Era mesmo necessário criar um símbolo como o “diabo” para representar o conceito de mal?

Detalhes da Pergunta


– Vamos supor, por um momento, que não exista um objeto chamado “demônio”. Nesse caso, a humanidade teria que canalizar toda a sua reação diretamente para o Criador.

– No sistema de crenças, o “diabo” não apenas sussurra o mal aos ouvidos das pessoas, mas também é colocado na posição de bode expiatório, absorvendo as reações negativas.

– Toda a bondade é de Deus, mas o mal é do diabo…

Resposta

Caro irmão,

Não nos esqueçamos de que, embora este vasto universo testemunhe a sabedoria, o poder e a graça infinitos de Deus, seu criador, ele está sendo criticado como se fosse algo falho.

“Era mesmo necessário criar um símbolo para o conceito de mal?”

Usar uma expressão como essa, vista sob a perspectiva da fé, revela-se muito infeliz. Questionar o conhecimento e a sabedoria de nosso Criador, que nos criou a partir de um esperma putrefacto, não é algo que convém ao ser humano. Talvez queiramos aprender a sabedoria por trás disso… Mas o tom é muito importante… O tom da pergunta é como se um escravo estivesse interrogando seu senhor.

Primeiro, devemos saber que Deus é o único proprietário, o único dono do universo, o único soberano do cosmos. O proprietário tem o direito de dispor de sua propriedade como quiser. Assim como criou os anjos obedientes, também criou os demônios rebeldes. No entanto, Ele torna os anjos obedientes por Sua graça, e os demônios rebeldes por Sua justiça. De fato,

O fato de o diabo ter se tornado diabo pela primeira vez foi por sua própria livre vontade.

Ele rejeitou livremente a ordem de Deus para se prostrar diante de Adão e, por isso, foi castigado pela justiça e expulso do paraíso.

(ver Al-Baqara, 2/34; Sad, 38/74)

Por outro lado, Deus estabeleceu uma prova justa, na qual os humanos teriam o direito de escolher o bem ou o mal por meio de seu livre-arbítrio. Essa prova foi estruturada de forma a garantir a igualdade de oportunidades, incluindo juízos de valor negativos e positivos. A existência de demônios humanos e de demônios de outras espécies, por um lado, e a existência de profetas e revelações, por outro, foram apresentadas como elementos essenciais dessa prova. No entanto, Deus deu ao homem a razão e a consciência como instrumentos de medida para distinguir o bem do mal, o belo do feio.

Da mesma forma, Ele designou um anjo que inspira e incita o bem e a verdade em um lado do coração, e um demônio que incita o mal, descrevendo o mal como bem e a feiúra como beleza, no outro lado. Neste teste, onde o choque entre a razão e os desejos carnais é inevitável, se a pessoa priorizar sua razão e ouvir a revelação de Deus, ela alcançará a salvação. Mas se ela seguir seus desejos carnais e se deixar levar pelas sugestões do demônio, ela estará colocando seu destino em risco.

Como se pode entender por estas explicações, a existência do diabo não se deve apenas a atribuir-lhe a culpa do mal, mas sim para que uma prova com polos opostos, positivos e negativos, possa decorrer de forma justa.

Além disso, a existência de todas as causas negativas serve para que a razão não atribua a Deus atos que parecem hediondos aos olhos da razão, evitando assim a falta de respeito. Porque a pequena mente humana está longe de compreender a essência das verdades dentro do vasto e abrangente círculo do decreto divino.

Se alguém se molha na chuva, milhares acham feio que a chuva esteja caindo naquele momento, apesar de ela ter muitos aspectos positivos, e reclamam.

Se, por causa de um erro próprio, ele tocar o fogo e se queimar, ele esquece os milhares de bons resultados do fogo e o acusa de feiúra.

Os crentes, ao não verem os aspectos positivos da morte, que é uma porta certa para a felicidade, como sendo um atestado de baixa e uma porta para o paraíso, consideram a morte um evento muito cruel por causa de uma separação temporária.

Da mesma forma, considera-se a dor passageira e temporária das doenças que, em um curto período de tempo e com pouco sofrimento, conferem ao seu portador o grau de tutela ou testemunho, ignorando o aspecto dessa grande bênção.

É para que não direcionem suas injustas e injustificáveis reclamações diretamente ao justo destino de Deus que foram criadas certas causas entre os homens e o destino. Para que o homem, por sua ignorância, não se torne ingrato com seu Deus, que é infinitamente misericordioso, e não mereça a punição…


Clique aqui para mais informações:


– Por que o diabo e o mal foram criados?

– O que é o diabo, quais são suas características e por que foi criado?

– O que significa atribuir os bons atos a Deus e os maus atos à própria alma?


Com saudações e bênçãos…

O Islamismo em Perguntas e Respostas

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