– É verdade que, quando disseram que o navio que transportava os bens do Imam Abu Hanifa afundou, ele disse “Alhamdulillah” (Louvado seja Deus), e também disse “Alhamdulillah” quando disseram que não afundou?
– A informação é a seguinte:
– O Imam Abu Hanifa era um homem rico e envolvido no comércio. Durante o dia, dava aulas aos seus alunos na mesquita até ao meio-dia, e à tarde dedicava-se ao comércio. Tinha navios que transportavam mercadorias.
– Um dia, enquanto estava em aula com seus alunos, um homem gritou de fora:
“Ó Imam, seu navio afundou!” Imam-ı Azam, após um breve momento de hesitação, disse: “Alhamdulillah…” E continuaram a aula.
– Passado algum tempo, o mesmo homem voltou.
“Ó Imam, houve um engano. O navio que afundou não era o seu.” disse. O Imam respondeu a essa nova notícia da mesma forma: “Alhamdulillah…”
– Surpresos com a situação, os alunos perguntaram com curiosidade:
“Mestre, quando você ouviu que seu navio havia afundado, você louvou a Deus. Então, quando você soube que o navio afundado não era o seu, você louvou a Deus novamente. Qual é o motivo disso?”
– Imam-ı Azam explicou:
“Quando me chegaram notícias de que o navio havia afundado, examinei meu coração. Não havia nenhuma tristeza pela perda dos bens materiais. Agradeci a Deus por isso. Depois, recebi a notícia de que o navio afundado não era meu. Olhei novamente para meu coração. Não havia alegria pela posse de bens materiais. Agradeci a Deus por isso também. Louvado seja Deus, pois Ele não prendeu nossos corações aos bens materiais.”
Caro irmão,
Apesar de todas as nossas pesquisas, não conseguimos encontrar a origem desta história.
Nem em sites em língua turca nem árabe na internet há referência a essa história.
Reproduzido sem citar a fonte.
No entanto, Imam Azam explica o assunto da seguinte forma:
“Quando me disseram que o navio havia afundado, examinei meu coração. Não havia tristeza alguma pela perda de bens materiais. Agradeci por essa situação. Então, recebi a notícia de que o navio afundado não era meu. Olhei novamente para meu coração. Não havia alegria alguma por ter escapado da perda de bens materiais. Agradeci também por essa situação.”
Louvado seja Deus, pois Ele não prendeu nossos corações ao mundo.
Esses estados de espírito se desenvolvem paralelamente aos níveis espirituais. Não se ensina a matemática de nível superior a uma criança do ensino fundamental. Porque a aptidão e a capacidade, a experiência e o conhecimento, a razão e o coração dessa criança não estão em condições de compreender isso.
Por esse motivo, não é correto comparar pessoas como nós com um ser como o Imam Abu Hanifa, que era um tesouro de conhecimento e santidade.
No entanto, essa postura do Imam está totalmente em conformidade com as mensagens do Alcorão:
“…Não há desgraça que ocorra na terra ou que vos atinja, que não esteja escrita num livro antes de a criarmos. Certamente, isso é fácil para Alá.”
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Isto é,
que vocês não se lamentem por aquilo que perderam e que não se deixem corromper pelas bênçãos que Deus lhes concedeu.
é por isso. Deus não ama ninguém que se vangloria e se envaidece.”
(Hadid, 57/22-23)
Esta verdade é enfatizada nos versículos que seguem.
Yunus Emre chama a atenção para este ponto da seguinte forma:
“Não me alegro com a abundância, nem me lamento com a escassez.”
Consolo-me com teu amor, só a ti preciso, só a ti.
Bediuzzaman também diz o seguinte:
“A pessoa sensata não se alegra com o que ganha no mundo nem se entristece com o que perde. Porque o mundo não para, ele segue. E a pessoa também segue com ele. Você também é um viajante.”
(Mesnevi-i Nuriye, Habbe.)
Mas para chegarmos a essa posição, precisamos subir muitos degraus da escada.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas