Caro irmão,
Sua saída é proibida. Terras e florestas são zonas proibidas para ele. Sua amizade com raposas e leões é, por assim dizer, proibida. Ele viverá no mar e passará sua vida com outros peixes. Essa restrição à liberdade não é para seu prejuízo, mas para seu benefício.
O mar do homem é também o seu “círculo de permissão”.
Contanto que permaneça dentro deste círculo, o homem pode agir como quiser, pode se divertir como quiser. Mas o exterior deste círculo é um campo de inferno para ele.
De acordo com isso, podemos também definir a liberdade da seguinte forma:
Como pode haver liberdade quando nem mesmo o escravo a tem? É uma dependência muito mais avançada do que a escravidão. Para nos convencermos de que não temos uma liberdade absoluta e ilimitada, vamos pensar assim:
O ser humano pode ouvir com a mão, sentir o cheiro com os olhos, ver com os ouvidos? Não.
Por outro lado, ele consegue memorizar com a mente, entender com o coração e amar com a memória? A resposta é: novamente, não.
Portanto, o ser humano é obrigado a usar cada órgão e cada sentimento no lugar certo. Existe alguém que o criou, colocou seus órgãos no lugar certo e regulamentou seu mundo espiritual de uma maneira incompreensível, fazendo com que cada sentimento, cada emoção, trabalhasse em funções distintas.
Diante desses órgãos e emoções, dois campos se abrem: os campos do permitido e do proibido. Assim como pode ir a qualquer lugar com seus pés e olhar em qualquer direção com seus olhos, ele pode usar sua mente em qualquer campo e encher sua memória com tudo, o que é certo ou errado.
Cada um desses capitais ordena à razão e à consciência do homem que:
Infelizmente, essa liberdade, essa autonomia, esse direito de escolha, concedido à vontade humana, é muitas vezes mal interpretado.
Bediuzzaman Said Nursi, um dos grandes intelectuais de nosso século, destaca um ponto muito importante sobre a liberdade, como segue:
Um homem que afirma ser livre, que pode agir como quiser, na verdade está escravizado por sua própria alma. Sua alma lhe ordena o mal; e ele obedece incondicionalmente a essa ordem. Essa escravidão é uma escravidão vergonhosa. Um homem que serve a um sábio e outro que trabalha em uma quadrilha de assaltos, à primeira vista, se encontram no mesmo ponto: ambos estão sob ordens. Mas o primeiro é uma grande honra, que leva à ciência e à sabedoria. O outro é uma vergonha; sua consequência é o castigo e a prisão…
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas