– Deus nos criou para nos testar e para que O sirvamos. Deus, contudo, sabe e vê tudo; nada pode acontecer sem a Sua permissão…
Caro irmão,
Deus também criou os anjos, que não têm a capacidade de pecar, e os animais, que não são responsáveis por seus atos.
Além dessas duas criaturas, ele criou o homem, que tem a capacidade de ser tão perfeito quanto os anjos, mas também tão mau quanto os animais irracionais.
Isso deu ao homem tanto a tendência de cometer pecados quanto a capacidade de praticar o bem. Se o homem superar a tendência de cometer pecados, inerente à sua natureza, e se voltar para o bem, ele ascenderá a um nível que até mesmo os anjos superarão. Ou seja, os anjos são seres que não cometem pecados. Se a natureza humana também não tivesse a tendência de cometer pecados, então não haveria diferença entre eles e os anjos em termos de essência.
O ser humano foi criado com a capacidade de praticar tanto o bem quanto o mal. Isso é necessário para a prova. O ser humano não foi criado com a capacidade de praticar apenas o bem, como os anjos. Por esse motivo, o ser humano que usa sua vontade para praticar o bem é superior aos anjos.
Deus deu ao homem os meios para distinguir o bem do mal.
Ele também concedeu a liberdade de escolha. Assim como a habilidade de manobra de um passarinho aumenta quando um falcão o persegue, o fato de o ego perseguir o homem é o que o leva a progredir espiritualmente. Se não houvesse fatores que incitassem o homem ao mal, seu status seria fixo como o dos anjos. O fato de o ego e o diabo perseguirem o homem o submetem a uma prova, e se ele usar sua vontade corretamente, ele alcança um status superior ao dos anjos.
Embora existam fatores que incitem o homem ao mal, eles não têm poder de obrigação sobre a vontade humana. O homem faz sua escolha por livre arbítrio. Nenhum fator pode restringir a vontade do homem em relação ao bem.
Existem fatores que incitam o homem tanto ao bem quanto ao mal. No entanto, se o homem, usando sua própria vontade, rejeitar os fatores que o incitam ao bem e se entregar ao mal, isso não significa que os fatores que o incitam ao mal tenham subjugado a vontade daquele homem.
Imagine um prédio onde o andar superior está repleto de bênçãos e o porão, de instrumentos de tortura, e que uma pessoa está dentro do elevador desse prédio. Essa pessoa, que já foi informada sobre as características do prédio, ao apertar o botão do andar superior, receberá uma bênção; ao apertar o botão do porão, sofrerá um castigo.
Aqui, a única coisa que a vontade faz é decidir qual botão pressionar e tomar a iniciativa. O elevador, no entanto, move-se de acordo com leis físicas e mecânicas específicas, e não com a força e a vontade da pessoa. Ou seja, assim como a pessoa não sobe para o andar superior por sua própria força, também não desce para o andar inferior por sua própria força. No entanto, a determinação de para onde o elevador irá é deixada à vontade da pessoa que está dentro.
Todas as ações que um indivíduo realiza por livre vontade podem ser avaliadas por essa medida.
Por exemplo, Deus declarou aos homens que ir a um bar é haram (proibido), enquanto ir a uma mesquita é virtuoso. O corpo humano, por sua vez, é capaz de ir a ambos os lugares, como o elevador no exemplo, por meio de sua própria vontade.
Assim como nas atividades do universo, nas atividades do corpo humano a vontade humana não está envolvida, e o corpo humano se move de acordo com leis divinas chamadas de leis universais. No entanto, a determinação de para onde ele irá é deixada à vontade e à escolha do indivíduo. Aonde quer que ele aperte o botão, ou seja, para onde quer que ele queira ir, o corpo se move para lá, e, portanto, a recompensa ou punição do lugar para onde ele vai pertence a essa pessoa.
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– Por que o ser humano foi dotado da faculdade da vontade e como essa faculdade deve ser usada?
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas