Os negligentes ou os desviados são impávidos?

Detalhes da Pergunta


– As pessoas que consideramos fortes ou destemidas na vida (mafia, polícia, sultão) são realmente destemidas?

– Mas, se aqueles cujos nomes mencionamos são pessoas negligentes ou desviadas, serão eles, por acaso, imunes ao medo?

– Nossa religião diz que os descrentes são covardes e os crentes são corajosos?

Resposta

Caro irmão,


Resposta 1:

Toda pessoa tem medo. Mas quando se trata de valores, um muçulmano não hesita em sacrificar até mesmo a própria vida. E quem não teme a morte, nunca tem medo.

Deus colocou o medo em nossos corações para que, com esse medo, temamos as consequências terríveis que nos acontecerão se não cumprirmos Seus mandamentos e, assim, cumpramos plenamente nossos deveres de servidão a Ele.

Portanto, um muçulmano com fé inabalável não teme nada além de Deus.

No entanto, como proteger o ego é também a nossa principal tarefa, esse sentimento de medo entra em ação na vida cotidiana para proteger o nosso ego ou o ego dos outros, e nos incute um medo de precaução para nos fazer ser cautelosos em nossos assuntos mundanos.

Neste momento, o que nos cabe é permanecer no caminho certo, sem descuidar das precauções, ou seja, assim como não devemos cometer loucuras por falta de medo, também não devemos deixar de agir por medo.

Além dos nossos assuntos mundanos, nossa razão e discernimento devem agir em conjunto no caminho de Deus, e

“O que posso fazer para ser mais útil na via de Deus?”

Respondendo à pergunta, devemos agir com razão e consciência, ou seja, permanecer no caminho reto. Não devemos esquecer que é impossível um crente que segue o caminho de Deus perder; ou alcançará a vitória ou se tornará um mártir. A recompensa de ambos é imensa junto a Deus.

Assim como em todas as situações, Deus nos testa também em uma situação como esta; veremos se cumpriremos devidamente a tarefa que nos cabe, ou se a abandonaremos? No versículo sagrado, diz-se, em tradução livre:



“Ou achais que Deus vos deixará sem discernimento, sem que distinga aqueles que lutam por Deus, daqueles que não o fazem, sem que se confiem a Deus, ao Seu Mensageiro e aos crentes? Deus está bem ciente do que fazeis.”



(At-Tawbah, 9/16)

Ou seja, depois de se tornar um dever, o crente não deve evitar a jihad no caminho de Deus! Se ele evita, deve questionar sua fé, porque certamente, quando chegar o momento da interrogação…

“Por que você se desviou, enquanto meus versículos, meus mandamentos e minhas promessas estavam diante de você?”

será confrontado com uma pergunta divina.

Aproveitamos para lembrar um pequeno detalhe sobre a jihad no caminho de Deus: a luta contra os desejos carnais não islâmicos e o cumprimento da obrigação de divulgar o Islã são deveres e jihad para todo muçulmano. Ou seja, se nosso vizinho do andar de cima está vivendo com deficiências islâmicas e nós, por medo de sua reação, não lhe mostramos o caminho certo em um momento e linguagem apropriados, talvez tenhamos evitado nosso dever de jihad mais importante e teremos que prestar contas por isso.

Por outro lado.

A guerra e a jihad são, portanto, um dever coletivo (fard-i kifaya).

Ou seja, o dever, a menos que o líder do estado islâmico indique o contrário, cabe às forças de segurança. O que cabe aos outros muçulmanos é apoiar essas forças material e espiritualmente. Para obter informações mais detalhadas sobre a Jihad, podemos recomendar os artigos relevantes em nosso site.


Quanto aos descrentes;

Sim, eles temem a morte, e com razão! Porque, se morrerem no estado em que se encontram, uma terrível e eterna consequência os espera, mesmo que não a aceitem.


Quanto àqueles que parecem destemidos e corajosos;

seja porque se consideravam muito fortes e invencíveis, seja porque confiavam muito em seus recursos, seja porque usavam drogas estimulantes que lhes turvaram a consciência, ou porque o caminho falso que seguiam lhes foi apresentado como certo pelo diabo, e por isso Deus selou seus corações e mentes, ou por todas essas e outras razões falsas.


“Eu acredito”

dizendo assim, fica claro que Deus também não ajudará repentinamente os muçulmanos que não seguem muito bem os mandamentos de Deus, até que se voltem totalmente para o caminho de Deus.

Por exemplo, vamos observar o Estado Judeu de 5 milhões de habitantes e os estados muçulmanos vizinhos, com talvez 200 milhões de habitantes! Para entender a situação, vamos perguntar a todos:


“Sob quais circunstâncias nossa nação embarcaria em um barco clandestino com suas famílias e fugiria para um país infiel que não os receberia de braços abertos?”

Temos certeza, e a história tem demonstrado, que quando as coisas chegam a esse ponto, esta nação defende sua pátria em nome de Deus, sem distinção de idade ou sexo, até o último homem.

Quer um exemplo?

Acho que os exemplos de Çanakkale e 15 de Julho, de nossa história recente, serão mais do que suficientes.

A promessa de Deus para o crente que segue o caminho da verdade.

“apoio ao crente e medo ao adversário”

sempre aconteceu, está acontecendo e acontecerá. Deus nunca volta atrás de Sua promessa!


A jornada é do crente, a vitória é de Deus!

A menos que, sob circunstâncias normais, de acordo com as leis da física, seja impossível que uma pessoa, feita de carne e osso, tome de assalto um tanque com dez mil pessoas!

Deus, o Altíssimo, não deu a bandeira do Islã a esta nação – longe disso – em vão!


Resposta 2:


Tentar não demonstrar medo, apesar de estar com medo.

Há uma grande diferença entre eles. É como a situação de alguém que vai à guerra por amor e vontade, e a de alguém que é forçado a ir à guerra. Ambos mostrarão coragem no campo de batalha.


Primeiro,


considerando a vida insignificante em nome da santidade, sem medo.


segundo


Ele precisa ser corajoso para proteger sua vida.

Todo ser humano pode ser, ao mesmo tempo, covarde e corajoso. Essas afirmações indicam a origem da coragem e da covardia. A fé e a devoção a Deus são a fonte de todo o bem, assim como a fonte da coragem. Todo o mal, a incredulidade e a desobediência provêm da mesma fonte, assim como a covardia.

A coragem dos crentes e a covardia dos incrédulos são claramente visíveis, especialmente nas guerras. Os dois princípios básicos que tornam o crente corajoso são:


1. “Quando chega o seu tempo, eles não atrasam nem se adiantam um instante.”

como relatado no versículo

“A morte é uma só, imutável.”

a verdade.

(Al-A’raf, 7/34; Yunus, 10/49; An-Nahl, 16/61)

Na guerra, quem está na linha de frente está tão próximo da morte quanto quem está na retaguarda. Na verdade, não há diferença na proximidade da morte entre quem está na frente e quem está descansando em casa. Muitos participam de muitas guerras e morrem na cama; muitos participam de sua primeira guerra e perdem a vida.

O caso de Khalid ibn al-Walid é um bom exemplo disso. Enquanto passava os últimos momentos de sua vida em sua cama, ele disse àqueles ao seu redor:


“Participei de tantas batalhas. Não há um só membro do meu corpo que não tenha cicatriz de flecha, lança ou golpe. Mas, como podem ver, estou morrendo na minha cama. Que os ouvidos dos covardes ecoem!”


2.

Para o crente, há duas coisas boas na guerra:


Ou o martírio, ou a vitória.



(At-Tawbah, 9/52)


“Se morrer, serei mártir; se sobreviver, serei veterano.”

Um crente que diz isso será, sem dúvida, mais corajoso do que um descrente que não tem tais expectativas.


Resposta 3:


Quanto à questão da coragem,

Entender a coragem apenas como não se submeter aos nossos inimigos, não temer a eles, seria incompleto. Essa coragem pode ser encontrada também em pessoas não crentes. Com sentimentos de heroísmo, vaidade, busca de aplausos, defesa de bens e propriedades, qualquer pessoa, seja muçulmano ou não, pode mostrar coragem contra seus inimigos e defender esses valores. No entanto, o maior problema dos seres humanos é a morte. Depois vêm as doenças e as calamidades. A única maneira de resistir a elas é a fé. Para alguém que não acredita na vida após a morte, que não sabe que as doenças, com paciência, conferem graus espirituais ao indivíduo, é muito difícil enfrentar essas dificuldades com coragem.

A fé é uma atribuição.

“Com tudo sob controle, com todos os tesouros ao seu lado…”

A confiança em Deus, que é o “Ser”, é a maior força. A fé verdadeira não permite que as ondas de eventos, como montanhas, afoguem o crente. Ele, com submissão e confiança, sempre permanece acima dos eventos. Assim como o mundo, os eventos estão sob seus pés.


“Quem crê no destino, encontra consolo na tristeza.”

O homem considera todos os seus órgãos e sentidos como uma grande bênção e acredita que o Senhor, que os abençoou assim, também abençoa a provação que lhe impõe por meio de certos acontecimentos. Com essa crença, ele não se abala com os acontecimentos, o mundo não ocupa lugar em seu coração, nem o preocupa.

Se tem uma responsabilidade de guardar o que lhe foi confiado, ele a cumpre com sensibilidade e atenção, não se preocupa com o resultado, confia em Deus e alcança a felicidade em ambos os mundos.


Com saudações e bênçãos…

O Islamismo em Perguntas e Respostas

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