Qual é a verdade por trás do incidente de Halid ibn al-Walid e Malik ibn Nuwayra?

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Caro irmão,

Uma das que se autoproclamou profeta durante o califado de Abu Bakr foi Secah, da tribo de Banu Tamim. Ao se declarar profeta, Secah ganhou muitos seguidores, incluindo sua própria tribo e os filhos de Talib. Logo, Secah marchou para o sul, rumo a Yamama, e casou-se com outro falso profeta, confirmando também a profecia dele.

Com a adesão dele a Secah, sua tribo também se juntou a ele. Quando Secah foi para al-Jazira, no norte da Arábia, a tribo Banu Tamim converteu-se ao Islã, e Malik ficou hesitante. Naquela época, um grupo de soldados de Khalid ibn al-Walid, um dos comandantes islâmicos que lutava contra os apóstatas, levou Malik ibn Nuwayra e seus homens importantes à presença de Khalid. Abu Katada, que estava com Khalid ibn al-Walid e entre seus soldados, disse que eles estavam recitando o adhan (chamado para a oração) e rezando, e que Malik e seus homens não deveriam ser tocados. Outro soldado de Khalid dizia que eles não estavam recitando o adhan nem rezando. O Califa Abu Bakr, na guerra contra os apóstatas, considerava a recitação do adhan (e a oração) como um sinal de islamismo, e ordenou que não se tocasse essas tribos.

A noite era fria. Khalid ibn al-Walid, hesitante e cauteloso, a nosso ver, quanto a Malik ibn Nuwayr e seus homens, pediu que fossem presos. Pediu a seu mensageiro que os prendesse. “Mundâfee” vem de “defâet”. Em árabe, “defâet” significa aquecer-se, “idfa'” significa aquecer, e “dif'” significa lã e pêlo, que causam aquecimento. Além disso, abrigar alguém contra uma parede/dentro de uma parede também é expresso com o mesmo verbo. Sob esse ponto de vista, na ordem de Khalid ibn al-Walid, deve-se buscar o significado de prender Malik e seus homens e protegê-los do frio. Mas a mesma palavra, na língua da tribo Kinana, significava “matar”. Por ordem de Khalid ibn al-Walid, Malik e seus homens foram assassinados naquela noite. Quando Khalid ouviu os gritos, saiu, mas já era tarde demais. Nesse momento, as seguintes palavras escaparam dos lábios de Khalid:

Após este incidente, Abu Katada, um dos Companheiros, foi a Medina e reclamou a situação ao Califa Abu Bakr. Abu Bakr pediu a destituição de Khalid do comando supremo. No entanto, Abu Bakr chamou Khalid a Medina e ouviu sua versão dos fatos. Aceitou suas desculpas, mas não aprovou seu casamento com a viúva de Malik. Abu Bakr pagou a diyah (indenização por sangue) do tesouro do estado por Malik ibn Nuwayra, que havia se convertido novamente ao Islã e sido morto por engano, e pelas outras vítimas. Contudo, Abu Bakr não concordou com a pena de morte para Khalid ibn al-Walid, como desejava Omar. Abu Bakr disse: “Pelo menos que seja destituído.” Omar respondeu: “Pelo menos que seja destituído.” Abu Bakr respondeu:

Enquanto o califa Omar, durante seu governo, adotava uma política de monitoramento rigoroso de seus governadores e comandantes, mesmo nos menores detalhes, Abu Bakr não queria controlar estritamente os administradores sob seu comando. Ele não estava disposto a destituir um comandante-chefe por um erro cometido durante a guerra.

Quando Omar tornou-se Califa, sem demora, destituiu Khalid ibn al-Walid do comando supremo durante a batalha de Yarmuk e nomeou [nome do substituto] como comandante-chefe. Embora alguns acreditassem que a razão para isso fosse o incidente de Malik ibn Nuwayra, Omar esclareceu que não era o caso, como demonstra em suas cartas aos governadores das cidades:

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Com saudações e bênçãos…

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