Existe alguma forma de apontar o erro diretamente na cara?

Detalhes da Pergunta


– Queremos dizer a verdade em nome da honestidade. Por isso, apontamos os defeitos das pessoas na cara. Com a mentalidade de “Se o coração se quebrar, que se quebre! Eu devo ser realista e honesto, e dizer a outra pessoa seus defeitos e erros”, nós dizemos aos outros seus defeitos e erros. Por isso, nós os magoamos e quebramos seus corações.

– Onde reside a falha dessa mentalidade?

– Existem versículos e hadiths nas fontes que afirmam que essa mentalidade é errada?

– Então, qual deveria ser o pensamento e o comportamento corretos?

Resposta

Caro irmão,


– Não é certo apontar os defeitos diretamente para a pessoa.

Nem tudo deve ser dito em nome da honestidade.

“Tudo o que você diz deve ser verdade, mas não é verdade dizer toda a verdade.”

é necessário seguir o princípio.


No Islã, como princípio, os defeitos são ocultados, não são expostos.

No Alcorão

-Exceto Abu Lahab-

Não mencionar o nome de nenhum infiel e não divulgar seus defeitos é uma lição importante para nós.

Alguns:

“Eu não estou falando mal dele pelas costas, eu diria isso na cara dele também…”

Eles usam expressões como essa. Segundo eles, falar mal de alguém pelas costas é pecado, mas falar mal na cara não é pecado. No entanto, magoar o coração de outra pessoa sem necessidade também é pecado.

Exceto quando somos obrigados a dizer a verdade, como em um testemunho, não é certo apontar os defeitos de uma pessoa diretamente para ela.

Em um hadith, é dito o seguinte:


“Depois surgirá uma nação que testemunhará sem que se peça testemunho. Fará promessas e não as cumprirá. Será traiçoeira e ninguém poderá confiar nela. A obesidade se espalhará entre eles.”


(Buxari, Shahadât, 9, Fadâil, 1; Muslim, Fadail 210, 214; Tirmizi, Fiten, 45, Shahadât, 56)

Aqui, não é tolerado que alguém que não foi apresentado como testemunha se manifeste e testemunhe.

No entanto,

“Queres que te diga quem é o melhor dos testemunhos? Aquele que presta testemunho sem que lhe seja pedido.”


(Mussulmano, Fedail, 19/1719)

No hadith, a pessoa que testemunha sem ser solicitada é elogiada.

Os comentários mais importantes dos estudiosos sobre esses dois hadiths são os seguintes:


a)

O hadith que condena a testemunagem prestada sem ser solicitada,

com respeito aos direitos dos outros

é o testemunho relevante.

“A melhor testemunagem é aquela que é prestada sem ser solicitada.”

onde é elogiado

Por direito de Deus.

é o que importa.


b)

O testemunho indesejado e condenável refere-se, em geral, àquele que é prestado sem que a pessoa esteja envolvida no assunto.

“vekil-i fuzuli”

é o testemunho de alguém que vai e presta depoimento. Porque aqueles que são ávidos por esse tipo de testemunho geralmente

-como testemunhar a favor ou contra a pessoa que está sendo julgada-

Eles surgem com um propósito específico. E isso é um mau testemunho devido à má intenção.


“A melhor testemunagem é aquela que é prestada sem ser solicitada.”

refere-se a situações específicas. Por exemplo, uma pessoa tem um direito, mas não consegue encontrar uma testemunha para prová-lo.

É nesse caso que alguém que entende do assunto vai até o homem por conta própria e

“Eu posso testemunhar que essa propriedade é de sua propriedade.”

é um testemunho que se dá na forma de ele dizer.

(cf. Nevevi, Şerhu Müslim, 12/17; Ibn Hajar, Fethu’l-bari, 5/259-260)


Em resumo:

A narração do hadith que condena aquele que testemunha sem ser solicitado, presente tanto em Bukhari quanto em Muslim, é a mais autêntica e indica que falar desnecessariamente, mesmo em um testemunho, não é correto. De acordo com Tirmizi, que relata a opinião de alguns estudiosos, essa condenação se deve à forte probabilidade de quem se apresenta espontaneamente para testemunhar ser um mentiroso.

(cf. Tirmizi, agy)

Os seguintes hadiths também lançam luz sobre o assunto:


“O muçulmano é irmão do muçulmano. Não o trai, não lhe mente e não abandona sua ajuda. A honra, a propriedade e o sangue de cada muçulmano são sagrados para o outro muçulmano. A piedade está aqui.”

Considerar seu irmão muçulmano com desprezo e desdém é suficiente para ser considerado um mal para ele.



(Tirmizi, Birr 18)


“O muçulmano é irmão do muçulmano. Não o oprime, não lhe faz injustiça, nem o entrega ao inimigo. Aquele que satisfaz a necessidade de seu irmão muçulmano, Deus também satisfaz a sua necessidade. Aquele que afasta uma aflição de um muçulmano, Deus afasta uma de suas aflições no Dia do Juízo Final.”

Quem disfarçar os defeitos e falhas de um muçulmano, Deus também disfarçará os defeitos e falhas dessa pessoa.




(Buxari, Mezâlim 3; Muslim, Birr 58)


Clique aqui para mais informações:


– Para dizer a verdade, toda verdade deve ser dita em todo lugar?

– Qual era o método de pregação e aconselhamento do nosso Profeta?

– “Quem repreender seu irmão por causa de um pecado, não morrerá sem cometer esse pecado…”


Com saudações e bênçãos…

O Islamismo em Perguntas e Respostas

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