É verdade a afirmação de que o Alcorão, após o desafio lançado no versículo 82 da Sura An-Nisa, recuou posteriormente no versículo 7 da Sura Al-Imran?

Detalhes da Pergunta



Em um fórum de ateus, diz-se o seguinte:

“Há também versículos que dizem que Maomé”

‘De onde surgiu isso agora?’

… cai em um desespero como esse. Em particular, ao examinar quase 100 versículos milagrosos, vê-se o quanto Maomé se esforçou. O fato de não ser um livro escrito de uma só vez também apoia a ideia de que ele existiu. Coşmuş desafiou em Nisa 82 e, ao ver a resposta, Al-i İmran 7 foi revelado.”


– Eles afirmam que o Alcorão, em particular na última frase, desafia a Nisa 82 e depois recua em Ali İmran 7. Poderia fazer uma análise/explicação aprofundada sobre este assunto?

Resposta

Caro irmão,


“Não refletirão sobre o Corão? Se o Corão fosse de outro autor que não Deus, certamente encontrariam muitas contradições nele.”


(Al-Nisa, 4/82)

Há um desafio no versículo que diz:

A causa principal da postura errada dos descrentes e hipócritas advertidos neste versículo era a dúvida que tinham sobre a origem divina do Alcorão. Eles duvidavam de que o Alcorão havia sido revelado a Maomé (que a paz esteja com ele) por Deus e que os mandamentos nele contidos provinham de Deus. Portanto, recomenda-se que eles examinem o Alcorão atentamente e investiguem se suas dúvidas são realmente justificadas.

O próprio Alcorão é testemunha de que foi enviado por Deus. Porque, por mais inteligente que seja, ninguém…

vinte e três anos

não consegue, no fim das contas, criar um livro que não contenha contradições e inconsistências, e que seja capaz de abordar muitos assuntos e situações.

– Vamos explicar a razão da revelação deste versículo e as mensagens que ele transmite em alguns pontos:


a)

Aparentemente crente, mas na verdade infiel.

alguns hipócritas

Quando se aproximavam do Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele), confirmavam tudo o que ele dizia e obedeciam a todos os seus comandos.

“em cima da cabeça”

diziam. Mas, ao saírem dali, falavam de forma diferente entre si e descarregavam suas calúnias. Deus, porém, informava seu profeta sobre essa hipocrisia e os expunha à vergonha.

No versículo anterior a este, este ponto é expresso da seguinte forma:


“Os hipócritas dizem a você

‘Que venha a cabeça!’

Eles dizem. Mas, quando se afastam de ti, um grupo deles trama à noite, em segredo, planos contrários ao que disseste. E Deus registra todos os seus planos secretos. Portanto, deixa de repreendê-los pelos seus pecados e confia-os a Deus, pois Ele é suficiente como protetor para ti.”


(Al-Nisa, 4/81)

Eis que o versículo 82 da Surata An-Nisa, que é o tema da nossa discussão, aponta para isso e diz:

“Vejam, as conversas que vocês mantêm entre si na escuridão da noite são reveladas no Alcorão. Vocês as veem claramente e não podem negar. Então, por que ainda não acreditam sinceramente no mensageiro e no livro de Deus?” (cf. Taberi, Maverdi, Razî, comentário do versículo em questão)


b)

Este versículo indica que Deus aponta o Alcorão como prova de que o Profeta Maomé (que a paz seja com ele) é um profeta verdadeiro. O período de revelação do Alcorão é de…

por vinte e três anos

O fato de o Corão, que responde a diferentes perguntas, oferece soluções para diferentes problemas, mostra caminhos para a felicidade em muitas áreas, como a vida terrena e a vida após a morte, apresenta as manifestações dos mil e um nomes e atributos de Deus, avalia todo esse conhecimento divino com base na crença na unidade de Deus, e ensina em centenas de áreas, como sociologia, astronomia, geologia, zoologia, ontologia, psicologia, direito, literatura, retórica e notícias do além, não conter nenhuma contradição em seu verdadeiro sentido, demonstra que ele é a palavra de Deus.

Ao longo da história do Islã, milhões de teólogos, filósofos islâmicos, juristas, exegetas, estudiosos de hadiths, santos e ascetas, em suma, milhões de estudiosos e religiosos que examinaram o Alcorão de perto, refletiram e pensaram sobre ele, declararam que não havia nenhuma contradição no Alcorão e confirmaram que tudo o que ele dizia era verdade. Isso é uma clara demonstração da natureza divina do Alcorão.


c)

De acordo com estudiosos islâmicos, o Corão, que é milagroso em muitos aspectos, pode ser considerado milagroso em três aspectos gerais.

(cf.: Razi, interpretação dos versículos em questão)


1) A eloquência e a excelência da linguagem do Alcorão:

Todas as expressões usadas no Alcorão são maravilhosas em seu próprio contexto. A beleza e a força de uma expressão são medidas pela sua capacidade de expressar a intenção do falante. A eloquência (fesahat) consiste em expressões que expressam claramente a intenção do falante. A retórica (belagat), por sua vez, é a apresentação de uma expressão de acordo com as circunstâncias (mukteza-yı hale göre), ou seja, de forma apropriada à situação. Nesse sentido, a incomparabilidade do Alcorão é reconhecida por milhares de especialistas.


2) As notícias do além-mundo no Alcorão:

No Alcorão,

-Na Sura Rum-

que os gregos, após serem derrotados, voltariam a vencer em alguns anos,

-Na sura da Conquista-

Décadas antes da conquista, foram anunciadas profecias, como a conquista de Meca dois anos antes de sua conquista, – no versículo 55 da Sura An-Nur – e a existência de califas após o Profeta (que a paz seja com ele), ou seja, que o estado islâmico não seria destruído, mas continuaria. Todas essas profecias se concretizaram exatamente como foram anunciadas.


3) A ausência de contradições no Alcorão:

Nos versículos 81 e 82 da Sura An-Nisa, que mencionamos, também se fala sobre o que os hipócritas dizem entre si, e se enfatiza que isso só é possível com o conhecimento de Deus.

– Seja crente ou não, qualquer pessoa que raciocine com lógica, ao examinar o Alcorão, chegará a essa conclusão, que constitui uma prova irrefutável de que ele vem de Deus.

Portanto, a atitude e as decisões daqueles que não aceitam o seu convite baseiam-se em preconceitos arraigados, fraquezas humanas e no domínio de emoções e paixões que impedem o funcionamento da razão, em vez de raciocínio e conhecimento.


“Eles não refletem sobre o Alcorão que leem? Ou será que há selos sobre seus corações?!”


(Muhammed, 47/24)

No versículo em questão, esses fatores psicológicos que impedem o pensamento saudável são enfatizados de forma mais vívida.

– O que é expresso neste versículo

“A ausência de inconsistências e contradições no Alcorão”

O assunto também pode ser avaliado sob três perspectivas.

(cf. Razi, interpretação do versículo em questão):


Primeiro:

O fato do Alcorão mencionar as conversas secretas dos hipócritas contra o Islã, as armadilhas e intrigas que planejavam, e outras notícias sobrenaturais semelhantes que mencionamos acima, e a demonstração da verdade dessas notícias como o sol, é uma prova indiscutível de que o Alcorão é a palavra de Deus.


Em segundo lugar:

Apesar de abordar muitos ramos do conhecimento, a ausência de inconsistências ou erros científicos no Alcorão é uma prova de que ele é a palavra de Deus.

