– Trata-se de uma situação que é claramente expressa no versículo de Alá: “Nós não castigaremos ninguém sem enviar um mensageiro/profeta.” (Isrā, 17/15).
– Com a comprovação deste versículo, podemos entender que Deus não enviou mensageiros em um ou mais períodos (ou a um grupo específico). Caso contrário, poderia ter sido usada uma expressão como “não deixamos ninguém sem mensageiro e sem conhecimento”.
– Depois de chegarmos a este mundo, a responsabilidade de encontrar a religião verdadeira e viver de acordo com ela, permanecendo no caminho certo, é atribuída a nós. E o conceito que impõe essa responsabilidade de forma mais pesada é a existência de um mensageiro que mostra essa verdade.
– Uma situação está me perturbando e, sinceramente, sinto que estou me afastando do caminho, a cada dia, devido a essa lacuna no conceito de justiça do Islã, a menos que encontre uma resposta.
– Concordamos que encontrar o caminho certo após o nascimento é nossa responsabilidade, guiados pela razão e pelas ideias, de acordo com os profetas e os livros que eles nos trouxeram. No entanto, em qual nação, raça ou época nasceremos está totalmente sob o controle de Deus. Neste caso, enquanto as pessoas que nascem em uma época ou nação sem profetas são libertadas do castigo da outra vida pela palavra de Deus, eu, por sua vez, sou submetido a uma prova em uma época em que Deus enviou um profeta, e posso enfrentar um possível castigo na outra vida.
– Se, como mencionado no versículo, não há castigo, então há recompensa ou aniquilação total. De acordo com isso, as pessoas daquela época não seriam submetidas a uma prova com base em suas ações durante sua vida, e viveriam uma das duas possibilidades sem problemas. Mas eu, por outro lado, nasci neste mundo, sou submetido a uma prova e, além disso, estou diante da possibilidade de sofrer um castigo infernal muito pior, incomparavelmente pior, do que os sofrimentos e tormentos deste mundo, e talvez até para sempre, comparado ao tempo deste mundo.
– Não é injusto que Deus me envie durante um período de provação e envie outra pessoa durante um período sem provação?
Caro irmão,
–
“Nós não castigaremos ninguém sem enviar um mensageiro/profeta.”
(Isra, 17/15)
do versículo que diz:
“que profetas não foram enviados a algumas tribos”
Extrair um significado desse tipo não é muito apropriado. Porque, no versículo, não se trata de se os profetas foram enviados ou não, mas sim de
que a punição só se dá após o envio de profetas
foi enfatizado.
“Não há nação alguma que não tenha recebido um profeta para a advertir.”
(Fatir, 35/24)
Este fato é enfatizado no versículo que diz:
– De acordo com um versículo da Sura Al-Isra, aqueles que não conheceram, não ouviram e não entenderam adequadamente a mensagem do profeta não serão responsabilizados, como se fossem pessoas de um período de interregno.
Aqueles que são da época da ignorância,
Crianças e deficientes mentais entrarão no paraíso sem serem julgados.
Então, isso é justiça?
Sim, é a própria justiça. Pois;
justiça
significa,
Não roubar os direitos de ninguém, não cometer injustiças.
O mesmo se aplica ao nosso caso. Não se deve exigir prestação de contas de crianças, deficientes mentais e pessoas em estado de coma.
não viola os direitos de outras pessoas.
– Se autoridades em algum lugar do mundo contratarem algumas pessoas por meio de testes e outras sem testes, isso pode constituir uma injustiça. Isso porque, como muitas pessoas estão concorrendo ao mesmo emprego e o número de vagas é limitado, contratar algumas sem testes significa prejudicar as demais.
Contudo, no exame da fé, a admissão/entrada no paraíso de alguém sem exame não constitui injustiça. Porque a admissão
O espaço é vasto, a cota é ilimitada, a recompensa é abundante para todos, e os tesouros são inesgotáveis.
Se uma pessoa, apesar de todas as oportunidades e possibilidades, cometeu atos que a tornam merecedora de punição, cobrar o preço disso de pessoas com deficiência intelectual, crianças e alguns indivíduos com deficiência mental é uma desculpa injusta e sem valor. Afinal, mesmo que esses três grupos de pessoas não existissem, ela ainda assim não escaparia da punição que merece.
– Além disso, deixando de lado as bênçãos da razão, da juventude e da grandeza, ninguém prefere ser deficiente mental. Ninguém quer morrer sem crescer.
Aceitar a própria preguiça como desculpa, a escravidão à própria alma, as sugestões do diabo e lamentar e chorar por ter perdido a recompensa e a prova por meio do livre-arbítrio, buscando as causas dessa situação em fatores externos, é uma atitude e um comportamento distante da medida da justiça e da equidade.
Atribuir a culpa de seus próprios atos a outra pessoa é uma grande calúnia e difamação…
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas