Caro irmão,
A natureza humana,
Ele incita os homens ao mal por meio das sugestões que recebe do diabo.
É a luta contra a alma, a vaidade, que quebra o efeito dessas sugestões, as torna ineficazes. O Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele),
“O teu pior inimigo é o teu próprio ego.”
(1)
com essa expressão, ele chama a atenção para os perigos da carne.
“O verdadeiro lutador não é aquele que derruba seu oponente, mas sim aquele que domina sua própria ira no momento de raiva.”
(2)
dizendo assim, ele indica a dificuldade da luta que se deve travar contra a própria alma.
“O mujahid é aquele que luta contra sua própria alma.”
(3)
com essa frase, ele também explica que a luta contra a própria alma é uma jihad. Ao retornar da expedição de Tebuc, ele disse aos seus companheiros:
“Passamos da jihad menor para a jihad maior.”
(4)
Essa afirmação ensina que a jihad contra a própria alma é uma grande jihad. De fato, não se pode esperar sacrifício em uma jihad contra o inimigo de uma pessoa que não luta contra sua própria alma. (5)
Aqueles que olham superficialmente podem considerar a luta contra o inimigo como uma maior jihad.
Contudo, o início da jihad contra o inimigo passa pela jihad contra o ego.
Quem não luta contra sua própria alma, não pode lutar contra o inimigo. Quem é vencido por sua própria alma, será vencido pelo inimigo.
A luta contra a própria alma,
dura a vida toda.
Na luta contra o inimigo, não há a mesma continuidade. Durante a luta contra o inimigo, uma luta maior acontece no mundo interior do indivíduo. O ego do indivíduo, com as instruções que recebe do diabo, tenta fazê-lo desistir da luta, ou pelo menos quebrar sua coragem.
“Você tem esposa e filhos para sustentar. E se você se machucar e ficar incapacitado? E se você morrer? Sua esposa e seus filhos ficarão desolados… etc… etc…”
São gritos da alma que ecoam do ego. Aqueles que conseguem superar esses gritos podem ter sucesso na jihad contra o inimigo.
Além disso,
Quem é derrotado na luta contra a própria alma, vai para o inferno. Quem é derrotado na luta contra o inimigo e perde a vida, torna-se um mártir e vai para o paraíso.
Fontes:
1. Acluni, I, 143.
2. Al-Buxari, Edeb, 102; Al-Mussalimi, Birr., 106-108; Ahmad ibn Hanbal, Musnad, Çağrı Yay. Ist. 1981, I, 382.
3. Tirmizi, Fedailu’l-Cihad, 2.
4. Razi, XXIII, 72; Beydavi, II, 97; Esta narrativa é considerada fraca. Ver Acluni, I, 424.
5. Kadiri, I, 275.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas