– Uma afirmação de um ateu é a seguinte: qual a resposta a isso?
“Omar não foi justo porque, quando escravas em Medina eram assediadas por homens enquanto iam longe para satisfazer suas necessidades fisiológicas, em vez de punir os agressores, ele dizia às escravas para tirarem seus véus. Ele poderia ter punido os agressores para manter a ordem. Era como se estivesse dizendo: ‘Vocês são escravas, não têm direito de reclamar quando são assediadas’.”
Caro irmão,
Antes de mais nada, é útil consultar o seguinte versículo sobre o assunto:
A cobertura da beleza com o objetivo de proteger a castidade é mencionada nos versículos relevantes da Sura Nur. Aqui, no entanto, pede-se às mulheres que usem roupas externas ao saírem de casa, com o objetivo de prevenir assédio e perturbações.
Como consequência deste versículo, a proibição de usar o hijab para as escravas, imposta por Omar, visava primordialmente proteger as mulheres muçulmanas. De fato, o incidente em que uma mulher muçulmana foi assediada por um judeu no mercado de Medina após a imigração do Profeta e seus companheiros para Medina, demonstra que, desde o primeiro dia, as mulheres muçulmanas eram alvos dos judeus e dos hipócritas, que tentavam assim refletir seu ódio e agressividade contra os muçulmanos.
É um fato que o bom senso reconhece que, embora os autores de atos imorais contra mulheres sejam punidos, os crimes cometidos como resultado da corrupção moral não podem ser eliminados apenas por meio de punições. A maneira de erradicar completamente o crime é tomar medidas em todos os aspectos. O próprio Omar usou esse método eficaz. De forma alguma se pode legitimar o assédio de uma escrava.
De acordo com informações comuns nos comentários bíblicos, as casas de Medina eram pequenas e não tinham banheiros. As mulheres saíam de suas casas à noite para atender às suas necessidades, afastando-se um pouco para fazer suas necessidades e voltavam. Aproveitando-se dessa situação, alguns hipócritas e ignorantes ficavam em locais apropriados, assediando as mulheres verbal e fisicamente, e quando pegos, diziam que era assim. Para eliminar essa desculpa, as mulheres livres foram obrigadas a usar um manto externo chamado cilbab ao saírem de casa. O califa Omar, com o objetivo de manter a ordem, proibiu as escravas de usar o cilbab, distinguindo-as das mulheres livres, mas essa proibição foi posteriormente revogada.
Portanto, o uso do véu islâmico, como aqui ordenado, é uma medida temporária destinada a manter a ordem e prevenir o assédio.
Geralmente, é mais apropriado atribuir o fato de que os intérpretes tentam incluir outras mulheres no âmbito dessa regra, embora o comando se aplique apenas às esposas do Profeta (que a paz seja com ele), e tornam o uso de uma capa externa ao sair de casa uma obrigação permanente, aos costumes e valores da época e da sociedade em que viviam, em vez de a uma justificação religiosa e moral válida.
– A ação de Omar, conforme descrito acima, está em conformidade com a interpretação do versículo 59 da Sura Ahzab, mencionado acima. Porque o versículo ordena que as mulheres livres se cubram com um véu externo chamado “jilbab” para evitar serem molestadas/agredidas. Se essa característica distintiva não existisse, a sabedoria e a justificativa do uso do véu seriam irrelevantes. Omar transformou essa diferença teórica em prática.
Em alguns casos, as medidas de segurança são mais eficazes do que as sanções punitivas. No entanto, de acordo com o princípio científico estabelecido de que a prevenção é prioridade, a prevenção do assédio é fundamental.
A cobertura do corpo, descrita na Surata An-Nur, que foi revelada após a Surata Al-Ahzab, da qual apresentamos a tradução, é um dever permanente e visa proteger a castidade. Já o uso do cilbab, ordenado na Surata Al-Ahzab, é uma medida temporária destinada a preservar a ordem pública e prevenir o assédio.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas