– Qual deve ser a atitude de uma pessoa em relação àqueles que a insultam, e como ela deve se comportar?
Caro irmão,
Resposta 1:
A religião islâmica é contra todo tipo de maldade e injustiça.
Porque o Islã se esforça para tornar o homem um verdadeiro homem. Ele leva à verdadeira humanidade. Por isso, o Islã não apenas dá ordens que levam o homem a todas as perfeições e belezas, mas também proíbe atos que o afastam de toda a vilania e feiúra.
Partindo dessas regras gerais, podemos dizer que qualquer ato que ofenda e incomode as pessoas é pecado e haram (proibido na religião islâmica).
Porque ofender os muçulmanos é haram (proibido) e torna a pessoa pecadora.
Mesmo que um infiel seja inocente e irrepreensível, incomodá-lo é proibido no Islã. Porque, nosso Profeta…
(asm) disse o seguinte:
“Quem perseguir um zimmí, certamente eu serei seu inimigo.”
(al-Hindi, Kenzu’l-Ummal, IV / 618; al-Jamiu’s-Saghir, I / 1210)
.
Resposta 2:
Hadices sobre a proibição de insultar um muçulmano:
O Mensageiro de Deus, que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele, disse:
“Insultar um muçulmano é pecado, combatê-lo é blasfêmia.”
(Buxari, Îmân 36; Muslim, Îmân 116)
“Que ninguém chame a outro de pecador ou infiel. Se a pessoa acusada não tiver essas características, a acusação volta para quem a proferiu.”
(Buxari, Edeb 44)
Falar, conversar.
Insultar e caluniar, falar de forma a ofender a pessoa, atacar sua honra, sua reputação, sua religião, sua fé, em suma, atacar os valores da humanidade e do islamismo, significa atacar.
No primeiro hadith,
As duas ações são avaliadas por meio de dois termos distintos.
“Insultar um muçulmano”
(sibab)
É uma grande transgressão; é lutar contra um muçulmano.
(batalha)
, é uma blasfêmia.”
Está à disposição.
Imoralidade
(Fısk) é desviar-se do caminho certo.
“…O diabo desobedeceu à ordem de seu Senhor…”
(Al-Kahf, 18/50)
Este significado é claramente visível no versículo. Portanto, todo desvio e transgressão de qualquer direito é expresso pela palavra “fısk”. Insultar e caluniar injustamente um muçulmano é, nesse sentido, um ato de “fısk”. “Fâsık” significa alguém que se desviou do caminho e é pecador. Entrar em guerra (qital) contra um muçulmano, tentar matá-lo e matá-lo por ser crente é incredulidade (kufr).
O hadith,
“É possível entender e interpretar isso como: ‘Disputar com um muçulmano é coisa de pecadores, e lutar contra um muçulmano é coisa de infiéis, é o que lhes convém. Portanto, tem-se a preocupação de que aqueles que seguem esse caminho caiam no pântano da pecaminosidade e da incredulidade’.”
O segundo hadith,
acusar os outros de imoralidade e blasfêmia,
“pecador”
e
“infiel”
Ele chama a atenção para o perigo de acusar. Se a pessoa acusada de forma tão injusta apresentar essas características, não há problema. Aquele que acusa não é responsável por ter dito a verdade. Mas se a pessoa acusada não apresentar essas características, então a acusação volta-se contra quem a fez.
Ou seja, quem sem motivo chama um muçulmano de pecador ou infiel, torna-se ele próprio pecador ou infiel.
Ambos os hadiths deixam muito claro que é um grande pecado injustamente criticar um muçulmano, acusá-lo ou tentar incomodá-lo em relação à sua religião e fé, e convidam os muçulmanos a se absterem de tal ato perigoso e de pecado grave.
De acordo com isso:
1.
Insultar e caluniar um muçulmano, tentar matá-lo, é algo que os pecadores e os infiéis fazem. Tem-se medo de que um muçulmano que siga esse caminho também se torne como eles.
2.
Acusar alguém de imoralidade e blasfêmia pode, no fim das contas, expor a pessoa a essas mesmas acusações.
3.
É haram (proibido) ofender ou magoar injustamente os muçulmanos, seja por palavras, ações ou de qualquer outra forma.
4.
É do interesse dos muçulmanos, na medida do possível, seguirem as orientações e advertências dos hadiths.
Resposta 3:
– Qual é a sentença para amaldiçoar um muçulmano?
Primeiramente, pela disposição do versículo,
“Os crentes são apenas irmãos…”
(Al-Hujurat, 49/10)
É haram, segundo os versículos do Alcorão e os hadiths, que muçulmanos, que são irmãos, se insultem, fiquem descontentes por mais de três dias, falem mal uns dos outros, zombem uns dos outros, usem apelidos desagradáveis ou até mesmo nutram mágoa uns pelos outros.
(Consulte a tradução e o comentário da Sura Hucurât.)
O Profeta Muhammad (que a paz seja com ele) disse:
“Não façais votos de mal uns contra os outros, desejando a maldição de Deus, a ira de Deus e o inferno.”
[Abu Dawud, Edeb 53, (4906); Tirmizi, Birr 48, (1977)]
“O crente não é aquele que injúria, nem aquele que amaldiçoa, nem aquele que usa palavras grosseiras e feias, nem aquele que é desvergonhado.”
(Tirmizi, Birr 48)
“Aqueles que profere muitas maldições não poderão interceder no Dia do Juízo Final, nem serão testemunhas.”
[Mussulmã, Birr 85, (2598); Abu Dawud, Adab 53, (4907)]
Se aquele que é amaldiçoado não merece a maldição, a maldição volta para quem a proferiu. Ouçamos ao Profeta:
“Saibam que quem amaldiçoa algo injustamente, a maldição volta para si.”
[Abu Dawud, Edeb 53, (4908); Tirmizi, Birr 48, (1979)]
Podemos também deduzir a imoralidade de xingar e amaldiçoar a partir das sagradas palavras do nosso Profeta (que a paz seja com ele) sobre os muçulmanos se protegendo mutuamente, não os deixando em sofrimento e cobrindo os defeitos uns dos outros:
“Não acreditem em suposições, pois as suposições são as maiores mentiras. Não espionem, não espalhem fofocas, não sejam competitivos, não sejam invejosos, não se odeiem, não se afastem uns dos outros, ó servos de Deus, sejam irmãos como Deus ordenou…”
“O muçulmano é irmão do muçulmano. A ele”
(não trairá)
não o oprime, não o priva de seus direitos, não o humilha.
(cego para o perigo)
…”
“Para alguém ser considerado um inimigo, basta que menospreze seu irmão muçulmano…”
[Buxari, Nikah 45, Edeb 57, 58, Feraiz 2; Muslim, Birr 28-34, (2563 – 2564); Abu Dawud, Edeb 40, 56, (4882, 4917); Tirmizi, Birr 18, (1928)].
Maldizer,
Considerando que xingar foi descrito como algo tão perigoso na língua do nosso Profeta (que a paz seja com ele), as coisas que vão além da maldição representam um perigo ainda maior e, consequentemente, atraem o castigo de Deus em maior medida:
Um crente não pode desejar outra coisa além da orientação.
O Profeta Muhammad (que a paz seja com ele) nunca amaldiçoou ou insultou um muçulmano, nem mesmo um pagão, sem uma razão séria.
Abu Hurairah, que Deus esteja satisfeito com ele, relata: “O Mensageiro de Deus, que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele, disse:
“Ó Mensageiro de Deus! Que maldição e praga sejam sobre os politeístas!”
foi dito. O Mensageiro de Deus respondeu:
“Eu fui enviado como um mensageiro de misericórdia, não de maldição!”
[Múslim, Birr 87, (2597)]
Resposta 4:
Qual deve ser a nossa postura diante daqueles que insultam e ofendem?
Como tudo o que vivemos é em nome do dia do juízo final, quanta matéria-prima estamos produzindo para ele. Desde a má educação interpessoal, a falta de respeito, os insultos, as injustiças, a falta de gentileza e de respeito, tudo, absolutamente tudo, constitui matéria-prima inigualável para o dia do juízo final.
É haram (proibido) um muçulmano xingar outro muçulmano. Seja como uma primeira agressão ou como resposta, não importa, ambos são haram. Se for uma primeira agressão, o pecado atinge o nível de “kebâir” (pecados graves). O Profeta Maomé (que a paz esteja com ele) define o islamismo assim:
“Um muçulmano é aquele de quem um muçulmano tem certeza de que não lhe fará mal, nem com as mãos nem com a língua.”
(Buxari, Îman 4, 5, Rikak 26; Muslim, Îman 64-65)
Em um relato do Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele), entre os erros sociais que causam a perda de um muçulmano no Dia do Juízo Final, apesar de ele ter chegado com suas orações, jejuns e esmolas, e que o levam à falência em termos de boas ações, estão…
“Por ter insultado um muçulmano”
também existe.
(Riyâzu’s-Sâlihîn, 218)
A respeito do assunto, o Mensageiro de Deus (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) disse:
*
“Se alguém te insulta e te acusa de um defeito que não tens, não o repreendas por um defeito que ele tem. Deixa-o ir, pois o pecado é dele e a recompensa é tua. Nunca insultes ninguém.”
(Compêndio dos Pequenos, 1/66)
*
“Quando o servo crente de Deus se irrita, não comete injustiça. Não peca por amor a alguém. Não desperdiça o que lhe foi confiado. Não é invejoso. Não difama a honra de ninguém. Não profere palavras ofensivas. Reconhece o direito que tem sobre si, mesmo sem testemunhas. Não dá apelidos desagradáveis a ninguém.”
(Compêndio dos Pequenos, 2/1375)
* “Atenção! Matar um crente é característica dos infiéis. Insultar um crente é característica dos pecadores. Não é lícito a um crente abandonar seu irmão sem falar com ele por mais de três dias.”
(Compêndio dos Pequenos, 2/1435)
*
“Matar um muçulmano é algo que se espera de um infiel. Insultar um muçulmano é um pecado.”
(Jami’us-Saghir, 3/2912)
* “Atentar contra a honra de um muçulmano é um grande pecado. Responder a uma injúria com outra injúria é um grande pecado.”
(Compêndio dos Pequenos, 3/3491)
*
“O pecado das coisas que duas pessoas que se insultam mutuamente dizem recai sobre aquele que começou a insultar, a menos que o insulto recebido tenha excedido o limite.”
(Mussulmã, Birr, 68)
Então, não há lugar para excessos. Portanto;
1.
Não devemos ser os primeiros a começar a discussão.
2.
Se a outra parte começar a insultar, deve-se, se possível, ter paciência e não descer ao seu nível inferior. Deve-se confiar em Deus. Não se deve esquecer que a justiça de Deus é verdadeira.
3.
Deve-se levar em consideração que, ao não retribuirmos, a outra parte se arrependerá e pedirá desculpas.
Neste caso, o assunto estará em nossas mãos. Se o perdoarmos, o teremos poupado de nos encontrar no Dia do Juízo Final. Se não perdoarmos, mesmo que ele peça desculpas, um dia certamente receberemos o que nos é devido. Ou, mesmo que não saibamos, Deus (cc) tomará o que nos é devido dele. E nos concederá recompensa e Sua benevolência por nossa constância e serenidade em não quebrar a paz.
4.
Se não conseguimos controlar a nós mesmos, desta vez não será por muito.
-porque isso constitui uma forma de opressão-
não deve ir além de devolver na mesma moeda.
5.
Neste momento, as sugestões mais violentas do diabo ecoam em nossos ouvidos. O diabo nos cegue. Devemos refugiar-nos em Deus contra a injustiça.
6.
É lamentável que as incitações do povo e as sugestões do diabo se unam neste ponto.
Nunca, nunca, nunca devemos dar ouvidos a isso.
Se a parte que iniciou a discussão ou a calúnia for a outra parte, temos o direito de retribuir da mesma forma. Mas, mesmo nesse caso, não devemos esquecer que não resta nenhum direito para o dia do Juízo Final, pois, ao retribuir a calúnia da mesma forma, estamos recuperando nosso direito.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas