Caro irmão,
Do Senhor do Universo
A alma bendita, após um período de seis meses marcado por sonhos fiéis, buscava completa solidão. Afastar-se da sociedade, ficar a sós com seus pensamentos, era seu maior desejo… Porque sua alma estava cansada da imoralidade, da opressão e da escuridão da sociedade em que vivia.
A solidão parecia-lhe ter sido imposta. Tanto que, ele poderia renunciar a tudo, mas nunca poderia renunciar a ficar sozinho, longe das pessoas, a sós com o universo e seu próprio mundo de reflexão. Por esse motivo, parecia que ele não ficava muito tempo em Meca e sempre escolhia lugares isolados, longe das pessoas, onde se entregava à reflexão particular.
E, durante essa solidão, ele questionava a montanha, a pedra, a terra, o céu, o porquê da criação do universo, o motivo do envio dos homens a este mundo, seus propósitos e objetivos. Contudo, nem as rochas de Hirá, nem os desertos imensos, nem o sol, lâmpada do mundo diurno, nem a lua, candelabro do mundo noturno, nem as estrelas brilhantes, nem as nuvens que passavam, podiam responder a suas perguntas. E ele passava suas noites e dias na admiração por não encontrar resposta a essas questões.
Sim, a alma abençoada do Profeta do Universo, aparentemente, desejava a solidão. Na verdade, porém, carregava em seu íntimo o desejo de se comunicar com o Criador do Universo, Deus. Era o desejo de alcançar a existência eterna na solidão.
Este estado foi observado, em maior ou menor grau, na vida de quase todos os profetas pouco antes de receberem a revelação. Moisés, antes de sua profecia, passou quarenta dias no Monte Tôr, longe do mundo, em jejum. Jesus também passou quarenta dias em uma floresta tranquila, longe de tudo, dedicado à adoração.1
1. Seyyid Süleyman Nedvî, Asr-ı Saadet, Tradução: Ali Genceli, 1:44-45.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas