– Se for assim, por que não há fome e escassez na China, na Europa e nos EUA?
Caro irmão,
Para o hadith relevante relatado por Hatib:
ver Kenzu’l-Ummal, h.no: 21593.
Não conseguimos determinar se este hadith é autêntico. No entanto, é certo que não é uma fonte tão confiável quanto as seis grandes coleções de hadiths (Kütübü Sitte).
Não podemos afirmar com certeza por que a África e outros países que sofrem de fome e escassez se encontram nessa situação. Porque as causas são muitas, não apenas uma. As pilhagens e opressões imperialistas, as opressões de alguns líderes locais e de alguns ricos também estão entre essas causas. Sem dúvida, onde os homens cometem injustiças, Deus pratica justiça. Cobrar ao Criador o preço das injustiças cometidas pelos opressores é uma grande injustiça e representa um grande risco religioso.
Em particular, as opressões dos tiranos locais levarão a calamidades gerais que afligirão o povo em geral. Os efeitos negativos de pessoas tiranas e pecaminosas sobre os outros devem ser considerados como um efeito colateral. Por exemplo, uma pessoa que fuma perto de você também lhe causa danos. Da mesma forma, quando uma punição vem por causa de um tirano, ela pode afetar outras pessoas.
“E temei uma tentação que não afetará apenas os injustos entre vós, mas envolverá a todos. Sabede que o castigo de Deus é severo.”
”
(Al-Anfal, 8/25)
Este ponto é mencionado no versículo que diz:
Os recursos que Deus preparou para seus servos na Terra são, normalmente, suficientes para a humanidade até o fim dos tempos. Ao longo da história…
-enchentes, inundações, junto com
– As repetidas escassezes também são advertências ou castigos divinos. Essas escassezes não surgem devido à falta de recursos, mas sim como resultado de um embargo divino. A única causa das dificuldades que o mundo de hoje enfrenta e enfrentará ainda mais no futuro são a rebeldia, a ingratidão e a depravação das pessoas.
Se a comunidade humana deseja viver em paz com a natureza, deve estar em paz com o Criador da natureza, o Altíssimo Deus, respeitá-Lo e servi-Lo. Se em um país onde crimes como adultério, suborno, usura, assassinato e politeísmo são comuns, atraindo a ira de Deus, Ele envia fome, os inocentes também sofrem com essa fome. Esse sofrimento é um efeito colateral da punição dos opressores. Embora não seja diretamente direcionado aos inocentes, inevitavelmente os afeta. Mas Deus recompensa-os. Em um terremoto que serve como punição, Ele faz dos inocentes mártires, aceitando seus bens perdidos como caridade. Dos que morrem no mesmo terremoto, os incrédulos vão para o inferno, e os crentes para o paraíso. Mas a morte do incrédulo e do crente no mesmo terremoto é um segredo que garante a confidencialidade da prova.
“Se Deus punisse os homens pelos pecados que cometem, não deixaria um só ser vivo na terra; mas Deus adia a punição deles até um prazo determinado. Quando esse prazo chega, Ele cumpre a sentença e os pune. Porque Deus é plenamente consciente de seus servos.”
(Fatir, 35/45)
O versículo também indica o efeito colateral do castigo que vem dos injustos. A frase “não deixaria sequer um ser vivo no mundo” é uma prova clara disso.
“A pobreza quase se transforma em blasfêmia.”
Como expressa o hadith (Aclunî, 2/108), a pobreza é uma condição que possui o potencial de rebelião e incredulidade. Este potencial negativo representa um sério perigo tanto para o pobre em si quanto para aqueles que, como seres humanos, consideram a situação de pobreza do pobre. A pobreza talvez seja uma das principais armas que o diabo usa para incitar à rebelião e à incredulidade. Cabe a nós esforçar-nos para não cairmos nessa armadilha.
A maior armadilha do diabo é apresentar repetidamente ao homem problemas que ele não consegue superar, como a pobreza, e tentar roubar-lhe a fé. É como se, deixando de lado as noventa e nove portas abertas do palácio da fé que o homem possui, o levasse até uma porta fechada e…
“A porta deste palácio está fechada… quer dizer que está vazio… Não se entra… Senão estaria assim, fechado?”
abrindo uma porta para a dúvida, dizendo… No entanto, se apenas uma porta de um palácio estiver aberta, deve-se concluir que o interior do palácio está cheio, que é um lugar para se sentar. Da mesma forma, embora tenhamos dezenas de provas irrefutáveis de que o Alcorão é a palavra de Deus, de que Deus é único, o diabo nos faz ignorar essas provas e nos leva a alguns problemas abstratos que não compreendemos, dizendo: “Vamos resolvê-los”… Ele se esforça para nos desviar do caminho da verdade.
Portanto, para superarmos com sucesso a prova religiosa que enfrentamos, em vez de nos concentrarmos em eventos e realidades cujas naturezas e sabedorias desconhecemos, devemos esforçar-nos para conhecer melhor o Deus em quem cremos. Nesse sentido, precisamos fortalecer nosso conhecimento de que tudo o que Deus faz é justo e sábio. Porque esse é o caminho mais curto para nossa libertação. Se o Corão é a palavra verdadeira de Deus, se o Corão diz que Deus nunca comete injustiça, então cremos que não é correto cobrar a conta das injustiças existentes a Deus.
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– Dizem que não há mortes por fome; no entanto, em muitas partes do mundo, as pessoas estão morrendo de fome. Como você explica essa contradição?
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Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas