Caro irmão,
1.
A eternidade de Deus é uma característica inerente à sua própria essência. A eternidade do paraíso, do inferno e de seus habitantes, por sua vez, continuará graças à existência eterna de Deus.
Por exemplo, a luz, o calor e as cores do sol são inerentes a ele. O calor, a luz e as cores na Terra vêm do sol. Enquanto o sol continuar a manter essas características na Terra, essas belezas continuarão a existir. Mas essas belezas não pertencem à Terra, pertencem ao sol.
Assim como Deus é eterno por si mesmo, a eternidade do paraíso, do inferno e de tudo que nele existe, será pela perpetuação e existência eterna que Deus concede. Portanto, não há contradição entre elas. A eternidade de Deus é intrínseca, inerente a Ele; a eternidade do homem e de outros seres é adventícia, dependente da perpetuação e existência eterna que Deus concede.
2.
Tentar entender e explicar assuntos que não podem ser compreendidos pela razão é demagogia, é ignorância. Com esse comportamento, o homem se desvia do caminho do pensamento correto e se submete a um fardo pesado, do qual não poderá se livrar e que, por fim, causará sua própria destruição. Um dos aspectos que enganam o homem é comparar e confundir as qualidades e atributos do Criador com as características dos criados.
Não se usa o termo “mente” para descrever Deus. Deus é o Sabe-Tudo.
Um dos atributos de Deus é
“A oposição aos acidentes / Deus não se assemelha às criaturas.”
São características presentes no ser humano, como a visão, a audição e o conhecimento.
É um espelho/reflexo das qualidades e atributos universais e abrangentes do nosso Criador.
Para que as pessoas compreendam os atributos infinitos de Deus.
“unidade de comparação”
Foram dados alguns exemplos, por meio dos quais se concebe a aparência de um oposto imaginário, reconhecendo-se assim os atributos que não possuem oposto. Por exemplo, nossa impotência expressa a onipotência de Deus; nossa ignorância, o conhecimento de Deus; nossa imperfeição, a eternidade de Deus; nossa necessidade, a independência de Deus.
Samed
podemos entender a existência do adjetivo.
Os nomes e atributos de Deus são infinitos.
O universo e as criaturas não podem ser a medida e o lugar adequados para esses nomes infinitos. Ou seja, não podemos medir e definir os nomes e atributos de Deus por meio de suas manifestações no universo. Podemos apenas ter uma ideia. Por isso, todas as manifestações nas criaturas são comparadas a uma gota, enquanto os nomes e atributos são comparados a um oceano. Ou seja, todas as manifestações nas criaturas são como uma gota dos infinitos nomes de Deus, uma sombra tênue que passou por muitas cortinas.
Ao refletir sobre este assunto, devemos, antes de tudo, considerar a existência de Deus.
“obrigatório”, “imprescindível”, “essencial”
da existência humana,
“possível”
não deve ser ignorado.
Assim como o homem é criatura, seus atributos também o são. Assim como o homem é possível, seus atributos também o são. E, finalmente, assim como não se pode imaginar que um ser criado, o homem, se assemelhe ao Criador, não se deve esquecer que seus atributos criados, como sua vontade, seu conhecimento e seu poder, não se assemelham de forma alguma ao conhecimento, poder e vontade de Deus.
Os atributos que nos são atribuídos são indícios dos atributos divinos…
Com eles, podemos conhecer a existência daqueles atributos divinos, eternos e absolutos. Mas não devemos esquecer que não pode haver nenhuma semelhança entre esses nossos atributos, que se assemelham a pontos em um mapa, e o poder divino. Eles são apenas indícios, nada mais.
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– Podemos compreender a essência de Deus com nossa razão?
Com saudações e bênçãos…
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