Basta observar as seguintes declarações de Bediüzzaman Hazretleri, que mostram como o Alcorão contém diversas ciências:


“O Sagrado Alcorão;

uma tradução eterna deste grande livro do universo… Ao mesmo tempo um livro de sabedoria e lei, um livro de oração e adoração, um livro de ordens e convites, um livro de lembrança e conhecimento; apresentando um livro para cada necessidade espiritual e um tratado adequado ao temperamento de cada um dos santos e justos, dos purificadores e pesquisadores, que são de diferentes caminhos e doutrinas.

É a Biblioteca Sagrada.



(Palavras, p. 242)


Terceiro:

Apesar de ser um livro com mais de seis mil versículos, que aborda muitos assuntos ao longo de vinte e três anos, é uma obra-prima literária em termos de eloquência e retórica.

-contrário às regras de eloquência e retórica-

A ausência de qualquer inconsistência é um indicativo de que o Alcorão é a palavra de Deus.

– A tradução do versículo 7 da Sura Al-Imran, que estabelece uma relação com o versículo 82 da Sura An-Nisa, é a seguinte:


“É Ele quem te revelou este livro imponente. Alguns de seus versículos são explícitos, e estes são a base do livro. Outros versículos são ambíguos. Aqueles que têm corações desviados, agarram-se aos versículos ambíguos para criar discórdia, desviá-los e interpretá-los de acordo com seus próprios desejos. Contudo, ninguém conhece a verdade e a interpretação correta a não ser Deus. Os que são avançados em conhecimento dizem:

“Nós cremos nele tal como ele é. Tudo vem do nosso Senhor.”

dizem. Somente aqueles com plena lucidez mental podem pensar e entender essas coisas.”

De acordo com a fantasia do ateu, o Profeta Maomé está no versículo 82 da Sura An-Nisa.

“Não há nenhuma inconsistência no Alcorão”

Depois de dizer isso, seus oponentes encontraram inconsistências no Alcorão. Ele foi forçado a inventar o versículo 7 da Sura Al-i Imran – longe de Deus, longe de Deus, cem mil vezes longe de Deus. E com isso

“Embora algumas passagens pareçam contraditórias, estas são”

‘müteşabih’

São coisas que vocês não podem entender, a mente de vocês não é capaz de compreendê-las. Vocês acham que há contradições nelas porque não as compreendem.”

é o que ele quis dizer. E, além disso, “fez uma espécie de recuo”.

– Primeiro, vamos dizer que não há nenhuma relação entre esses dois versículos que justifique tal conexão. A razão da revelação deste versículo é que alguns judeus usavam letras chamadas Mukatta,

“Elif, Lam, Mim”

como a tentativa de alguns de deduzir a curta duração da comunidade islâmica a partir do valor numérico das letras, ou o uso por alguns cristãos do nome de Jesus no Alcorão.

“A palavra de Deus e um espírito que vem Dele”

é o fato de eles usarem essa expressão como pretexto para afirmar que ele é um deus. Essa expressão do Alcorão visa expor a ignorância de um grupo de pessoas do Livro que, escondendo-se atrás de expressões com significados profundos como essa, praticam charlatanismo.

(ver Taberi, Maverdi, Razi, Beydavî, Nesefi, comentários sobre o versículo em questão)

Como se pode ver, o que o acusador diz está fadado a permanecer apenas como um delirio de incredulidade.

– Além disso, se o que o reclamante dissesse fosse verdade,

primeiro, o versículo 82 da Sura An-Nisa teria que ser revelado, e depois o versículo 7 da Sura Al-Imran.

Contudo,

A ordem de revelação da sura Âl-i Imrân é 89; a ordem de revelação da sura An-Nisâ é 92.


(ver Keskioğlu, Conhecimentos sobre o Alcorão, p. 120)

Ou seja, o versículo 7 da Sura Al-Imran foi revelado antes do versículo 82 da Sura An-Nisa. Portanto,

A vela do mentiroso

Às vezes, pode se extinguir antes mesmo de chegar à meia-noite.


Com saudações e bênçãos…

O Islamismo em Perguntas e Respostas

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