é apenas aos escravos homens. O versículo se refere aos escravos.
“yeste’zin”
como um verbo,
“com as mãos”
O pronome também é usado exclusivamente para homens. Essa clara preferência de uso no versículo apoia essa opinião.
Há até uma versão que conta que um escravo foi chamado para chamar o Profeta Omar e viu sua intimidade exposta naquele momento. O Profeta Omar então orou para que os escravos não entrassem sem permissão nesses momentos, e foi então que este versículo foi revelado.
(ver Taberi, Razi, Ibn Kathir, Ibn Ashur, comentários sobre o versículo em questão)
– Outros estudiosos, no entanto, afirmam que, embora o estilo de expressão neste versículo seja…
homens
mesmo que seja para isso
– de acordo com a arte da taqlib –
escravas
incluindo-os. Nesse caso, além das mulheres, também havia escravos homens. Nessas três ocasiões, de acordo com os costumes da Arábia da época, as pessoas descansavam em suas casas, e os casais podiam dormir juntos nas camas.
Portanto, assim como não é permitido que escravos homens vejam as partes íntimas de suas senhoras, também não é permitido que os senhores homens vejam certas partes do corpo de suas escravas. Se for uma mulher que entrar, embora seja permitido que ela olhe para o homem, não é permitido que ela veja certas partes do corpo da senhora.
– Segundo alguns estudiosos, os comandos deste versículo indicam uma recomendação, não uma obrigação. Ou seja, ensina-se aqui um método específico de educação. Assim como a obrigação dos pais de fazerem seus filhos de sete anos rezarem é uma sunna (tradição), os pontos abordados aqui também se referem a uma educação do tipo sunna.
(ver Taberi, Razi, Ibn Kathir, Ibn Ashur, ay)
– Existem lugares que as crianças não devem ver de seus pais. Estes são explicados em fontes de jurisprudência islâmica. A própria concubina não deve ver os lugares que seus filhos não devem ver.
(para a senhora)
e do escravo
(tanto para senhores quanto para senhoras)
Existem partes do corpo que não devem ser vistas. Para evitar isso, a permissão é exigida nesses três momentos.
Portanto, não há contradição entre este versículo e o versículo 6 da Sura Al-Mu’minun.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas