Caro irmão,
De acordo com Ibn Rushd,
Por consenso dos estudiosos islâmicos, os milagres que demonstram que o profeta é um profeta verdadeiro devem ser comprovados pela razão. Porque a causa do profeta é uma transmissão. E a aceitação de uma notícia transmitida só é possível através da ponderação da razão.
O fato de o Alcorão, como princípio, privilegiar a razão e submeter todos os assuntos à razão é uma prova dessa verdade. Por esse motivo, os estudiosos islâmicos destacaram o seguinte ponto:
Considerando o assunto sob este ponto de vista, é possível compreender o significado da frase de Ibn Rushd.
De fato, no Islã, os destinatários das obrigações religiosas são aqueles que possuem razão. A justificativa para o requisito de ser um indivíduo racional é a capacidade de compreender a mensagem. Uma pessoa com problemas mentais não tem religião nem responsabilidade. Ou seja, sem razão, a revelação não tem valor, pois não encontra destinatário. No entanto, a razão funciona mesmo sem revelação. A existência de milhares de ateus é uma prova disso.
No entanto, é importante salientar o seguinte:
Existem três caminhos de orientação que Deus concede aos humanos.
O que acontece é que, embora nossos sentidos sejam os mais fortes, sabemos que nossos olhos, o órgão sensorial mais poderoso, muitas vezes nos enganam. Por exemplo, uma estrela muito maior que a Terra nos parece muito pequena. Em última análise, as ciências racionais demonstraram sua grandeza.
Este guia de orientação é superior aos sentidos.
A verdade da revelação só pode ser confirmada pela razão. Nesse sentido, pode-se dizer que a razão é anterior à revelação.
No entanto, a razão, depois de confirmar a profecia de Maomé (que a paz esteja com ele) e que o Alcorão é a palavra de Deus, deixa de se opor e obedece.
Dessa perspectiva, embora esses três guias da orientação sejam importantes, em princípio, a revelação ainda depende da existência da razão.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas