“Eles nunca poderão desejá-lo por causa do que suas mãos fizeram. Deus conhece bem os injustos.” (Al-Baqarah 95)
1ª Pergunta: O versículo diz que os judeus não desejam a morte, mas um empresário judeu desejou a morte suicidando-se, cometendo um grande pecado. Como se explica esse versículo? E se um judeu dissesse “Eu desejo a morte”, o Alcorão estaria mentindo?
Minha segunda pergunta: “Eles não lutam contra vós em conjunto, mas somente em aldeias fortificadas ou por detrás de muros.” (Haşr 14) Minha dúvida é: Ali e Haris lutaram face a face. Haris desprezou Ali sem medo. O versículo diz que eles não lutam face a face, como devemos entender este evento?
3ª Pergunta: “(Ó Mensageiro), tu os encontrarás os mais ávidos de vida entre os homens. Mais do que aqueles que atribuem sócios a Deus.” (Al-Baqara 96) Neste versículo, diz-se que os judeus são os mais ávidos, mas existem ateus e infiéis que são ainda mais ávidos; como se deve entender este versículo?
4ª Pergunta: Diz-se que os judeus praticam diversas fraudes e artimanhas na vida social das pessoas. Pergunto: Todos são assim, não há nenhum bom?
Caro irmão,
Resposta 1:
As traduções aproximadas dos versículos em questão são as seguintes:
“Diga a eles,
“Se a morada da vida futura, junto a Deus, pertencesse somente a vocês e não a outros, e se vocês estivessem certos em sua afirmação, então peçam a morte!”
Eles nunca desejariam a morte por causa das obras que suas mãos fizeram. Deus conhece bem os injustos.”
(Al-Baqara, 2/94-95)
Este versículo responde às alegações dos judeus de que o paraíso só pertencerá a eles e que somente eles entrarão no céu. Afirma-se que, se são sinceros em suas alegações, deveriam desejar morrer o mais rápido possível, deixando este mundo, onde vivem em meio a diversas dificuldades, sofrimentos e angústias, mesmo estando longe de sua verdadeira terra natal, para alcançar o paraíso, um lugar de felicidade completa.
Eles não podem desejar isso, porque nem eles mesmos estão convencidos de suas próprias alegações. A razão para isso são os crimes e assassinatos que eles próprios cometeram.
Embora aleguem acreditar no livro que dizem ter sido revelado a eles, que estão no caminho certo e que somente eles são dignos da felicidade na vida após a morte entre todos os seres humanos, suas consciências não corroboram essas afirmações devido aos males que cometeram. Por isso, nunca desejariam a morte.
Situações como o suicídio individual, mencionadas em sua pergunta, não têm relação com o assunto abordado no versículo.
Resposta 2:
O 14º versículo da Sura Haşr
“Eles só lutam contra vocês em massa quando estão em lugares fortificados e atrás de trincheiras.”
A parte que foi traduzida como “dizer” pode ser explicada de duas maneiras, à luz dos comentários relevantes:
a)
“Mesmo quando estão reunidos, não lutam contra vocês sem se abrigarem em lugares fortificados e por trás de trincheiras.”
b) “Eles não farão alianças para lutar com vocês; cada grupo pode lutar em sua própria fortaleza, em sua própria zona de segurança.”
Que aconteceu aqui e
“de repente”
traduzido como
cemîan
A conclusão comum que se extrai das diferentes interpretações da palavra e do seu papel na frase é a seguinte:
Os muçulmanos não devem se deixar intimidar pelas ameaças dos hipócritas e dos judeus que quebram seus compromissos; pois eles não possuem a coragem e a determinação para enfrentar a guerra em todas as circunstâncias, nem a fé e a alma para sacrificar suas vidas por uma causa comum; eles lutam não por um espírito de união, mas apenas quando podem garantir sua própria segurança ou para proteger suas posições.
(Razi, Ibn Ashur, comentários sobre o versículo em questão)
Este versículo,
de seus estados psicológicos gerais
está a mencionar.
Resposta 3:
Embora os judeus afirmem que somente eles serão felizes na vida após a morte, na verdade, diz-se que eles são os que mais se entregam à ambição mundana, sem pensar na vida futura. Este fato é comprovado pela experiência.
Por isso, no versículo,
“São eles os que mais gostam de viver.”
sem ser dito,
“Você os encontrará como as pessoas mais ávidas de viver.”
foi determinado.
É por causa dessa falta de sinceridade em suas alegações que Deus, no versículo 95, os
“os opressores”
é como ele o descreveu.
A raiz da grande ambição mundana dos judeus reside, contrariamente ao que afirmam, na fraqueza de sua fé na vida após a morte.
Na verdade, a ideia de vida após a morte é extremamente fraca e vaga nos cinco livros que compõem a Torá, atribuída a Moisés e posteriormente adulterada, que constituem a base do Judaísmo. De fato, todas as sanções contidas nos mandamentos judaicos na Torá são mundanas; os incentivos e advertências dizem respeito à vida terrena. Saúde, bem-estar, abundância, muitos filhos, vitória e domínio sobre os inimigos para aqueles que fazem o bem; doença, escassez, derrota, escravidão para aqueles que se rebelam são sanções que se repetem frequentemente na Torá.
(ver Yaşar Kutluay, Correntes de Pensamento Islâmicas e Judaicas, pp. 123-131)
Apesar de afirmarem ter crença na vida após a morte, pode-se entender que os judeus são os que demonstram maior apego ao mundo.
Resposta 4:
Pode haver aqueles que demonstram características diferentes de sua postura geral. Pois, o Altíssimo Deus declarou que nem todos são iguais:
“Nem todos são iguais: Entre os Apoiadores do Livro, há um grupo que se prostra em oração à noite, recitando os versículos de Deus.”
Esses são os que crêem em Deus e no Dia da Ressurreição, que ordenam o bem e impedem o mal, e que competem em boas ações. Esses são os que são bons.
Saibam que, por mais que ajudem os outros, não serão recompensados sem razão. Deus conhece aqueles que se afastam do mal.”
(Al-i Imrã, 3/113-115)
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas