Caro irmão,
“Dê as suas esmolas aos pobres que, por causa da sua timidez, não podem sair para andar pela terra, e que os ricos, por causa da sua modéstia, não reconhecem. Você os reconhecerá por suas faces; eles não pedem esmolas aos homens com insistência. Deus certamente sabe o que vocês gastam em boas obras.”
(Al-Baqara, 2/273)
Os versículos e hadices fornecem informações sobre os aspectos que os muçulmanos devem seguir ao dar esmola. A esmola, em sentido amplo, inclui boas ações e caridade feitas como sunna (prática religiosa voluntária), atos de bondade, benevolência e generosidade para com humanos e animais, e até mesmo palavras e ações amáveis que agradam aos corações das pessoas. A amplitude do escopo da esmola, além da esmola obrigatória (farz e vacib), pode ser vista neste hadice:
“A cada dia em que o sol nasce, cada articulação do corpo humano precisa de uma esmola. Por exemplo: julgar com justiça entre duas pessoas é uma esmola. Ajudar alguém a montar em seu animal, ou a carregar suas coisas nele, é uma esmola. Uma palavra gentil é uma esmola. Cada passo que você dá para ir à oração é uma esmola. Remover coisas que incomodam os transeuntes da estrada é uma esmola.”
(Buxari, Sulh, 11; Cihad, 72, 128; Muslim, Zakat, 56; Musafirîn, 84; Abu Dawud, Tatavvu’, 12; Adab, 160; Ahmad ibn Hanbal, II, 316, 350, IV, 423, V, 178).
Assim como existem diferenças de mérito entre as diversas ações, também há uma ordem a ser observada na ajuda e caridade prestadas aos necessitados; áreas de caridade prioritárias foram definidas.
Os versículos corânicos e os hadiths também enfatizam a quem a prioridade deve ser dada. Não se deve entender que apenas a bondade e a ajuda prestadas a essas pessoas substituem a caridade.
“O dinar mais virtuoso que alguém pode gastar é aquele que gasta com sua própria família, com seu animal para o caminho de Deus e com seus companheiros que irão lutar na jihad pelo caminho de Deus.”
(Mussulmã, Zakat, 38; Tirmizi, Birr, 42; Ibn Majah, Jihad, 4; Ahmed b. Hanbal, V, 279, 284).
De fato, não é conveniente, do ponto de vista da conveniência e do bem comum, que alguém tente ajudar aqueles que estão longe, enquanto há pessoas muito próximas, talvez até mesmo membros da família, que estão passando por grandes dificuldades. Por isso, foi estabelecido o princípio de começar a ajudar e a distribuir a caridade pelos mais próximos.
Uma pessoa conhece os necessitados entre seus parentes próximos, aqueles que possuem as características mencionadas no versículo. No entanto, existem muitas pessoas na sociedade que precisam de ajuda, mas não pedem nada a ninguém, e é difícil para uma pessoa identificar essas pessoas na vida urbana moderna. Portanto, as instituições de caridade têm o dever de atuar nesse sentido. Elas devem servir como uma ponte entre os ricos e os pobres que, por vergonha, não conseguem pedir ajuda a ninguém.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas