Caro irmão,
A oração de sexta-feira (Jum’a) é obrigatória nas cidades, vilas e aldeias com mesquita. No entanto, uma pessoa que se encontra em um local distante de uma área urbana não tem a oportunidade de realizar a oração de sexta-feira, portanto, ao realizar a oração do meio-dia (Zuhr) naquele dia, ela cumpre com sua obrigação religiosa e não tem responsabilidade.
Existem diferentes opiniões e interpretações sobre este assunto:
No campo da jurisprudência islâmica, a interpretação literal dos textos confiáveis apoia Abu Ali al-Dakkak.(2) De fato, a hadith (tradicional islâmica) sobre este assunto nem sequer indica que o empregador tenha tal autoridade:
Em Dürrü’l-Muhtar, este assunto é abordado de forma sucinta, dizendo-se o seguinte:
(4)
Em outros livros de jurisprudência, usa-se uma expressão semelhante. Em conclusão, podemos dizer que: o empregador nunca tem o direito de impedir o trabalhador de ir à sexta-feira. Quanto à alegação de que a fábrica ou qualquer local de trabalho não funcionar por uma hora causaria grandes prejuízos, um empregador crente pode organizar seu trabalho de acordo com isso. Pode ajustar os turnos de acordo. Além disso, uma hora de funcionamento da fábrica e do local de trabalho não é melhor do que a sexta-feira. É benéfico em todos os aspectos que o trabalhador vá à mesquita uma hora por semana para renovar sua alma, melhorar seu sistema nervoso e aumentar sua cultura religiosa. Ele aprende que todo direito tem um dever correspondente, toda bênção tem um ônus correspondente. Ele se dedica mais seriamente ao seu trabalho e se esforça para dar de comer a sua família. Hoje, aqueles que privam os trabalhadores dessa bênção estão sofrendo prejuízos de milhões de liras por dia com as greves, a destruição e a falta de responsabilidade no trabalho. Uma hora dedicada à sexta-feira é insignificante em comparação. Além disso, tornar o feriado semanal a sexta-feira é uma solução suficiente para eliminar as objeções e a relutância a esse respeito. Nesse caso, os funcionários também poderão ir à sexta-feira com tranquilidade. Claro, isso é uma questão de lei e depende da competência do parlamento.(5)
A opinião e a decisão de alguns dos teólogos não se baseiam em nenhum hadiz autêntico. Trata-se apenas de uma analogia feita considerando-se a questão da escravidão. Em minha opinião, essa analogia é diferente; pois o analogado e o analogante não se encontram em um ponto comum.
O Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) disse:
1- El-Muhit / Serahsî – Fetâvâ-yi Hindiyye: Vol. 1, p. 144.
2- Bahrirâik / İbn Nüceym.
3- Em Bedayiu’s-Sanayi, de Kâsânî -. De acordo com o Profeta Câbir (RA).
4- Dürrül-Muhtar; Vol. 1, p. 852 (Ibn Abidîn).
5- Algumas fábricas precisam funcionar 24 horas por dia, sem interrupções. Uma pausa de uma ou duas horas causaria grandes dificuldades. Nesse caso, parte dos trabalhadores pode deixar de ir à sexta-feira. No entanto, essa ausência deve ser alternada semanalmente.
6- Abu Dawud – Baihaqi – de Abdullah ibn Amr (que Deus esteja satisfeito com ele).
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas
