Alguns prometem como voto o cumprimento de preceitos obrigatórios, como a oração (rezar as cinco orações diárias, ir à mesquita na sexta-feira, etc.). Eles dizem: “Se isso acontecer, vou rezar por quarenta dias” ou “Se isso acontecer, irei à mesquita na primeira sexta-feira”. Que exemplo concreto podemos mostrar a essas pessoas para que entendam que isso está errado?
Caro irmão,
A promessa tem uma série de condições; podemos resumir da seguinte forma:
1.
A existência de um dever ou obrigação do mesmo tipo da coisa prometida (como a peregrinação de Hajj, o jejum do Ramadã, a oração, etc.).
2.
Que o objeto da devoção seja, por si só, o objetivo.
Cultos como a oração, o jejum e a peregrinação a Meca são fins em si mesmos; não são meios para outro culto. Mas a ablução não é assim; ela é um meio e um instrumento para realizar a oração, tocar no Alcorão ou realizar a circumulação. Portanto, dedicar-se à ablução não tem nenhum significado; ou seja, não é considerado um voto.
3.
O fato de que o ato de adoração dedicado não seja, por si só, um dever ou obrigação para a pessoa.
A promessa de cumprir a oração de sexta-feira (Jum’a) ou de observar o jejum do Ramadã não é válida, pois esses atos de adoração já são obrigatórios.
4.
Que a coisa dedicada não seja um crime que se enquadre na categoria de pecado,
“Se este trabalho que comecei der certo, vou beber uma garrafa de vinho.”
ou
“Se eu conseguir resolver esse problema, darei minha vida por isso.”
Promessas como essas não são válidas, pois se enquadram na categoria de pecado.
5.
Que o que se dedica seja possível,
“Se fulano de tal chegar ou se meu filho voltar bem, jejuarei no dia em que ele chegar ou voltar.”
Se alguém que fez uma promessa vier depois do zeval ou chegar após acordar e tomar o café da manhã, não poderá jejuar naquele dia. Porque já tomou café da manhã ou, como chegou depois do zeval, o momento da intenção já passou.
6.
Que o que ele prometeu esteja em sua própria propriedade,
Não é válido dedicar algo que não se possui.
“Se fulano chegar, vou matar e distribuir a carne dovelho do meu vizinho.”
Se ele a chamar assim, isso não é permitido. Porque a ovelha não é de sua propriedade, mas sim de outra pessoa.
Como visto nas condições da promessa, não é válido prometer um ato de adoração que já é obrigatório.
(Celal Yıldırım, Direito Islâmico)
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas