Caro irmão,
Como é sabido,
Hadiths sobre o assunto:
Relata-se um hadiz de Abu Hurairah (que Deus esteja satisfeito com ele), no qual ele disse:
“Quando Sumame abraçou o Islã, o Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) disse:”
Dos hadices, por meio de sua interpretação literal, podem ser extraídas as seguintes conclusões:
As opiniões, constatações, raciocínios e argumentos dos imames mujtahids à luz dos hadices:
Um dos banhos recomendados é o do descrente que se converte ao Islã. De fato, o Profeta Muhammad (que a paz seja com ele) ordenou que aqueles que desejavam se converter ao Islã se banhassem. O menor grau de recomendação é o *nedb* e o *istihbab*.
Esta regra se aplica a menos que se saiba que a pessoa estava em estado de impureza ritual (junub) quando abraçou o Islã.
Se se sabe que alguém converteu-se ao Islã estando em estado de impureza ritual (junub), o que se deve fazer?
Os estudiosos influentes na área da jurisprudência islâmica apresentaram diferentes pontos de vista sobre este assunto:
Segundo alguns, não é necessário que ele se lave (faça a ghusl) por estar em estado de impureza ritual, pois os infiéis não estão sujeitos às leis religiosas que exigem a purificação. A ghusl, por sua vez, expressa proximidade com Deus por meio da intenção, e isso não é necessário para um infiel.
Outros, por sua vez, afirmam que, se alguém abraça o Islã em estado de impureza ritual (junub), deve realizar o ritual de purificação (ghusl).
Ibn Nujaym, em seu comentário sobre Kanzu’d-Daqayiq, preferiu a opinião daqueles que afirmam que é obrigatório o banho ritual (ghusl) para o descrente que se converte ao Islã estando em estado de impureza (junub), e declarou que essa opinião é mais correta. (al-Bahr al-Raiq, 1/68, seção sobre o banho ritual)
Os imames Hanbalitas, neste assunto, argumentaram com o hadith de Kays ibn Âsim (ra), afirmando que o comando ali contido implica obrigatoriedade. De acordo com a narrativa, Sa’d ibn Muâz e Usayd ibn Hudayr perguntaram a Mus’ab ibn Umeyr e As’ad ibn Zurara (ra) se queriam abraçar o Islã e o que deveriam fazer ao fazê-lo, e eles responderam:
Se um descrente, estando impuro, abraçar o Islã, não lhe é obrigatório o banho ritual (ghusl) por causa da impureza, quer tenha se lavado ou não durante o período de descrença. Esta é a opinião daqueles que consideram o banho ritual obrigatório ao abraçar o Islã; é também a opinião de Abu Hanifa.
Ibn Shafi’i, por sua vez, afirmou que em ambos os casos é necessário o banho ritual (ghusl). Abu Bakr também adotou essa opinião. Isso porque a ausência de oferta (de um ato religioso) não impede a obrigatoriedade do ghusl; assim como no caso de crianças e loucos, quando a criança atinge a puberdade, deve realizar o ghusl. Quando o louco se recupera, também se torna necessário que ele faça o ghusl.
O argumento dos Hanbalitas a este respeito é que, quando um grande número de homens e mulheres se converteram ao Islã, não se ouviu que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) tivesse lembrado a qualquer um deles que estavam impuros e precisavam fazer a ablução ritual (ghusl).
É recomendável que quem abraça o Islã misture cinzas de sálvia à água para se lavar. De tal forma que, embora seja obrigatório (vājib) que se faça a purificação ritual (ghusl) por ter abraçado o Islã, misturar cinzas de sálvia à água para o ghusl é recomendado (mustaḥab). Da mesma forma, é recomendado (mustaḥab) que se barbeie. Porque se sabe que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) disse a uma pessoa que abraçava o Islã: “Limpas-te dos pelos da incredulidade e livra-te deles”. (Resumo de al-Muğnî, 1/207-208)
Quando um descrente se converte ao Islã, seja recém-convertido ou retornando da apostasia, seja que tenha se purificado antes da conversão ou não, é obrigatório que se purifique por meio do ghusl (banho ritual), independentemente de ter ocorrido ou não um evento que exigisse o ghusl durante seus dias de descrença.
Essa é também a opinião do Imam Sa’ri. Ele concorda com a escola de pensamento Maliki neste ponto.
Aqueles que afirmam que é obrigatório que um descrente que se converte ao Islã faça o ritual de purificação (ghusl) baseiam-se nos dois hadiths mencionados acima, bem como no hadith de Vasile e Katade, relatado por Tabarani, e no hadith de Akil ibn Abi Talib, relatado por Hakim.
De acordo com pesquisas sérias, o hadith relatado tanto por Tabarani quanto por Hakim, assim como o hadith de Samama, são considerados fracos. Hafiz Ibn Hajar também expressou a mesma opinião.
Aqueles que dizem que é sunna (recomendável) argumentam que o Profeta Muhammad (que a paz seja com ele) não ordenou a todos que abraçassem o Islã que se purificassem por meio do ghusl (banho ritual). Se fosse obrigatório, o Profeta Muhammad (que a paz seja com ele) certamente não o teria negligenciado. Portanto, o fato de ele ter ordenado a alguns e não a outros indica que o ghusl não é necessário para um descrente ao abraçar o Islã, e basearam-se nessa conclusão para argumentar.
Eles também argumentaram que a preferência (istihbab) era mais adequada, usando o seguinte hadith como exemplo:
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas