1. Essa dependência está sujeita ao tempo?
2. Se um pecado for cometido e a ira de Deus se manifestar, não haveria uma falta de manifestação da ira de Deus antes dessa manifestação?
3.
“Ele está livre de toda e qualquer imperfeição.”
Como devemos entender “derken”?
4. A continuação da criação não significa que, enquanto tudo estava na ausência, o atributo da criação não estava funcionando, e a cada instante, com o número de criaturas que se revestem de existência, ele se depara com um aumento de manifestação que antes não existia?
5. É correto dizer que não há diminuição nem aumento em Deus? Como devemos entender isso?
Caro irmão,
1)
O fato de as ações humanas estarem relacionadas aos atributos de Deus significa que essas ações não poderiam ocorrer de forma independente, fora de Deus. Em nossa opinião, a forma correta de expressar isso é:
“A relação dos atributos de Deus com as ações humanas”
deve ser desta forma.
Essas afirmações indicam que existe uma relação, uma conexão entre os atos humanos e os atributos de Deus. Essa relação é a relação entre a vontade particular do homem e a vontade universal de Deus.
De acordo com isso, os atos humanos ocorrem quando, no momento em que alguém direciona sua própria força e vontade para um ato, Deus, com seus atributos de poder e criação, concede sua atenção e influência para criar esse ato.
2)
Como todos os atos do homem são registrados no tempo, essa dependência também está sujeita ao tempo. Partindo disso, não seria correto dizer que as qualidades de Deus também são limitadas pelo tempo. Porque as qualidades de Deus são eternas. Elas existiam antes do tempo. (O “Buradaki” é um erro de tradução e não precisa ser traduzido, pois é um pronome demonstrativo indicando “aqui” ou “neste ponto” e não faz sentido no contexto.)
“registro temporário”
A referência não se dirige aos atributos de Deus, mas sim às ações do homem. Pois é um fato que Deus nos criou há alguns anos. A criação de Deus de mim/nós ocorreu em um determinado tempo.
Mas o fato de termos sido criados neste tempo não significa que os atributos de Deus também estejam confinados a um período de tempo. Assim como nós,
-com nossa vontade e esforço individuais-
Nós plantamos a semente de milho em um campo; este é o nosso ato. Deus, por sua vontade universal, cria o resultado deste nosso ato, fazendo com que a semente que plantamos se transforme em espigas de milho.
“Olhem para a semente que plantaram! Vocês a cultivam ou nós? Se quiséramos, a transformaríamos em palha seca, e vocês ficariam surpresos e arrependidos.”
(Al-Waqi’ah, 56/63-65)
Este fato é mencionado nos versículos que seguem.
3)
Não é necessário que os atributos divinos estejam efetivamente relacionados a ações desde a eternidade. O poder, o conhecimento e a vontade de Deus existiam antes da criação do universo. Em particular, os atributos divinos relacionados a ações estão relacionados à criação dessas ações. Por exemplo, o nome “Rezzak” (o Sustentador) só se manifesta com a criação dos seres vivos. Isso não prejudica de forma alguma os atributos perfeitos de Deus. Caso contrário, seria necessário considerar todas as existências como eternas, o que é uma falácia. Um engenheiro, um arquiteto, são engenheiros e arquitetos mesmo sem um projeto de construção, sem construir um edifício.
A relação entre as ações humanas e os atributos de Deus é, em grande parte, uma relação entre aquisição (ação humana) e criação, sendo a criação avaliada no âmbito das leis da sharia. O homem faz, Deus cria. O homem se casa, Deus dá filhos. O homem come, Deus alimenta. O homem planta sementes, Deus faz germinar…
As ações relacionadas com o bem e o mal, embora tenham aspectos criacionais, devem ser discutidas principalmente no âmbito dos princípios legislativos.
Por exemplo: o homem escolhe a incredulidade; e Deus cria essa incredulidade. Este é o aspecto criativo. Mas Deus não se agrada de que seus servos escolham a incredulidade. Da mesma forma, o homem escolhe a fé; e Deus cria isso. Este é o aspecto criativo da questão, relacionado à criação. Do ponto de vista legislativo, Deus não se agrada de que seus servos escolham a incredulidade, mas se agrada de que eles creiam. Este ponto é enfatizado no versículo cuja tradução é apresentada abaixo.
“Se negardes, saibais que Alá é independente de vós, não necessita de ninguém nem de nada, mas não aprova que os Seus servos se tornam incrédulos. Se agradeceis, Ele se agrada. Ninguém carrega o peso dos pecados de outro. E, por fim, todos voltareis ao vosso Senhor, e Ele vos informará individualmente sobre o que fizestes, e, se quiser, vos recompensará. Por certo, Ele conhece o que há no fundo dos corações.”
(Zümer, 39/7)
Portanto, a incredulidade atrae diretamente a ira de Deus, enquanto a fé atrae a Sua benevolência. Mas Ele também cria a incredulidade e os pecados que o servo escolhe, embora não os deseje. Esta é uma abordagem que considera a justiça da provação e a liberdade do servo.
4)
Como já dissemos, todos os atributos de Deus são eternos e imemoriais. O fato de não se manifestarem em um determinado lugar não significa qualquer tipo de deficiência.
Os atributos essenciais, atributivos e negativos de Deus geralmente definem Sua Santíssima Essência sem referência a outras entidades. Por exemplo: Deus…
“O Eterno, O Todo-Ouvinte, O Todo-Vidente”
(sem prefácio, tudo em h)
Acredita-se que o fato de possuir os atributos de (aquele que verdadeiramente ouve, vê) qualifica sua essência sagrada, não suas ações.
Os atributos verbais, por sua vez, manifestam-se no momento da criação das ações. Ao criar, manifesta-se o nome de Criador (Halık); ao prover, o nome de Provedor (Rezzak); ao dar vida, o nome de Revitalizador (Muhyî); ao causar a morte, o nome de Causador da Morte (Mümit).
O fato de essas coisas se manifestarem posteriormente não contradiz sua natureza eterna. Porque, independentemente de tais ações ocorrerem ou não, os atributos de Deus de prover, criar, dar vida e tirar a vida existem desde sempre. Um médico continua sendo médico mesmo quando não está escrevendo receitas. Um sábio continua sendo sábio mesmo quando não está ensinando alunos. Um cirurgião continua sendo cirurgião mesmo quando não está operando… Por esse motivo, os teólogos da tradição Ahl-i Sunnet, como os Asharitas, afirmam que Deus, no que diz respeito à criação,
Gênesis
do adjetivo
Potência
Eles dizem que a criação está contida na essência. Ou seja, o atributo de poder de Deus é eterno. Esse atributo existia antes da criação do universo. Quando Ele criou, então surge a manifestação da criação, que é uma manifestação desse poder.
5)
Não há verdade mais clara do que a de que Deus não sofre aumento nem diminuição. Porque aumento ou diminuição são atributos inerentes às criaturas, que são criadas posteriormente e surgem por influência de fatores externos e internos.
Essas características, que são a característica mais evidente dos acontecimentos/fenômenos que surgem posteriormente,
-por assim dizer-
É impossível que os seres criados alcancem a região da eternidade de Deus, que é eterno.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas