– Pode me explicar o que o Islã pensa sobre clonagem?
– As pessoas podem determinar quais características um bebê terá no útero materno?
Caro irmão,
Clone,
É um organismo ou célula geneticamente idêntica a outro organismo. Muitos organismos simples copiam seu DNA durante a divisão mitótica; então a célula se divide em duas e os novos DNAs são enviados para as duas novas células. Essas células são clones uma da outra, porque a estrutura genética é exatamente a mesma. Em organismos complexos, ocorre a reprodução sexual. O DNA do espermatozoide do pai entra no óvulo da mãe e se combina com o DNA da mãe. Assim, o novo indivíduo resultante não possui a mesma estrutura genética da mãe e do pai.
Clonagem
o termo, por sua vez,
é o processo de transferir o DNA de uma célula corporal para um óvulo (ovócito) que teve seu DNA removido.
Com essa técnica, foram realizados estudos de clonagem em porcos, sapos, ratos e macacos. Em todos os casos, foram utilizadas blastocistes, que são as primeiras células da vida embrionária. Essas são células embrionárias não especializadas, programadas para se dividir múltiplas vezes.
Mas
Dolly
Dolly era diferente de todos os outros animais; sua origem genética fundamental vinha de uma célula mamária de uma ovelha grávida de seis anos. Ian Wilmut e seus colegas da Roslin Institute, na Escócia, precisavam de alguma forma “acordar” o DNA dessa célula para que ela entrasse em divisão celular em série. Eles usaram estímulos elétricos e agentes químicos. Transferiram esse DNA para um óvulo de outra ovelha, pronto para ser fertilizado. Uma corrente elétrica foi usada para garantir essa integração. Durante a implantação do DNA na célula, ocorreu uma série de eventos químicos que ainda não são totalmente compreendidos. Normalmente, o óvulo contém proteínas citoplasmáticas que induzem a divisão que permite a formação do embrião, diferentemente das outras células. Sabendo disso, os cientistas escoceses separaram essas proteínas especiais do óvulo e as transferiram para o DNA retirado da mama. Depois que a implantação do DNA no óvulo foi concluída, o embrião foi deixado para se dividir em um ambiente adequado, como na técnica de fertilização in vitro. Após algumas divisões, foi retirado na fase de blastocisto e implantado no útero de uma nova ovelha. No final da gestação, o cordeiro que nasceu recebeu o nome de Dolly. Testes mostraram que o DNA de Dolly era idêntico ao da ovelha da qual a célula mamária foi retirada. O anúncio oficial foi feito seis meses depois; esperava-se que Dolly crescesse e atingisse a puberdade.
Essa é a história do cordeiro clonado.
Dolly, a ovelha mais famosa do mundo, gerou muitas controvérsias. Alguns pesquisadores apontam para pontos tecnicamente inexplicáveis. Por exemplo, de acordo com os conhecimentos básicos de biologia, as células especializadas do corpo não podem se multiplicar para formar um novo organismo. Ou seja, o DNA de qualquer célula corporal está programado para criar apenas sua própria cópia. Por exemplo, uma célula da pele, por meio de divisões sucessivas, produz apenas mais células da pele. No entanto, as primeiras células do embrião, antes da diferenciação e especialização, podem se transformar em células com atividades muito diferentes. Dolly foi apresentada como uma revolução, considerada como uma quebra dessa regra fundamental. No entanto, o DNA de Dolly foi extraído de uma ovelha grávida. Em todos os animais grávidos, o tecido mamário é muito mais suscetível a desenvolvimento e crescimento do que o normal. Por isso, alguns pesquisadores não acreditam que Dolly tenha introduzido um novo conceito, considerando-a muito próxima de um óvulo fertilizado. Sabe-se que é semelhante à técnica de fertilização in vitro.
Há também quem afirme que a clonagem acarreta sérios problemas de saúde. Em um artigo publicado no Washington Post em maio de 1999, foi relatado que em animais clonados, as anomalias placentárias e do cordão umbilical, bem como as deficiências imunológicas, eram três a quatro vezes mais frequentes do que o normal. O artigo afirma que há uma razão para os seres vivos serem formados por um pai e uma mãe, e que a ausência de um dos progenitores teria um efeito negativo. Aproximadamente metade dos animais clonados e desenvolvidos foram perdidos por várias razões. Observaram-se grandes defeitos cardíacos e pulmonares nesses animais. Embora a causa das anomalias não seja totalmente compreendida, elas são atribuídas a um mecanismo chamado “imprinting”. Este mecanismo, descoberto há cerca de dez anos, indica que os genes que chegam ao embrião carregam marcas que indicam se são de origem materna ou paterna. Essas marcas, como um interruptor, determinam qual gene parental será ativo. Nos animais clonados, observa-se uma disfunção dessa função de equilíbrio. Em treze novilhas clonadas recentemente nos Estados Unidos, observou-se retenção anormal de líquido na placenta pré-natal e insuficiência cardíaca. Algumas dessas novilhas morreram no útero, outras logo após o nascimento. A autópsia revelou esteatose hepática avançada, sugerindo um distúrbio metabólico. Algumas semanas após essas publicações, a revista Lancet relatou a morte de uma vaca clonada sete semanas após o nascimento, devido a insuficiência do sistema imunológico.
A causa de todas essas anomalias e mortes ainda não é totalmente compreendida. Os pesquisadores relatam que a corrente elétrica e as substâncias químicas usadas durante a integração do gene na célula-ovo podem ser fatores. As mutações que ocorrem nessa etapa são consideradas responsáveis pelas mortes e anomalias orgânicas.
De fato, pesquisadores escoceses, após 277 tentativas fracassadas,
Dolly
Eles conseguiram clonar o(a) ‘nome’.
Outro problema que surge em animais clonados é a idade. Por exemplo, não se sabe se a idade de Dolly, no momento em que foi clonada, ou a idade de sua mãe deve ser considerada.
Os estudos de clonagem em animais chamaram a atenção para a ideia de clonagem humana, tema de ficção científica. A clonagem humana foi proibida nos Estados Unidos. Clinton iniciou estudos para avaliar o assunto do ponto de vista ético.
Atualmente, a clonagem humana é proibida no Reino Unido e em muitos países europeus.
O debate ético sobre a clonagem humana, que levanta questões muito diferentes das da clonagem animal, continua em muitos centros. Enquanto algumas autoridades defendem que a clonagem não difere muito dos gêmeos univitelinos, outras apontam importantes inconvenientes. Além dos problemas de saúde que a clonagem pode causar, essa técnica pode ter efeitos imprevisíveis tanto no indivíduo receptor quanto no indivíduo doador. Em alguns centros, já se discutem ideias como a produção de órgãos para transplante em ambiente de laboratório por meio da clonagem; ou a clonagem de uma pessoa com uma doença mortal para obter órgãos e tecidos compatíveis.
Os avanços na engenharia genética alcançaram nos últimos anos uma velocidade realmente vertiginosa. A ambição e as fraquezas da natureza humana evidenciam a necessidade de monitorar cada etapa desses trabalhos e de baseá-los em valores éticos.
O PROCESSO DE COPIAR, COM TODAS AS SUAS ETAPAS
1.
Célula obtida do tecido mamário de uma ovelha.
2.
O DNA dessa célula é extraído de dentro da célula.
3.
O DNA das células da mama é submetido a um processo especial nesta etapa.
4.
Uma célula ovariana de outra ovelha é extraída.
5.
O DNA desta célula está sendo esvaziado.
6 de 7.
O DNA extraído de uma célula mamária de outra ovelha é inserido na célula-ovo, da qual o DNA foi removido, com a ajuda de uma corrente elétrica.
8.
A nova célula é deixada para se dividir em um meio ambiente especial.
9.
Quando as células divididas atingem um número de 16 a 20, elas são implantadas no útero de uma terceira ovelha.
10.
Como resultado de uma gravidez normal.
Dolly
está chegando ao mundo.
Dolly,
Não é um ser vivo que foi “criado” por cientistas, como alguns pensam.
Porque todos os materiais biológicos usados neste processo, como células, núcleo celular, membrana celular, mitocôndria, DNA e outros componentes vitais da vida, são retirados de um organismo vivo e transferidos para outro organismo vivo, já prontos. Isso não é a origem da vida a partir de matéria inanimada, mas sim a produção de um novo organismo vivo por meio da transferência das características vitais de um organismo vivo para outro, utilizando meios tecnológicos.
No procedimento de clonagem,
Células retiradas da mama de uma ovelha adulta são mantidas em cultura até atingirem a fase de repouso, quando seu crescimento ou divisão são interrompidos. Uma célula da cultura é então combinada com um óvulo de outra ovelha, do qual o núcleo foi removido. Isso permite que o núcleo da célula, que contém o genoma da ovelha adulta original (ou seja, a soma de seu material genético), substitua o genoma do óvulo. O óvulo então começa a se desenvolver em ambiente de laboratório; e, após a constatação de que o desenvolvimento é normal, ele é transferido para o útero da ovelha receptora.
Além disso, foi observada a presença de defeitos genéticos ocultos nesses organismos clonados. Dolly, além de obesa, contraiu arterite, ou seja, inflamação das artérias. Ela também começou a apresentar inflamação articular no joelho e no quadril esquerdo.
Dolly envelheceu precocemente.
Isso ocorre porque, como foi desenvolvida a partir de uma célula mamária adulta de uma ovelha, e não de um espermatozoide de zero anos, envelhece muito mais rápido do que seus pares. Aos três anos de idade, tem a estrutura de uma ovelha de seis anos.
Sim, noventa e oito por cento das tentativas de clonagem animal resultaram em fracasso. O destino de Dolly, apresentada como um sucesso, é algo que deve fazer a humanidade refletir.
Apesar das notícias na mídia sobre clonagem genética, ou seja, a cópia, que se tornou popular nos últimos anos, estamos apenas no início da jornada na ciência genética. A genética ainda está muito longe de explicar até mesmo alguns conceitos básicos resumidos acima. Claro, isso não significa que eles não serão desvendados um dia. O ponto a ser enfatizado aqui é…
“Criamos uma cópia de uma ovelha!…”
O que alguns cientistas que fizeram tais declarações não percebem é o quão grande é o erro que cometeram. É realmente triste que algumas pessoas, incapazes de entender a sabedoria de tantas bênçãos que nosso Senhor nos deu, como a razão e a visão, usem tais expressões com uma atitude quase rebelde. Nossa tarefa é progredir na ciência, como nosso Senhor nos ordenou, fazendo-o com reflexão, apreciação, admiração e gratidão.
Além disso, é possível manipular os códigos genéticos dentro dos limites permitidos por Deus.
Isso é uma demonstração da honra que Deus concedeu à humanidade. No entanto, manipular o código genético de um ser vivo, como alguns afirmam, não está relacionado à personalidade e crença da criatura, mas sim à sua estrutura física e biológica. É possível determinar, dessa forma, se um bebê será menino ou menina. Isso não é contrário ao destino, mas sim fazer algo que está dentro do conhecimento de Deus. Ou seja, uma pessoa não pode dizer “mudando meu caminho, mudei meu destino”. Ela só pode dizer “mudei meu caminho”. De qualquer forma, o caminho que ela seguir é considerado dentro do destino. Da mesma forma, a determinação de se uma pessoa será menina ou menino está, até certo ponto, dentro da permissão de Deus. Isso é apenas mudar a ação, não o destino ou a vontade de Deus.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas
Comentários
apóstolo
(O diabo disse): “Eu certamente lhes ordenarei que cortem as orelhas dos animais e certamente lhes ordenarei que alterem a criação de Deus…” (Al-Nisa, 4:119)