– Dizem que, ao entrar no Paraíso, os habitantes do Paraíso comerão e beberão à vontade, desfrutarão de prazeres sem contrapartida, com as huris e muitas outras bênçãos. Então, a minha pergunta principal é:
– Deus se alegra, se agrada, com os prazeres dos habitantes do Paraíso? De que maneira Ele olha para Seus servos lá?
– Então, qual é o sentido de um lugar onde, no fim das contas, não se trabalha, é eterno, pacífico, onde, em termos coloquiais, há fartura de bênçãos sem esforço?
Caro irmão,
É uma verdade indiscutível que aquele que é generoso e de coração aberto deseja alimentar e dar de beber aos necessitados.
O dono de tesouros inesgotáveis quer ajudar os pobres…
Uma pessoa amada quer agradar àqueles que ama…
Podem ser enumeradas muitas qualidades como essas, e quem as possua terá prazer em ajudar os outros sem esperar nada em troca.
É inerente aos atributos divinos de Deus, que possui uma generosidade incomparável e uma benevolência ilimitada, conforme atestam todas as criaturas e o Alcorão, e que é dono de tesouros inexauríveis, alimentar e abastir eternamente Seus servos no paraíso.
– Sim, há um grande prazer em Deus receber seus servos sinceros no paraíso, conceder-lhes a vida eterna, alimentá-los e dar-lhes sempre de beber, e mostrar-lhes sua beleza, a esses servos que o amam. Assim como nenhuma das qualidades de Deus se assemelha às qualidades dos homens, sua satisfação também não se assemelha à deles. Ele tem uma satisfação sagrada, digna de sua Sagrada Pessoa, que não precisa de nada.
– Assim como a beleza ilimitada de Deus
(beleza espiritual)
e a perfeição
(adjetivos como impecável, perfeito)
existe. Essa beleza eterna deseja a continuidade da existência dos admiradores e apreciadores. Porque uma beleza eterna não pode se contentar com admiradores passageiros. Pois um admirador condenado à extinção sem retorno, com a ideia de sua própria extinção, transforma o amor em ódio, e o espanto e a reverência/admiração e respeito em desprezo. Porque o homem é inimigo daquilo que não conhece e não alcança.
Portanto, além de as pessoas serem pobres e necessitadas, amarem a vida eterna, reconhecerem sua dívida de gratidão pelas boas ações e nutrirem um amor profundo por quem as ajuda, existe um Ser que se alegra infinitamente em atender a essas necessidades naturais.
de Deus, que é misericordioso, generoso e compassivo
A existência dessas qualidades exige que os habitantes do paraíso permaneçam lá para sempre.
Caso contrário, é impossível que uma misericórdia infinita, que atende aos desejos e necessidades até mesmo de um inseto neste mundo, ignore o maior desejo de um ser tão perfeito como o homem.
Assim como é ilógico ouvir o zumbido de um mosquito e não ouvir o som de um canhão, é logicamente impossível que Deus, cuja infinita misericórdia e ajuda são claramente visíveis neste mundo, não ouça as vozes naturais das pessoas no outro mundo e não tenha compaixão por elas.
“Olha para essas exposições que não têm limites nem contagem”
(no universo/na Terra)
as joias incomparáveis que existem, os pratos sem igual que existem nessas mesas
(comidas)
Eles demonstram que: O sultão dessas terras possui uma generosidade ilimitada e tesouros inexauríveis. Ora, tal generosidade e tesouros inesgotáveis exigem uma casa de banquetes onde se encontre tudo o que se deseja e que seja perpétua. E também exige que aqueles que se deleitam nesse banquete permaneçam ali, para que não sofram com a perda e a separação. Porque a cessação da dor é prazer, assim como a cessação do prazer é dor.”
(ver Nursi, Sözler, p. 51)
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas