Caro irmão,
Essas são importações puras e simples. O Islã, uma religião celestial, não precisa ser remendado com palavras humanas desse tipo.
Sim, a composição está errada; não em termos de gramática, mas conceitualmente, não tem correspondência; porque existe apenas um Islã, seu livro, profeta e seguidores são bem definidos.
Há séculos, as fontes fundamentais de conhecimento e doutrina do Islã são interpretadas por estudiosos, e seus seguidores aplicam uma ou várias dessas interpretações, buscando viver de acordo com o Islã. A unicidade do Islã não exige que todas as interpretações e práticas sejam únicas, de um tipo só, uniformes. Existem correntes de pensamento com interpretações diferentes, tanto em termos de crença quanto de prática (ação, comportamento de acordo com as regras de culto e organização da vida no Islã); e mesmo dentro de uma corrente de pensamento, existem diferenças em termos de aplicação completa ou incompleta; no entanto, essas diferenças não receberam nomes, por exemplo, Islã Maturidi, Islã Ash’ari, Islã Shafi’i… assim como Islã dos justos, Islã dos pecadores…
Partindo desse princípio, ninguém diria, por exemplo, referindo-se à área de culto, à área do direito… O Islã também tem preceitos e proibições relacionados à política, e é impossível separar o Islã da política como teoria e crença.
Se alguns muçulmanos desejam que a vida política também seja regulamentada e conduzida de acordo com o Islã, se organizam e atuam para isso, não é correto dizer que eles e sua religião são isso ou aquilo. Existe apenas um Islã, alguns muçulmanos querem aplicá-lo totalmente ou têm a capacidade de fazê-lo, outros aplicam ou podem aplicar apenas parte dele. Se for preciso dar um nome, isso não se faz dividindo ou diversificando o Islã, mas sim de acordo com a aplicação completa ou incompleta, com base em tal ou qual interpretação.
É muçulmano aquele que se submete à vontade e à graça de Deus. Assim como Deus ordena a oração e o jejum, Ele proíbe o usura, a fornicação, a imoralidade, o suborno, a opressão e a tirania. Como muçulmano, aquele que se submete a Deus, sem negociações e sem dividir as regras da religião, se submete a Ele em toda a sua vida, na medida do possível. Sua principal função é impedir que ocorra, no espaço público, uma situação contrária ao Islã (que também pode ser considerada contrária aos direitos humanos e à moral). Se não tiver poder para isso, vive como muçulmano em sua vida privada e pública, sem afetar os outros. Se nem isso for possível, faz o que pode e é perdoado por aquilo que não pode fazer, pois está além de sua capacidade.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas