– Diz-se que 90% das questões do Islã estão presentes no Alcorão e na Sunna, e os 10% restantes ficam a cargo dos nossos estudiosos (mujtahids). Ou seja, agora, para questões de haram-halal e de culto, recorremos diretamente aos estudiosos, através de livros de jurisprudência. De certa forma, eles se tornam um obstáculo ao estudo do Alcorão.
– Não estamos fazendo pesquisa. Os 10% restantes devem obrigatoriamente ser submetidos à opinião dos muftis. Que nossas vidas sejam sacrificadas por esses muftis. O incidente de Omar (que Deus esteja satisfeito com ele) me veio à mente… Ele ordenou na mesquita que o dote não excedesse 400 dirhams, e uma mulher (que Deus esteja satisfeito com ela) respondeu com um versículo do Alcorão. Omar (que Deus esteja satisfeito com ele) se acusou de não conhecer sua religião tão bem quanto uma mulher… Esse modelo mencionado é perigoso nos dias de hoje?
– Na época de ouro do Islã, as pessoas consultavam o Alcorão e a Sunna, e perguntavam aos grandes Companheiros sobre o que não sabiam… Considerando a condição de ser um defensor da Sunna, é possível que tal exposição seja correta? Para muitas pessoas que conheço, o Alcorão não é visto como um livro que se pesquisa, se estuda e se busca compreender.
Caro irmão,
O Corão e a Sunna contêm muitos assuntos, mas para extrair conclusões dessas fontes é necessário ser um mufti (especialista em jurisprudência islâmica). Uma pessoa comum sem conhecimento não pode pegar uma tradução do Corão e emitir uma decisão.
Quem quiser tirar proveito do Alcorão deve ler o comentário (tafsir) em vez da tradução (meal).
Para entender a importância dos mujtahids, intérpretes e transmissores de hadiths.
Princípios da jurisprudência islâmica, princípios da transmissão de hadiths, princípios da exegese corânica.
Você precisa ler os livros. Se ler essas obras, entenderá melhor o assunto.
Todos os Sahabas eram mujtahids. No exemplo que você deu, a mulher que discordou de Omar sobre o dote também estava no nível de mujtahid. Como alguém sem conhecimento poderia discordar de alguém no nível de mujtahid, e com base em quais critérios?
Alguns dizem que o Alcorão está sendo relegado a um segundo plano, mas não conseguem dizer como o Alcorão deveria ser priorizado. Não passam de declarações ignorantes, como marginalizar os estudiosos.
Dar importância ao Alcorão significa estudar a ciência da exegese (tafsir).
Rejeitar os estudiosos não dá prioridade ao Alcorão. Ao contrário, cortar o contato com os estudiosos que nos ajudam a entender o Alcorão só leva a interpretações ignorantes do Alcorão e à falsificação de seus preceitos.
Os estudos sobre o Alcorão e a Sunna, realizados ao longo dos séculos, constituem uma grande riqueza. Nenhuma área de conhecimento jamais descartaria os trabalhos realizados até hoje e começaria a estudar do zero.
Se o objetivo é entender o Alcorão e a Sunna, então é necessário aproveitar o acúmulo de conhecimento dos estudiosos que se dedicaram a isso ao longo dos séculos.
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– MUJTAD
Com saudações e bênçãos…
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