– Existe alguma característica em cada consciência que leva a um criador?
– Que verdades a consciência aceita?
Caro irmão,
Todo ser humano foi criado dependente de coisas infinitas, desde o sol para seus olhos, o ar para seus pulmões, até a esfera terrestre para seus pés, e não tem poder para criar nenhuma delas. Por isso,
buscar um ponto de apoio e um ponto de refúgio
é obrigado a.
É a satisfação dessas necessidades, que superam em muito a capacidade humana, da melhor forma possível, que leva toda consciência a se voltar para Deus.
Bediuzzaman Hazretleri expressa essa característica da consciência da seguinte forma:
“… Em cada consciência, como ponto de apoio e de auxílio, abrem-se duas pequenas janelas para o sagrado recinto da misericórdia do Todo-Poderoso e Misericordioso, e pode-se olhar para ele a qualquer momento.”
(ver Discursos, Discurso Trigésimo Terceiro, Janela Vigésima Primeira)
Há uma série de verdades que toda consciência reconhece; vamos enumerar algumas delas:
– Este mundo não me conhece nem me reconhece. Eu fui criado dependente de tudo, e tudo me socorre. Novamente, sou infinitamente impotente, mas tudo me ajuda.
– Neste mundo da existência, cada criatura tem determinadas tarefas atribuídas, e não sabem nem podem fazer nada além disso.
– Minha mãe e meu pai não me fizeram; eles também foram feitos, criados, como eu.
– Existe alguém que regula meus órgãos até o menor detalhe, e meu mundo espiritual até a mais sutil emoção.
– Nada neste mundo existe sem propósito, sem utilidade, sem significado. Meu corpo também se enquadra nessa regra. Portanto, eu também devo ter uma missão.
– Ninguém neste mundo determinou sua própria missão, portanto, como ser humano, não posso decidir sozinho o que devo fazer em relação ao meu Criador, como devo adorá-Lo ou como devo agradecer Suas bênçãos.
São verdades como estas, que qualquer consciência aceitará, que ensinam ao homem, clamando-lhe aos ouvidos, estas verdades:
– Tu és servo de Deus.
– Tu és uma criatura que passou pela educação de Rabbü’l-alemin.
– És obrigado a conhecer o teu Criador e a viver uma vida que Ele aprove.
– Na tua essência, foi inscrito o “amor pela beleza, a fascinação pela perfeição, a adoração pela bondade”. Não podes contrariar essa natureza.
– Tudo no universo é belo, e você é o fruto mais belo desse reino de beleza. Assim como você ama a si mesmo, você ama também os seres que lhe servem. Amar aquele que deu a esses amados essa beleza é uma necessidade fundamental da sua humanidade.
– Tu, que tanto aprecias e admiras toda obra perfeita, não te convém amar quem fez a lâmpada e negligenciar quem criou o sol. Não podes aplaudir quem faz estátuas de pedra e ignorar, desconhecer, o possuidor do poder e da sabedoria que te criou a partir de uma gota d’água.
– E tu, consideras dever de consciência agradecer a menor das gentilezas. Como é que podes agradecer cem vezes a quem te deu um par de sapatos e não agradecer a quem te criou os pés? Como podes agradecer ao óptico e ser indiferente a quem te deu a vista? A tua mente, a tua memória, a tua alma e o teu coração, que carregam tudo isso, são coisas insignificantes que não merecem agradecimento? Tanto a tua mente, como o teu coração e a tua consciência confirmam que isso não é e não pode ser assim. Portanto, não podes contrariar a tua própria razão, nem tapar os ouvidos à voz da tua consciência.
“O proprietário pode dispor de sua propriedade como bem entender.”
Considerando a verdade, não reclamar e seguir o caminho da resignação diante de provações e desgraças que acontecem como um teste, é também um requisito importante da obediência a Deus.
Aceitação do destino
A seguinte observação dos exegetas sobre o assunto também é muito interessante:
“A adoração é fazer o que agrada a Deus, e a obediência é aceitar o que Deus faz.”
É o homem que conhece esses fatos, e mais do que isso, os incorpora em sua vida, que alcança o segredo da servidão e carrega a honra de ser servo, e passa toda a sua vida com essa consciência.
Afirmar o contrário só pode ser explicado pela arrogância de um faraó. Nem mesmo o Faraó, que afirmava ser o dono do Rio Nilo, ousava afirmar ser dono dos mares, oceanos, florestas e estrelas. Portanto, considerar esses bens como sem dono, ou como obra da natureza, ou como algo que ocorreu por acaso, é um outro exemplo de arrogância de faraó.
Todas as superstições, na verdade, convergem em um ponto:
“O homem é um ser livre e irresponsável, não é escravo, não precisa agir sob ordens, pode viver a vida como quiser. O homem é dono de si mesmo, não é obra de outrem.”
Contudo, o homem cumpre com rigor todas as leis que Deus estabeleceu para este universo:
“Eu não sou livre? Quero viver sem ar?”
não pode dizer.
“Por que me apegar à terra? Quero vagar pelos céus.”
não pode dizer.
“Eu quero sempre ser jovem, eu não vou envelhecer.”
não pode dizer.
E finalmente,
“Eu amo muito este mundo, não quero ir embora daqui.”
não pode dizer.
Ele demonstra a máxima atenção ao usar cada órgão para o propósito de sua criação. Nesse ponto, não se pode falar em liberdade.
Em suma, como pode este homem, que obedece estritamente às leis do universo e à ordem em seu corpo, considerar-se livre e independente em relação à obediência ou desobediência aos mandamentos de Deus, que criou a si mesmo e o universo?!
Neste estado.
Faraó, Deccal, Nemrut
Ao admirar homens como esses, será que nunca pensa no destino deles?!
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas