Pergunta 1:
Dizer ou achar bonito algo haram ou pecaminoso leva à incredulidade? Se sim, em que circunstâncias?
– Infelizmente, estou muito irritado. Porque os estudiosos islâmicos de hoje não explicam completamente os assuntos que abordam, e por não refletir sobre o que dizem, deixando o povo em uma situação de incerteza. Não perdôo nenhum estudioso islâmico, nenhuma figura religiosa que não faça seu trabalho corretamente. Que Deus os castigue pelo sofrimento que nos causaram…
– Quanto ao porquê de eu ter dito isso: O homem diz: “Não há blasfêmia em uma pessoa gostar de qualquer música, mesmo sabendo que é pecado. Mas há um problema em uma pessoa gostar de uma mulher nua, mesmo sabendo que é pecado.” Aí, quem não enlouquece? Amigo, ouvir música não é pecado? Então ele está gostando do pecado!!! Por que ele está blasfemando por gostar de uma mulher nua? Ambos são pecados. Então, ao dizer os dois, ele também está blasfemando. É assim que eles deixam o homem em contradição.
– Para responder à minha pergunta: Quase nada na minha vida me parece mais bonito. Não consigo mais apreciar nada. Nem mesmo ao jogar videogame consigo dizer “Que gol bonito!”. Então, quais são os tipos disso?
– Por exemplo, uma mulher estava vestida com uma minissaia e eu disse a ela “Que mulher bonita”. Agora, sou um infiel?
– Ou se eu disser “Essa mulher tem pernas muito bonitas”, estou xingando?
– Ah, e quero deixar claro: eu estou fazendo tudo isso sabendo que é pecado ou haram…
Pergunta 2:
Em alguns livros, afirma-se que chamar algo proibido de bom é blasfêmia. O que se quer dizer com isso?
– Por exemplo, existem declarações como: “Alguém que ouve a recitação do Alcorão com teganni e diz ‘Que bem você recitou o Alcorão’ se torna um infiel”.
Caro irmão,
Resposta 1: Chamar algo ou alguém de bom quando, na verdade, é pecaminoso não torna a pessoa um infiel.
– Existem dois mecanismos importantes nos seres humanos:
Um deles,
que estimula os sentimentos mais elevados, que considera os mandamentos e proibições do Islã como algo bom e os aprova.
alma, coração, consciência e razão.
O outro
é algo que agita os sentimentos mais baixos, que glorifica a negação e a rebeldia.
desejos e anseios carnais.
Algumas pessoas são infiéis, enquanto outras são fiéis.
Alguns crentes são pecadores.
São pessoas que vivem em dilema. Por um lado, a razão e a consciência, que estão do lado da fé, aconselham a obediência a Deus, enquanto, por outro lado, existem sentimentos inferiores que aconselham a desobediência a Deus e a obediência à alma egoísta.
O ser humano pode, ao mesmo tempo, manter sua fé e sucumbir aos desejos de sua própria alma. Enquanto o coração e a consciência detestam o pecado, a alma e os impulsos inferiores se deleitam nele.
Neste ponto de bifurcação do pensamento, a vontade livre do indivíduo entra em ação. Se os desejos e anseios da alma prevalecem,
“Você se arrependerá e se salvará no futuro, mas por enquanto, pare de cometer este ou aquele pecado e de desfrutar dele!”
der.
Se o coração, que é o lar da fé, e a razão e a consciência prevalecerem sobre os desejos e anseios, a vontade da pessoa optará por se manter longe dos pecados.
Portanto, a proteção que guarda a fé de uma pessoa é diferente do mecanismo que opera o pecado. Por esse motivo
Cometer um pecado grave não faz com que uma pessoa deixe de ser religiosa, a menos que ela o negue, mesmo que o faça conscientemente, por prazer, achando-o bonito ou gostando dele.
– O princípio da religião islâmica sobre o assunto é o seguinte:
“Uma pessoa não se torna infiel por causa de nenhum pecado que comete, a menos que considere o lícito como ilícito e o ilícito como lícito.”
Resposta 2:
– Algo que agrada à alma é, ao mesmo tempo, belo aos seus olhos. Sem dúvida, aqui…
“beleza”
como mencionamos na nossa primeira resposta, o conceito não é verdadeiro.
figurado
É egoísta, não científica; é demoníaca, não de fé. Mas foi expressa com um conceito bonito.
Aliás, segundo alguns estudiosos islâmicos
haram
, portanto, feio; enquanto para outra parte é
halal
Portanto, existem centenas de questões que são boas. Agora, qual dessas vocês estão excluindo da religião?
– Por algo que agrada à sua própria alma/desejo.
-como resultado de um sentimento instintivo-
Ver algo bonito é uma coisa, mas ver algo que o Islã proíbe é outra.
-por ser haram-
Dizer que é bonito é uma coisa. Há uma diferença enorme entre isso e dizer que é lindo.
– No âmbito do nosso tema, tudo o que é considerado bonito ou feio é avaliado sob dois ângulos.
Primeiro:
Trata-se de algo ser bonito ou feio por sua própria natureza.
Em segundo lugar:
De acordo com a religião islâmica, é considerado bonito ou feio.
De acordo com a primeira opção,
Mesmo que seja haram (proibido na religião islâmica), não há problema em achar algo bonito sob certo ponto de vista, dependendo da intenção.
De acordo com a segunda opção.
Considerar algo que o Islã proíbe como bonito pode acarretar o risco de blasfêmia. É possível que esses dois aspectos se combinem.
Por exemplo: Um homem pode ter uma esposa bonita de entre os A’hl-i Kitab. Se esse homem achar a descrença de sua esposa bonita e disser “Essa mulher é muito bonita”, ele imediatamente se desviará da fé. Mas se esse homem não o disser por causa de sua fé, mas porque é sua esposa muito amada…
“Minha esposa é muito bonita”
não haveria sequer um pingo de pecado nisso.
Afirmar o contrário significa negar um versículo do Alcorão. Porque o Alcorão permite o casamento com uma mulher do povo do Livro. Se permite o casamento, então, como qualquer marido, este marido também deve amar e considerar bela sua esposa do povo do Livro, e…
“É muito bonito”
não há nada que impeça que ele diga isso. Ou seja, o Alcorão, para uma esposa infiel de um marido…
“É muito bonito”
considera apropriado dizer isso.
– As declarações contidas nas fontes em questão referem-se a uma pessoa,
Se alguém disser deliberadamente “Isso é bonito”, sabendo que é haram (proibido) e considerado feio no Islã, torna-se um infiel por pura teimosia.
significa isso. Caso contrário, é como se alguém gostasse da voz de quem recita o Alcorão com teganni, sem sequer pensar se essa pessoa pratica teganni ou não.
“Você leu bem”
Não se pode dizer que alguém que diz isso é um infiel.
– Agora imagine que existem milhares de opiniões diferentes entre as diferentes correntes de pensamento. O que um considera lícito, outro considera ilícito; o que um considera obrigatório, outro considera permitido. Como nenhum estudioso considera o ilícito algo bom, todos os lados consideram sua própria opinião boa e a do outro lado ruim. Como pode haver um único servo de Deus que seja muçulmano em meio a isso?
– Da mesma forma, por exemplo, para os Hanefitas, tocar na pele de uma mulher não invalida a ablução. Para os Shafitas, porém, invalida. Cada estudioso pode considerar sua própria opinião como correta e boa, e a opinião do outro lado como ruim.
Será que se pode duvidar da fé deles?
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas
Comentários
Feyzak
Muitas pessoas passam pela mesma dúvida que a pessoa que fez essa pergunta. Leemos coisas diferentes em todos os lugares. A pessoa fica com dúvidas. Sua resposta foi muito esclarecedora. Que Deus te abençoe.
Por Harun
Quase ia ficar tão perturbado como o amigo que fez a pergunta por causa deste assunto… Sua resposta me tranquilizou. Muito obrigado. Que Deus perdoe todos os nossos pecados. Saudações.
Şükrü Kayra
Portanto, dizer que algo haram é bonito, reconhecendo que é haram, não seria blasfêmia? Por exemplo, se disséssemos a uma mulher com roupas provocantes que sua roupa é bonita, mas dissemos isso reconhecendo em nosso coração que é haram, seríamos considerados blasfémos?
Editor
Aprovar um ato proibido (haram) e dizer que é bom não constitui blasfêmia.