Caro irmão,
O número e a quantidade de orações ou rituais religiosos são determinados inteiramente pela vontade e pelo desejo de Deus.
Assim, a lei islâmica tem dois tipos de preceitos:
Vamos analisar a sua pergunta por este ângulo. Por que a oração da manhã não tem quatro, dez ou vinte rezas?… Resposta;
A sabedoria do jejum é, portanto, fazer com que as pessoas entendam a situação daqueles que passam fome e vivem na miséria, e que se aproximem deles com compaixão. Agora, alguém pode basear-se nisso e dizer: “Vou passar mais tempo em jejum para que minha compaixão aumente e eu possa ajudar mais os pobres”. Mas se o horário do imsak (jejum noturno) é às 4h da manhã, e este homem decide jejuar às 23h da noite, mas quebra o jejum cinco minutos antes do horário do iftar (quebra do jejum), o jejum é válido? Claro que não. Porque há um tempo determinado para quebrar o jejum, e embora este homem tenha passado mais tempo em jejum, ele não cumpriu o jejum. Ou seja, a sabedoria esperada do jejum foi cumprida em maior medida, mas como ele quebrou o jejum em um horário não permitido por Deus, a adoração do jejum não foi cumprida.
Irmão, é assim que devemos encarar todos os mandamentos e proibições do Islã. Ou seja, fazemos isso porque Deus ordenou ou proibiu. Certamente existem razões para isso. E essas razões devem ser investigadas. Isso é um ato de conhecimento e adoração. Mas as razões e os benefícios não são o essencial, são detalhes.
Por exemplo, o álcool, o jogo, a carne de animais imundos e o suborno são proibidos. A razão compreende a sabedoria por trás da proibição dessas coisas. Se o significado da regra não pode ser conhecido pela razão, como no caso da ablução por substituição (tayammum), do número de rezas da oração ou da forma como ela é realizada, ela não pode ser objeto de analogia. Segundo Abu Hanifa, o significado de todas as regras contidas nos versículos e hadices pode ser compreendido pela razão, e suas causas podem ser entendidas. No entanto, aqueles que têm evidências de serem atos de adoração (taabbudi) são exceção. Isso não significa que os atos de adoração ou regras cuja razão de ser não pode ser compreendida pela razão não tenham sabedoria ou utilidade. Sem dúvida, eles também têm sabedoria e utilidade; mas a razão não tem a capacidade de entender a causa subjacente a eles e aplicá-los a casos semelhantes. (M. Abu Zahra, Usul al-Fiqh, Dar al-Fikr al-Arabi, ts, p. 234)
Por exemplo, sua caixa de e-mail tem uma senha. Se você digitar a senha incorretamente, não poderá acessar sua caixa de e-mail. Da mesma forma, para que alguns segredos divinos sejam revelados, é necessário recitar um certo número de tasbihs, salawat ou realizar orações em um certo número de rezas. Se esse número não for respeitado intencionalmente, não é possível acessar esse segredo divino. Mas se for feito por engano, por esquecimento, a misericórdia de Deus o aceitará. Isso é outra questão.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas
