Caro irmão,
Mente
para,
“Instrumento de compreensão. Capacidade de pensar. Inteligência. Mente.”, “Um raio de luz espiritual, cujo minério está no coração e na alma, e cujo brilho está no cérebro.”
foram feitas diversas variações da receita.
Os filósofos entenderam a razão em diferentes sentidos e a definiram de maneiras diversas; mas não se pode apontar uma definição única sobre a qual concordem. O que isso significa? Significa que o homem ainda não compreendeu a essência da sua razão.
Uma bela descrição sobre a mente:
“A razão é uma substância que, por sua essência, é abstrata da matéria, mas, por sua ação, está relacionada com a matéria.”
Como pode ser abstrato em relação à matéria e, ao mesmo tempo, estar relacionado com ela? O seguinte exemplo pode esclarecer o assunto.
Podemos tocar livremente em uma geladeira ou máquina de lavar roupa em funcionamento sem recebermos choque elétrico. Portanto, a eletricidade não está intrínseca àquele aparelho. Mas está relacionada a ele por sua ação. Entre a mente e o cérebro também existe uma relação semelhante, embora não idêntica.
Muito se disse sobre a função da razão. Uma das opiniões mais aceitas é a seguinte:
“A razão é uma ferramenta de compreensão.”
Se a razão é um instrumento, haverá também quem a utilize. Provavelmente, quem usa os olhos para ver e a língua para saborear, também deve ser quem usa a razão para entender. E esse não é outro senão o espírito. De fato, ao repreender alguém que age de forma errada,
“Use a sua razão!”
Não é isso que dizemos? Provavelmente não estamos dizendo isso para a mão, o braço ou os órgãos internos daquele homem.
Eis que a alma, a quem queremos que use a razão, não consegue descrever a razão. Como poderia, se ainda desconhece sua própria essência, é ignorante dela?
Todo instrumento tem uma capacidade, todo balão tem pesos mínimos e máximos que pode pesar. Com uma balança de um quilo, não se pode pesar nem dez quilos de ferro, nem dez gramas de ouro. Em ambos os casos, o instrumento não nos dá uma ideia, apenas se mantém imóvel.
Todos os órgãos sensoriais do ser humano são como balanças. De fato, o ser humano não consegue ver micróbios a olho nu, nem estrelas cujas luzes ainda não chegaram ao nosso planeta. Um microscópio, um telescópio ampliam um pouco seu horizonte, mas ainda assim não podem ultrapassar certos limites. O mesmo acontece com a audição e o olfato do ser humano.
Vamos lá
“significado”
ao assunto. A pessoa que pensa em usar cada ferramenta no lugar certo, que não sobrecarrega nenhuma delas, não as maltrata, não as esmaga, não as destrói, por algum motivo, esquece todas essas precauções quando se trata da razão; tenta atribuir-lhe tudo. Esforça-se por compreender até os assuntos mais sutis da área metafísica, por resolver os seus problemas mais profundos, por descobrir as suas verdades mais distantes. No entanto, há áreas específicas em que a razão pode funcionar. E, em alguns assuntos, não é sequer correto que uma pessoa fale, ou mesmo faça conjecturas.
Há muitos campos em que a razão não pode vagar sem orientação. Um deles é:
Por que o universo foi criado?
A razão, porém
“Como o universo foi criado”
pode dizer algo sobre isso. O propósito de sua criação transcende o âmbito da razão. Neste vale, o homem ouvirá apenas a razão e a palavra de Deus, que criou o universo.
O ser humano,
Ele pode compreender com sua mente que toda criatura foi criada com sabedoria e propósito, e que ele próprio não pode ser deixado à deriva. Mas ele não pode decidir por si mesmo o que deve fazer em relação ao seu criador, ao seu Deus. Ele pode entender que toda bênção requer gratidão, mas não pode fazer conjecturas sobre como isso deve ser feito.
Outra área que a razão não consegue abordar sozinha,
“É a essência de Deus.”
Como pode alguém ousar falar sobre isso sem autorização, quando ainda não compreendeu a essência da sua própria mente e alma?
Outro campo é a morte e o além-mundo; o túmulo, o dia do juízo, a prestação de contas, a recompensa e o castigo… Fazer conjecturas sobre esses assuntos também transcende a razão. Em todos esses e outros assuntos semelhantes, o que a razão exige é o cumprimento fiel da lei divina.
“Se tua ideia se apaga, abrig-te sob o sol do Alcorão.”
Olhe com a luz da fé, para que, em vez de sua ideia, que é como um vaga-lume, cada versículo do Alcorão lhe dê luz como uma estrela.”
(ver Mensagens, Mensagem Trinta e Duas, Terceiro Parágrafo)
Aqueles que se encontram sob a luz do Alcorão alcançam a iluminação, tornam-se como recém-nascidos. Suas mentes estreitas se expandem repentinamente. Seus olhos cegos se abrem. Eles começam a caminhar, nadar e voar em áreas onde antes não conseguiam dar um único passo. Mas, é claro, até certo ponto. Porque são servos, criaturas.
Na verdade, o caminho para a razão é único: obedecer à própria revelação, e não à palavra de alguém ou de outro.
“Deus é único.”
O caminho dele é único. Não percebes que a reta que se considera existir entre duas coisas é única? Mas os caminhos da ignorância e da perversão são muitos. De fato, as linhas curvas imaginadas entre duas coisas são infinitas.”
(Kınalızade)
A história da filosofia está repleta de debates sobre a razão. Esses debates se concentraram extensivamente no que é a razão, mas muitas vezes negligenciaram como ela deve ser usada. No entanto, este último ponto é muito mais importante do que o primeiro.
É sabido que, se uma pessoa sabe usar uma ferramenta, pode usufruir dela com facilidade. Conhecer os detalhes de seu funcionamento, muitas vezes, não é necessário.
Vamos ler atentamente a tradução deste versículo do Alcorão:
“E eles te perguntam sobre o espírito: Dize: O espírito está sob o comando do meu Senhor, e a vós só foi dado um pouco de conhecimento.”
(Isra, 17/85)
Esta mensagem divina também se aplica à razão. Aliás,
“alma”, “coração”, “mente”
As palavras são frequentemente usadas com o mesmo significado. Enquanto alguns consideram a razão como um atributo da alma, outros veem as palavras razão, coração e alma como diferentes nomes para a mesma essência.
Sim, tanto no Alcorão quanto nos hadiths, a ênfase não está tanto na essência da razão, mas sim em como ela deve ser usada. A criação do céu e da terra, as fases da criação do homem, os benefícios das montanhas e dos rios, a inspiração da abelha, a semelhança da primavera com a ressurreição, são tantas imagens instrutivas apresentadas à razão humana. E ela é chamada a pensar, compreender e agradecer.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas