Caro irmão,
Em sufismo, a doutrina que defende a unidade da existência. Sistematizada por Muhyiddin Ibn Arabi, a doutrina é baseada apenas na necessidade da existência de Deus. Considerada pelos sufi que a adotam como a interpretação mais elevada da teologia (tawhid), a doutrina é considerada por outros sufi como um equívoco decorrente de permanecer no estado de fenâ (aniquilação).
Alguns desses caminhos são mais curtos e brilhantes do que outros. Mas, sem dúvida, o caminho mais curto e brilhante que leva a Deus entre todos esses caminhos é o caminho iluminado traçado pelo Profeta Maomé (que a paz seja com ele). Bediuzzaman, que afirma que, mesmo entre as ordens sufistas, aquelas que seguem a sunna do Profeta são mais brilhantes e grandiosas, destaca a importância da sunna para seguir o caminho certo com as seguintes palavras:
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Todas as dúvidas que surgem na busca dos caminhos espirituais são dissipadas pela Sunna (tradição do Profeta Maomé), e o homem, assim, sente uma paz e tranquilidade interior. Os caminhos sufistas seguidos pelas ordens sufistas são corretos e verdadeiros na medida em que seguem a Sunna do Profeta Maomé. Seu valor depende de sua conformidade e ação de acordo com a Sunna. De fato, Imam Rabbani expressa essa verdade claramente.2
Assim, as opiniões dos membros da sufismo, que se resumem a duas vertentes, devem ser consideradas dentro desse contexto. Não se pode dizer que os membros de ambas as vertentes negam completamente a existência. No entanto, eles consideram a existência como algo imaginário. Eles dizem isso porque a existência das coisas é muito tênue em comparação com a existência de Deus. Eles não querem atribuir valor de existência às coisas possíveis, ou seja, às criações de Deus. Ibn Arabi, inclusive, afirma que todas as coisas além de Deus são possíveis e que a existência dessas coisas possíveis é ilusória. Assim, ele vê a existência como uma sombra.3
Essa profissão, expressa com o “İşte”, não é a de Bediüzzaman.
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Portanto, as coisas têm verdades fixas. Elas não eram ilusões ou fantasias.
A profissão que diz isso, para alcançar a paz completa, não nega totalmente a existência das coisas, mas coloca uma cortina sobre elas, não querê-las ver. Porque acredita que elas impedem a paz espiritual. A diferença entre essas e as do primeiro grupo é que elas não consideram a existência como inexistente. Existe, mas não querem ver porque acreditam que há uma cortina.
Contudo, a via mais ampla que o Alcorão e a Sunna abrem a todos não é negar ou esquecer a existência das coisas, mas sim vê-las como manifestações dos nomes de Deus, ler o selo divino em cada ser, e assim alcançar o verdadeiro monoteísmo. Os versículos do Alcorão que ordenam a reflexão sobre as coisas também mostram claramente este caminho.
Para ilustrar a diferença entre aqueles que dizem “com” e aqueles que dizem “e”, gostaríamos de acrescentar, além das declarações acima, o exemplo dado por Imam Rabbani. Segundo ele, o primeiro grupo não conhece nenhuma existência além da essência de Deus. O segundo grupo, por outro lado, conhece uma existência além de Deus, mas não a vê. Bediuzzaman, que não considera suficientes as opiniões de teologia de ambos os grupos, explica isso com o seguinte exemplo:
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Após essas declarações, Imam Rabbani explica que negar a existência das coisas não é compatível com a Sunna e que há um inconveniente nisso. No entanto, ele afirma que apenas ver é algo que não representa perigo. Segundo ele, ao dizer “Hallac-ı Mansur”, ele se refere ao significado. Essa expressão expressa a aniquilação de todo o universo da existência, ficando apenas na existência de Deus.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas