Caro irmão,
No nosso dia a dia, usamos palavras como “por vezes” ou “às vezes”. Em nossas conversas, usamos estas palavras. Uma delas é… a outra é… Em outras palavras, uma é exterior, a outra é interior…
Foram apresentadas diversas explicações para o fato de ambos serem mencionados com o mesmo nome. De acordo com uma delas, a primeira ligação da alma humana com o corpo começa no coração. De acordo com outra, o nome dado ao coração é metafórico: alguns autores também usaram o coração no sentido de alma.
Um órgão maravilhoso que leva sangue a todas as partes do corpo, bombeando em média cinco quilos de sangue por minuto. Este coração depende de todo o universo. Na fábrica do universo, o sangue é produzido para que o coração o bombeie para todos os cantos do corpo. Uma força que filtra o homem do universo e transforma os alimentos em carne, ossos, sangue e medula na fábrica humana, é a que faz esse coração funcionar e envia esse sangue para todos os cantos do corpo.
E o coração, nesse estado, é um espelho do nome de Deus. A necessidade do coração material pelo universo e pelas coisas nele contidas é suprida apenas por Deus, que atende a necessidade de todo necessitado e não necessita de nada, por meio da manifestação de Seu nome… Nesse aspecto, o coração não é muito diferente de uma árvore ou de uma flor. Eles também necessitam de tudo no universo. Eles também se tornam um espelho do nome Samed pela satisfação dessas necessidades.
Quanto ao íntimo do coração, o verdadeiro espelho da unicidade é ele…
Esta é a verdade:
O versículo sagrado ensina.
Cada órgão do corpo tem seu próprio tipo de satisfação. O olho se satisfaz com a visão, o ouvido com a audição. A língua se satisfaz com o sabor e o estômago com a comida.
– De quem sou criatura?
– A quem pertence este mundo?
– De quem sou hóspede neste mundo?
– Para onde irei depois?
– O que é que o homem que me hospeda quer de mim?
É assim que o íntimo do coração se satisfaz com as respostas a tais perguntas. Se seu desejo é o conhecimento de Deus, certamente será o maior espelho da perfeição divina. As outras criaturas dependem da matéria deste universo. Ele, porém, depende de conhecer, reconhecer e obedecer ao Senhor deste mundo.
Nas pessoas que não compreendem isso e negligenciam a nutrição de seus corações, como castigo antecipado por essa negligência, doenças como inquietação, angústia, insatisfação, medo e ansiedade imediatamente tomam conta do coração.
A beleza da roupa ou a qualidade da camisa não saciam a fome do estômago; ele só quer alimento. A vazão do coração também não é preenchida por nenhum cargo, nenhuma posição social, nenhum favor humano ou nenhum objetivo fútil.
O Senhor do coração nos informa que ele só se satisfaz com a lembrança de Deus.
Literalmente, todo evento, toda inscrição, toda obra científica que lembra a Deus é um meio de lembrança (zikr). O coração se satisfaz apenas ao saber que este magnífico universo, que é uma fábrica, um palácio, uma casa de hóspedes, existe apenas pela ordem e vontade de Deus.
Se o corpo é a casa da alma, o universo é a sua cidade. O coração ama tanto esta casa quanto aquela cidade. Considera ambas propriedade de Deus. Ao acreditar que os atributos sagrados de Deus abrangem todas as coisas, ele vive em paz tanto no corpo quanto no universo. Ele deixa o corpo e o universo com paz. Ele sabe muito bem que nenhum dos dois é sua propriedade. Assim, ele transcende ambos e se refugia no verdadeiro proprietário. Ele pede a Deus o que deseja. Ele não se abala por nenhum evento, não teme nenhuma calamidade. Ele sabe muito bem que o poder e a vontade absolutos pertencem somente a Deus. Sem a Sua permissão, nem uma formiga pode dar um passo, nem o vento pode soprar, nem o sangue pode circular, nem o sol pode irradiar luz.
É com essa fé e esse conhecimento que o coração se satisfaz.
Nem a cor, nem a beleza, nem o aroma, nem o sabor de uma fruta que comemos alcançam o coração. E o coração não se satisfaz com nenhum desses elementos. Mas, se o homem se maravilhar com aquela cor, sentir gratidão por aquela bênção, se apaixonar por aquele sabor, então esses significados se instalam no coração. Se essa admiração traz consigo a gratidão, significa que o coração começou a receber seu alimento.
O seu trabalho não é com este mundo, mas com os nomes divinos que nele se manifestam. Enquanto o olho olha para a maçã, o coração contempla os nomes de Deus que nela se manifestam e só se satisfaz com tal contemplação.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas
