– Um dia, o Profeta celebrou a oração da tarde e, levantando-se apressadamente, disse:
“Lembrei-me de que ainda tinha alguns lingotes de ouro comigo. Fui ordenado a dividi-los porque não gostava de ficar preso a eles.”
– Indo diretamente para casa, começou a procurar o dinheiro. Mas não conseguia encontrá-lo. Aisha disse que havia distribuído o ouro aos pobres. (Ukbe 273 Buhari).
– Será que existe tal hadith?
Caro irmão,
As informações contidas na pergunta contêm erros e adições falsas.
A verdade e a essência do assunto são as seguintes:
Ukbe ibn Hârits
Que Deus esteja satisfeito com ele, disse:
“Um dia, o Profeta, que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele, acabara de celebrar a oração do asr. Assim que deu a saudação, levantou-se, atravessou as fileiras e foi rapidamente para trás, entrando em sua casa. Os companheiros, acostumados à sua calma, suavidade e serenidade, ficaram profundamente admirados ao ver o Profeta tão apressado. Eles esperavam ansiosamente, perguntando-se o que poderia ter perturbado o Mensageiro de Deus. O Mensageiro de Deus voltou pouco depois. Ao ver seus companheiros olhando para ele com curiosidade, ele explicou a situação a eles assim:”
“Deixei um pouco de ouro (ou prata) em casa para ser distribuído como caridade. Lembrei-me disso durante a oração. Não queria que essa riqueza me impedisse de ser rápido em fazer o bem e ordenei que fosse distribuída imediatamente.”
(Buxari, Azan 158, Zakat 20, el-Amel fi’s-salat 18; Nasai, Sehv 104)
Em outra versão de Bukhari, a frase é a seguinte:
“No quarto, caridade”
(a ser distribuído como)
uma certa quantidade de ouro
-ou prata-
Eu tinha deixado. Não achei apropriado que ela passasse a noite em casa.”
(Buxari, Zakat 20)
Os companheiros do Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele), que observavam atentamente todos os seus atos e movimentos, alguma vez o viram agir de forma apressada e ansiosa, em vez da postura calma e ponderada a que estavam acostumados?
“Será que tem algo de errado?”
eles ficavam curiosos. Desta vez também foi assim. O fato do Profeta (que a paz seja com ele) ter deixado o nicho de oração imediatamente após cumprimentar e ter ido rapidamente para seu quarto preocupou os Companheiros. O Profeta (que a paz seja com ele), por sua vez, ao demonstrar com seus atos e palavras a urgência de agir em benefício, ao mesmo tempo em que consolava seus Companheiros, também os educava.
O Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele),
“Não gostei de me detiverem”
declaração,
“Não gostei que ele me impedisse de lembrar de Deus e de me voltar para Ele.”
interpretar no sentido de
“Há homens tão corajosos que nem o comércio nem as negociações os impedem de lembrar-se de Deus.”
(Nur 24/37)
é possível estabelecer uma relação com o versículo.
“Não gostei de me terem detido.”
a palavra,
“Não queria que isso me impedisse de seguir meu caminho na outra vida.”
Também é possível entender como:
Mas não gostei de que ele me acostumasse a não ter pressa em fazer o bem, a ter uma atitude e um sentimento preguiçosos do tipo “qual a pressa, a gente distribui, a gente faz”, e a não entender o significado, talvez por falta de relação com o assunto.
Para que os muçulmanos aprendam a não adiar o bem.
é mais acertado. Pois é um fato conhecido que metais preciosos como ouro e prata incutem nas pessoas a ganância e a preocupação constante com a economia, ocupando a mente mesmo durante o culto.
Não adiar a caridade a ser feita, a esmola a ser dada, livra a pessoa de se deixar levar por esses sentimentos.
Considerando a versão da segunda narração do hadith,
“Não se deve deixar para a noite o que é bom para o dia.”
Podemos chegar a essa conclusão. Porque não, se for feito a tempo, não haverá problema.
Não, atrasado ou adiado.
não produz o resultado esperado.
Então, nós, que tomamos o Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) como modelo, rezamos uma oração vespertina como ele? Ou seja, durante a oração, nos esforçamos para acelerar algum bem que poderíamos fazer? Nos lembramos da esmola e da caridade que distribuiríamos e dos bons atos que faríamos durante a oração, e pudemos dar instruções a alguém para que fossem distribuídos?
Ou será que esses pensamentos de caridade não nos vêm à mente durante a oração? Durante a oração, podemos nos esforçar para que a caridade, a esmola e outras boas obras que imitamos daquele grande homem cheguem imediatamente ao seu destino?
Agora, com base nas palavras e nos hadiths daquele Alto Profeta, que tomamos como guia, salvador, mensageiro, exemplo e modelo, vamos nos fazer algumas perguntas, retirando-nos para um canto.
Nosso principal objetivo é sermos bons muçulmanos, bons crentes. Para sermos crentes, precisamos nos autocontrolar a todo momento, ou seja, controlar nossos pensamentos e ações. O Profeta Maomé nos diz o seguinte a respeito:
“O sábio é aquele que domina suas paixões e trabalha para a vida após a morte.”
(Tirmizi, Apocalipse 25)
Em outras palavras, o homem inteligente é aquele que se responsabiliza por seus atos neste mundo, antes de ser julgado no dia do juízo final. Que bela frase de Omar sobre este assunto.
“Contabilize-se antes que seja cobrado. Prepare-se agora para a grande prestação de contas que dará diante de Deus. Aquele que se contabiliza neste mundo, terá uma prestação de contas mais fácil na outra vida.”
(Tirmizi, Apocalipse 25)
Em resumo, as lições que podemos aprender com esta narração do hadith são as seguintes:
– Pensar em algo que não seja a oração durante a oração não invalida a validade da oração. Pois, em uma versão do hadith, nosso Profeta…
“Lembrei-me de que havia uma certa quantidade de ouro em casa para ser distribuída enquanto estava rezando.”
ordenou.
– Embora o ideal seja realizar pessoalmente atos de caridade, como a distribuição de esmolas, é permitido designar outros como representantes. Em nosso hadith…
“Ordenei que fosse dissolvida”
Isso é demonstrado pelo fato de ter sido solicitado.
– Não, é apropriado agir com cautela.
– É necessário purificar a mente e o coração de tudo que possa impedi-los de lembrar a Deus e de cumprir Seus mandamentos.
– Em alguns casos, não há problema em atravessar as fileiras para entrar ou sair da mesquita.
– Os Companheiros do Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) o observavam com atenção e admiração.
(ver Imam Nawawi, Riyaz al-Salihin, Medidas de Vida do Profeta, 1/379-380)
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas