Ibn Arabi era um zâhiri? É verdade que ele não aceitava o qiyās?

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Resposta

Caro irmão,

– Pelo que podemos ver, Muhyiddin Ibn Arabi tem sua própria escola de pensamento teológico e doutrinária.

– Podemos citar alguns exemplos que demonstram que ele não se vincula a nenhuma escola de pensamento, incluindo as escolas Zahiri e Salafista:

Na explicação do versículo, ele disse que não é permitido entender isso como uma característica inerente aos corpos, como se fosse uma decisão, e optou por uma interpretação alegórica, afirmando que o objetivo é dirigir-se ao céu, querer e dominar aquele lugar.

Ele é um mullah independente e tem sua própria escola de pensamento. A prova mais clara disso é que, no primeiro volume de Futuhat, ao falar sobre rituais religiosos, especialmente sobre ablução, banho ritual e oração, ele geralmente menciona as opiniões de alguns estudiosos e, em seguida, declara que dá preferência à opinião que considera adequada entre os estudiosos.

Sobre a prática de ablução ritual (wudu), ele diz:

Quanto à questão de se o sono invalida ou não a ablução, existem três opiniões entre os estudiosos: Alguns estudiosos afirmam que tanto o sono profuso quanto o sono leve invalidam a ablução. Outros afirmam que não é o sono em si que exige a ablução, mas sim a invalidação da ablução. Se houver dúvida sobre a ocorrência de tal fato, não é necessário realizar a ablução. Porque na lei islâmica, a dúvida (shak) não tem valor. Outros, por sua vez, afirmam que o sono profuso invalida a ablução, enquanto o sono leve não a invalida.

“De acordo com alguns estudiosos, a pessoa que toca o corpo de uma mulher com desejo a comete pecado e sua ablução é anulada. Outros dizem que a ablução é anulada mesmo que não haja desejo. Outros ainda dizem que a ablução é anulada mesmo que a pessoa toque em partes íntimas. Outros estudiosos, porém, afirmam que tocar o corpo de uma mulher não anula a ablução. No entanto, neste caso, realizar a ablução é mais prudente.”

“Existe divergência entre os estudiosos sobre se a ablução é necessária para tocar o Alcorão. Alguns dizem que é necessário fazer a ablução. Outros dizem que não é necessário. No entanto, é melhor fazer a ablução antes de tocar o Alcorão.”

Ibn Arabi conhecia muito bem os versículos e os hadices, e sua sistemática é muito forte, com interpretações próprias. Por isso, podemos dizer que os elementos principais de sua doutrina são o Corão e a Sunna. No entanto, suas próprias descobertas também desempenham um papel importante. Por exemplo, a respeito da elevação das mãos na oração, ele afirmou:

“Há divergências entre os estudiosos sobre a elevação das mãos na oração. Alguns dizem que as mãos são elevadas apenas no momento da intenção. Outros dizem que as mãos são elevadas com a primeira declaração de Alá (Takbir al-Iftitah), ao abaixar-se para a ruku’ (flexão) e ao levantar-se dela. Outros ainda dizem que as mãos são elevadas ao abaixar-se para a sujuda (prostração) e ao levantar-se dela. Quanto a mim, vi o Profeta em um sonho auspicioso.”

Ibn Arabi menciona os estudiosos e usa expressões bastante respeitosas. Por exemplo, em alguns lugares, ele usa o termo “Ulemau’ş-Şeriati” para indicar que são pessoas dignas de confiança. Às vezes, ao usar a palavra como expressão de respeito, ele também usa a expressão “para eles”.

Em um artigo, o Prof. Süleyman Uludağ apontou que Ibn Arabi rejeitou o analogismo (qiyas), sendo Zahiri na prática e Batini na crença, mas ao dizer isso, chamou a atenção para o fato de que não se trata de uma informação definitiva.

Nós expressamos o que entendemos de seus livros. Também não encontramos nenhuma declaração sua rejeitando a crítica.


Com saudações e bênçãos…

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