Caro irmão,
Conta-se que,
Yunus Emre
que examina a corte de
Molla Kasım
uma pessoa, incapaz de compreender as palavras sábias com seu conhecimento superficial, rasga as páginas que estava lendo. Ao chegar a estas palavras, no entanto, percebe seu erro:
“Derviş Yunus, não distorças essas palavras,
Um certo Molla Kasım virá te arrastar para a prisão…”
De Yunus Emre
“Molla Kasım”
Uma das expressões que ele usa para incitar a crítica às pessoas que descreve através de seus estereótipos é:
“O paraíso que eles dizem que é paraíso, são apenas alguns palácios e algumas virgens.”
“Dê a lembrança a quem a quiser, eu preciso de você, preciso de você.”
De acordo com eles
“Yunus Emre, com este poema, está profanando o paraíso.”
Contudo, nessas declarações dele não há menosprezo ao paraíso, mas sim a valorização maior da aprovação de Deus, o que é compatível com o Alcorão. De fato, o versículo declara:
“…E a aprovação de Allah é maior…”
(At-Tawbah, 9/72)
O paraíso é, sem dúvida, algo que o homem deseja e não há absolutamente nenhum problema religioso em aspirar a ele; na verdade, muitos versículos nos incentivam a ganhar o paraíso, a competir por ele.
(Por exemplo, veja Al-Imran 3/133; Hadid 57/21)
Mas isso fica para trás em comparação com a aprovação de Deus, em relação a ela.
Se alguém tem um jardim muito bonito, com as frutas mais saborosas, aqueles que comem as frutas do jardim certamente amam o jardim. Mas há uma diferença enorme entre amar o jardim e amar o dono do jardim. Há uma diferença semelhante entre amar o paraíso e amar Deus, o dono do paraíso.
Rabiatu’l-Adeviye, uma das grandes figuras da espiritualidade, dizia:
“Ó Deus, se eu te adoro por medo do inferno, então me queime no fogo do inferno. Se eu te adoro esperando o paraíso, então me priva dele. Se eu te adoro apenas por te amar, então não me prives da tua beleza.”
[Özköse, (Heyet) Sufismo, p. 123].
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas