– Em um vídeo que assisti e nas pesquisas que fiz, dizem que o Profeta Maomé matou um judeu que havia apedrejado uma mulher muçulmana, esmagando sua cabeça com duas pedras.
– Você poderia me dar informações sobre isso?
– Pode-se aplicar a pena de apedrejamento como castigo ao criminoso?
Caro irmão,
O Profeta Muhammad (que a paz seja com ele),
“Ele fez com que um assassino judeu, que esmagou a cabeça de uma mulher muçulmana entre duas pedras, sofresse a mesma punição.”
(Buxari, Husumat, 1, Diyat, 13; Muslim, Kasame, 17)
De acordo com a Lei Islâmica, a vingança é aplicada em casos de homicídio e lesões corporais intencionais.
Na lei islâmica, a qisas é
“preservar a vida”
é uma sanção penal imposta para atingir um objetivo de justiça. O assassino recebe a pena de qisas como uma punição equivalente ao crime que cometeu.
“Ó crentes! Foi-vos prescrita a lei do Talão em matéria de homicídios…”,
“Ó vós que possuís a razão! Na vingança está a vida para vós. Talvez assim vos abstenhais de cometer crimes.”
(Al-Baqara, 2/178, 179)
dos versículos que dizem
– a respeito da vingança –
Com a ordem em vigor, é possível considerar a não sua execução?
Portanto,
A pena por um assassinato cometido intencionalmente e com premeditação foi aplicada de acordo com o princípio da vingança, ou seja, com a mesma crueldade.
Algumas disposições sobre o assunto:
1)
É permitido matar um homem em vingança pela morte de uma mulher.
2)
De acordo com Maliki e Shafi’i, o assassino deve ser morto da mesma forma que ele matou a vítima.
Na vingança, o assassino é punido com a mesma forma como ele assassinou.
Ou seja, o assassino é morto da mesma maneira e com o mesmo instrumento com que matou a vítima. É feita a mesma coisa que ele fez ao cometer o crime. No entanto, se o parente mais próximo da vítima renunciar a esses métodos e preferir que a execução seja feita com a espada, isso é permitido. Na verdade, para evitar as divergências de opinião na doutrina geral da jurisprudência islâmica, a execução com a espada é mais apropriada.
Eles tentam fundamentar essa opinião com a generalidade da linguagem usada nos versículos e hadices que mencionam a lei do talão. Ou seja, como a lei do talão é uma punição equivalente ao crime cometido, a execução só pode ser considerada completa se for aplicada usando o mesmo método com que o crime foi cometido. Se o assassino matou com uma espada, ele também deve ser morto com uma espada; se o assassino matou com uma pedra, afogando ou jogando de uma altura, ele também deve ser morto da mesma maneira.
(Remli, 1968: VII, 304)
Os seguidores de Shafi’i e Malik também baseiam essa opinião na ideia de que a justiça só pode ser plenamente alcançada se o assassino for punido com o mesmo método que usou para cometer o crime.
Hanafita e Hanbalita
Os juristas, por sua vez, afirmam que a vingança, quando for por meio da execução, só pode ser feita com a espada.
(Kasani, 1986: VII, 245)
Eles baseiam essa opinião no seguinte hadith, que é atribuído ao Profeta Maomé:
“A vingança só se faz com a espada.”
(Ibn Mace, Diyet, 25; Heysemi, 1407: VI, 291; Beyhaki, 1355: VIII, 63)
Os Hanefitas e os Hanbalitas explicam suas opiniões sobre este assunto da seguinte maneira:
– Independentemente de o crime de homicídio tenha sido cometido com uma espada ou outro instrumento semelhante, com uma pedra ou um bastão, por afogamento, queimadura, decapitação de um membro seguido de decapitação, por tortura ou, em suma, por qualquer outro meio que não os mencionados, a vingança é apenas
é aplicado com a espada.
– Na execução da vingança, não se deve fazer ao assassino o que ele fez, seja qual for o método usado, seja com uma espada ou outro instrumento.
A execução só pode ser efetuada com a espada.
Porque, nos métodos que não utilizam a espada, além da execução, há tortura do assassino. No entanto, só é permitido que o assassino seja executado, e são proibidas ações que possam torturá-lo. Além disso, na vingança, a espada é o único meio de garantir que o assassino sofra menos.
(Kasani, 1986: VII, 245; Ibn Qudama, 1972: IX, 394)
Pode-se dizer que essa determinação se baseava no fato de que, nas condições da época, a execução só poderia ser feita com a espada, sem causar muito sofrimento ao criminoso, e que não havia outra alternativa. Os juristas Hanefita e Hanbalita também apoiam essa opinião com os seguintes hadiths do Profeta Maomé (que a paz esteja com ele):
“Deus ordena que se trate bem de tudo. Se for matar alguém, faça-o da maneira mais adequada. Se for sacrificar um animal, faça-o da melhor maneira possível. Quem sacrificar um animal deve afiar a faca e não deve causar sofrimento ao animal.”
(Müslim, 1955: Sayd, 57; İbn Hibban, 1993: VIII, 199)
“O Profeta proibiu a tortura por meio da mutilação de membros humanos, como mãos, pés ou nariz.”
(Buhari, ty: Mezalim, 30)
“Os crentes são aqueles que matam da maneira mais adequada (sem tortura).”
(Abu Dawud, 1969: Jihad, 120)
Esses hadiths ordenam que a execução seja realizada da maneira mais adequada, proibindo qualquer método de execução que cause tortura ou sofrimento à pessoa a ser executada. Do texto do hadith,
independentemente de como o assassino cometa o crime,
Entende-se que, mesmo que ele tenha praticado corrupção por meio da tortura, foi ordenado que o método de execução a ser aplicado a ele fosse o mais adequado possível.
Para reiterar, considerando as condições da época e os meios técnicos disponíveis, bem como os costumes e tradições estabelecidos, a execução com espada deve ser considerada como o método mais adequado, e portanto natural, de execução.
Os Hanefitas interpretam a narração do hadith mencionada nesta questão da seguinte maneira:
– Castigar o assassino da mesma forma que ele matou a vítima era uma prática comum nos primeiros tempos do Islã. Posteriormente, essa lei foi abolida.
– É provável que o Profeta Maomé (que a paz esteja com ele) tenha matado o judeu por direito de Deus. Em tais casos, o instrumento usado para matar não é importante.
3)
Os crimes que exigem retaliação também ocorrem quando o criminoso confessa seu crime. Porque o Profeta (que a paz seja com ele) castigou o judeu por sua própria confissão.
4)
Aquele que não é muçulmano e mata um muçulmano é punido com a lei do talão.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas