É verdade que se pode perdoar um inimigo que lhe fez mal pessoalmente, mas nunca se deve perdoar aqueles que fizeram mal à sua pátria e à sua religião?

Detalhes da Pergunta


– A frase de Omar (que Deus esteja satisfeito com ele): “Você pode perdoar um inimigo que lhe fez mal pessoalmente; mas nunca perdoe aqueles que fizeram mal à sua nação e à sua religião”, não contradiz o perdão de todos os erros pelo Profeta?

Resposta

Caro irmão,

– Antes de mais nada, é importante salientar que:

Não encontramos nenhuma fonte que confirmasse essa declaração.

– Na internet, em alguns lugares, é atribuído a Omar, e em outros a Ali, sem que sejam fornecidas fontes.

– No entanto, sabe-se que o Profeta Maomé (que a paz esteja com ele) perdoava as desrespeitos que lhe eram dirigidos pessoalmente, mas se enfurecia com as desrespeitos aos mandamentos e proibições de Deus.

De fato, segundo a tradição, Aisha disse:


“O Profeta nunca tomou vingança por motivos pessoais. Ele só o fazia quando as leis e os mandamentos de Deus eram violados.”




(Mussulmão, Fedail, 77/2327)

– O seguinte exemplo também esclarece este ponto:

“De acordo com o relato de Aisha, durante a conquista de Meca, um crime de roubo cometido por uma mulher chamada Fatima veio à tona. O fato de Fatima pertencer à tribo de Mahzum entristeceu muito os Quraychitas. Alguns muçulmanos, considerando isso uma questão de honra para suas tribos, enviaram Usama ibn Zayd, muito amado pelo Profeta, como intermediário para que a punição de Fatima fosse perdoada.”

Quando Usame relatou a situação ao Profeta, o rosto do Profeta mudou de cor.

“Estás intercedendo para que seja perdoada uma punição que Deus infligiu?”

disse, ficando furioso, e então, em um discurso aos companheiros, disse que as nações anteriores foram destruídas porque perdoavam os nobres que cometiam roubo, mas puniam imediatamente os não-nobres.

“Juro por Deus que, se Fátima, a filha de Maomé, roubasse, eu cortaria a mão dela também.”

disse.

(Buxari, Hudud, 13)

– Bediüzzaman Hazretleri também expressou este ponto de vista com as seguintes palavras:


“Se houvesse um único ser que falasse”


(a reação de alguém a uma falta de respeito dirigida a si mesmo):

Tolerância, benevolência. Sacrifício; uma virtude, uma boa ação.”


“Se ele fosse um falante sem causa própria, nesse caso

(Se alguém representa uma comunidade; a tolerância que demonstra diante do desrespeito a essa comunidade): É traição. Sacrifício; é um adjetivo, um ato de má sorte (um mau negócio).”

(ver Palavras, p. 725)


Portanto;

– A tolerância e o perdão de uma pessoa em relação a erros e injustiças cometidas contra ela própria representam um grande esforço e sacrifício, e essa virtude é uma ação muito bela e louvável.

– Mas se a mesma pessoa demonstrasse a mesma atitude não em nome próprio, mas em nome da pessoa jurídica que representa, ou seja, se tolerasse e ignorasse as ofensas e erros contra a pessoa jurídica que representa, então essa tolerância e perdão não seriam uma boa ação, mas sim traição e vilania.

– Se alguém criticar ou até mesmo menosprezar a minha pessoa e o meu ego, e eu tolerar isso com paciência e abnegação, isso seria uma bela virtude em termos de educação do ego. Mas se a mesma pessoa insultar a minha religião e a minha nação, e eu não reagir e tolerar isso, isso seria uma completa humilhação e traição.


Com saudações e bênçãos…

O Islamismo em Perguntas e Respostas

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Últimas Perguntas

Pergunta Do Dia