Jesus falou quando estava no berço, essa condição continuou assim para sempre ou ele voltou ao normal?

Detalhes da Pergunta


– Com a permissão de Deus, ele passou uma infância normal, como outros bebês?

Resposta

Caro irmão,

As informações disponíveis indicam que, após falar, Jesus (que a paz esteja com ele) voltou a passar por um período de silêncio, como outros bebês.

(ver Razî, et-Tefsiru’l-kebir, XXI/194; Kurtubî, XI/103).

Conforme aprendemos no Alcorão, Maria foi abençoada com a graça e a misericórdia divinas sob uma palmeira. O medo e a tristeza que a afligiam desapareceram. Apesar de ser inverno, a palmeira deu frutos, e os tâmaras caíram diante de Maria. Foi então que Jesus nasceu. A mãe, em êxtase e alegria, abraçou seu filho. No entanto, a angústia em seu coração persistia. Ela havia tido um filho sem estar casada.

Como ele explicará isso à sua tribo?

Eles não creriam; não importava o que ela fizesse, não importava o que ela dissesse, eles não entenderiam Maria. O Senhor dos Mundos diz:



“Coma e beba. Que seus olhos se alegrem! Se você vir alguém, diga: Eu prometi a Deus, o Misericordioso, que jejuaria; hoje não falarei com ninguém.”


(1)

O nascimento de Jesus (que a paz esteja com ele) foi acompanhado por alguns eventos extraordinários. Vamos mencionar alguns deles aqui. Em um hadiz, o Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) disse:



“Não há filho de Adão que, ao nascer, não tenha sido perturbado e feito chorar pelo diabo. Exceto Jesus, filho de Maria.”


(2)

Conta-se que, quando o nascimento de Jesus estava prestes a ocorrer, um grupo de demônios o observou. Eles tentaram se aproximar, mas não conseguiram. Informaram a situação a seu chefe, Iblis. Iblis, depois de ouvir os demônios, percebeu que havia algo de errado e foi pessoalmente ao local. Lá, viu uma mãe e um filho protegidos por um exército de anjos. Este é o evento a que se refere o hadith acima.

Outra versão conta que alguns homens que saíram para procurar Maria encontraram um pastor no caminho. Ao perguntarem se ele tinha visto Maria, o pastor respondeu:

“Não vi ninguém como você descreveu. Mas o que aconteceu comigo na noite passada, nunca aconteceu em todos os anos que fui pastor. Minhas vacas, na noite passada, todas juntas, se ajoelharam e se prostraram na direção do vale que você vê aí.”

Em outra versão, o pastor aponta para o vale e diz que viu uma luz descendo para lá à noite. (3)

Após o parto, seu primo José leva Maria para uma caverna, onde ela permanece até que se purifica da impureza do parto. Ao completar quarenta dias, ela pega o menino no colo e parte para a cidade.

À medida que se aproximava da cidade, a ansiedade de Maria aumentava. A notícia de que Maria estava com um bebê no colo chegou à cidade. Os focos de intriga, ao ouvirem a notícia, permaneceriam calmos? Uma grande multidão encontrou Maria. Perguntaram-lhe:

“Ó Maria! De quem é o menino que tens nos braços?”

Maria, que estava em silêncio, não responde. Sem receber resposta, a multidão começa a fazer diversas perguntas. Esta situação é relatada no Alcorão da seguinte forma:



“Finalmente, ela o levou (no colo) para sua tribo. Eles disseram: Ó Maria! Tu cometeste, de fato, uma coisa abominável.”


(4)

Maria não responde às perguntas, mas tem paciência. Há provocações:



“Ó irmã de Arão! Teu pai não era um homem mau, nem tua mãe era imoral.”


(5)

Existem diversas opiniões sobre quem é o Harão mencionado no versículo. Uma delas afirma que se trata de Harão, pai da Sagrada Maria. Outra opinião sugere que se refere a um Harão daquela época, conhecido entre os filhos de Israel por sua imoralidade, mencionado como irmão da Sagrada Maria apenas para insultá-la. Outra versão aponta para um Harão que se destacou pela honra e reputação entre os parentes de seu pai. Sem dúvida, o mais certo é que somente Alá, o Altíssimo, sabe.

Diante das provocações, Maria não suporta mais e aponta com o dedo para o menino que está no colo. Apontando com o dedo,

“Não me pergunte a mim; pergunte a este menino, ele lhe dará a resposta.”

é o que ele quer dizer. Esta situação é descrita no Alcorão da seguinte forma:



“Então Maria apontou para o menino. ‘Como poderemos falar com um menino no berço?’, disseram eles.”


(6)

A atitude de Maria fez com que a tensão da multidão presente aumentasse ainda mais. Como era possível falar com um bebê? Maria estava mesmo a exagerar, além da imoralidade que cometera, ainda estava a zombarem deles. Eles disseram:

“Ele estar se rindo da gente é pior do que a infidelidade dele!”

Conta-se que, naquele momento, Jesus, que a paz esteja com ele, estava mamando. Ao ouvir essas palavras, deixou o peito, virou-se para eles, encostou-se ao lado esquerdo e, em seguida, apontou com o dedo indicador. Diz-se também que Jesus, que a paz esteja com ele, falou a eles enquanto estava no berço, e que depois disso não falou mais até que as crianças atingissem a idade em que pudessem falar. Enquanto esses eventos aconteciam, Zacarias, que a paz esteja com ele, também foi informado do ocorrido e chegou imediatamente ao local. Dirigindo-se a Jesus, que a paz esteja com ele, que estava no colo da mãe:

“Se te foi ordenado falar, fala; apresenta tua argumentação.”

der.

Nesse momento, ocorre um evento que perturba a razão. Vamos ouvir o Alcorão:



“O menino disse: ‘Eu sou servo de Deus. Ele me deu o Livro e me fez profeta.'”


(7)

A multidão, ao ver a criança falar, ficou apavorada. Tal evento nunca antes havia sido visto ou ouvido. O bebê continuou falando:



“Onde quer que eu esteja, Ele me abençoou. Enquanto eu viver, Ele me ordenou a oração e a caridade. Ele me tornou respeitoso com minha mãe, não me fez um tirano infeliz. Paz seja comigo no dia em que nasci, no dia em que morrerei e no dia em que for ressuscitado da sepultura.”


(8)

Os que testemunharam o ocorrido ficaram sem palavras. A multidão dispersou-se silenciosamente.




Notas de rodapé:



1. Maria, 26.

2. Al-Bukhari, Enbiya 44, Bed’ü’l-Halk 11, Tafsir, Âl-i İmran 2; Muslim, Fezâil 147, (2366).

3. Ibn Kathir, Comentário do Alcorão com Hadiths, trad. Bekir Karlığa – Bedrettin Çetiner, vol. 10, p. 5135.

4. Maria, 27.

5. Maria, 28.

6. Maria, 29.

7. Maria, 30.

8. Maria, 31-33.


(História dos Profetas, Editora Osmanlı, I/275)


Com saudações e bênçãos…

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