Caro irmão,
Assim como as fechaduras materiais têm suas chaves correspondentes, alguns segredos, que são como fechaduras espirituais, também têm suas chaves correspondentes em proporções adequadas.
Assim como não se consegue abrir uma fechadura sem a chave, não se consegue sucesso sem o uso da chave. Por exemplo, sua caixa de e-mail tem uma senha. Se você inserir a senha incorreta, não conseguirá acessar sua caixa de e-mail. Da mesma forma, para que alguns segredos divinos sejam revelados, é necessário recitar um certo número de tesbihs ou salavats. Se esse número não for recitado intencionalmente, não é possível acessar esse segredo divino. Mas se for recitado por engano, por esquecimento, a misericórdia de Deus o aceitará. Isso é outra questão.
Quanto ao número e à quantidade das orações ou rituais religiosos,
isso é determinado inteiramente de acordo com a vontade e o desejo de Deus. Devemos tentar entender a sabedoria por trás disso, em vez de questioná-la ou contestá-la. Assim sendo,
A sharia tem dois tipos de preceitos:
1. Taabbudi
que são regras cuja sabedoria é desconhecida e que se baseiam inteiramente nos mandamentos e proibições de Deus.
2. Makulu’l-mana
é a parte em que se pode investigar a sabedoria que reside nos mandamentos ou proibições divinas, como as chamamos.
Vamos analisar a questão que você levantou por este ângulo também.
Por que a oração da manhã não tem quatro, dez ou vinte rezas?
A resposta é:
Porque Deus ordenou.
A oração do meio-dia foi determinada por Deus como tendo dez rezas. Investigar a sabedoria por trás disso seria inútil, pois Deus assim o ordenou. E essa é a resposta definitiva. No entanto, algumas regras da sharia podem ser explicadas pela sabedoria.
Mas as sabedorias não são o essencial; o essencial é o comando ou a proibição de Deus.
Por exemplo, por que Deus ordenou a oração?
Podemos responder a isso com tanta sabedoria e propósito quanto quisermos, até mesmo em volumes inteiros. Podemos investigar e responder à pergunta de por que jejuamos, explorando suas razões. Mas a sabedoria e os benefícios não podem substituir o comando de Deus. Por exemplo, uma das razões do jejum é fazer com que as pessoas entendam a situação daqueles que passam fome e vivem em privação, e que se aproximem deles com compaixão.
Agora, alguém pode tomar isso como base.
“Que eu passe mais fome, que minha compaixão aumente e que eu possa ajudar mais os pobres.”
poderia dizer. Se o horário do imsak é às 4h00, e este homem decide jejuar às 23h00, mas quebra o jejum cinco minutos antes do horário do pôr do sol, o jejum é válido? Claro que não. Porque existe um horário específico para quebrar o jejum, e este homem, embora tenha passado mais tempo sem comer, não está jejuando. Ou seja, a sabedoria esperada do jejum foi alcançada em maior medida, mas como ele quebrou o jejum em um horário não permitido por Deus, o jejum não é válido.
É assim que devemos encarar todos os mandamentos e proibições do Islã, meu irmão. Ou seja, fazemos isso porque Deus ordenou ou proibiu. Certamente existem razões para isso. E essas razões devem ser investigadas. Isso é um ato de conhecimento e adoração. Mas as razões e os benefícios são detalhes, não o essencial.
O jejum é observado durante todo o dia.
O fim do dia é o crepúsculo. Como o período mais apropriado é entre o amanhecer e o crepúsculo, Deus ordenou o jejum entre esses horários. Podem ser adicionadas outras razões a isso. Mas o principal é que Deus ordenou o jejum entre esses horários.
Da mesma forma, a peregrinação de Hajj foi ordenada para ser realizada em um determinado período do ano, com base em certas razões de sabedoria.
Uma das finalidades disso é que muçulmanos de todo o mundo se reúnam, se misturem e se conheçam. Mas as finalidades e os benefícios são detalhes, não o essencial. O essencial é que Deus tenha ordenado este culto em um determinado período do ano.
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Quais são a sabedoria e os benefícios da peregrinação de Hajj?
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas
