Como você interpreta a frase “Nenhuma causa é justa quando inocentes são mortos” no contexto da jihad?

Detalhes da Pergunta


– Mesmo que o objetivo seja espalhar o nome de Deus pela terra, atacar o exército de um país e, consequentemente, matar soldados inocentes, e tomar as esposas e filhas dos soldados mortos como escravas, isso é aceitável para a consciência?

Resposta

Caro irmão,

– Mesmo durante a jihad, que deve ser feita apenas por amor a Deus


“mulheres, crianças, pessoas ocupadas com atividades religiosas, reclusos, idosos, em resumo, todos os civis que não participaram da guerra”


matá-lo é proibido no Islã.


– No Islã, a jihad material não tem como objetivo a agressão, mas sim a defesa.

O fato de que a grande maioria das batalhas travadas no período de ouro do Islã terem ocorrido em Medina e seus arredores é uma prova clara disso.

Essa defesa às vezes foi direcionada a um ataque que já havia sido lançado, e às vezes visava repelir um ataque potencial baseado em informações de inteligência precisas.

Portanto, na religião islâmica

“ficou entediado”

Não há lugar para arbitrariedade, como atacar um país ou um exército. A religião islâmica não é responsável pelos erros e falhas de indivíduos.

Portanto,


Lutar contra um inimigo que está atacando ou se preparando para atacar é uma legítima defesa.


Os muçulmanos não são responsáveis por aqueles que são mortos durante essa legítima defesa. Porque aqueles que, intencionalmente ou não, declararam guerra, de fato ou implicitamente, ao Islã e aos muçulmanos, já não são inocentes.

Além disso, sem defesa, o Islã e os soldados e civis muçulmanos sofrerão grandes opressões e mortes. Assim como a legítima defesa é lícita, a defesa religiosa e patriótica também o é.



“Combata aqueles que vos combatem, na senda de Deus. Mas não vos excedais. Deus não ama os que cometem injustiça.”



(Al-Baqara, 2/190)


no versículo que diz:

“legítima defesa”


é ministrada a disciplina de estratégia.



“Que o rancor que vocês nutrem por uma comunidade, por ela os ter impedido de visitar a Mesquita Sagrada, não os leve à injustiça. Colaborai no bem e na piedade; não colaboreis no pecado e na inimizade. Temi a Allah. Certamente, o castigo de Allah é severo.”



(Al-Ma’idah, 5/2)

no versículo que diz: mesmo durante a guerra

A necessidade de os muçulmanos não agirem por vingança, mesmo contra um inimigo que os tenha oprimido anteriormente.

foi enfatizado.


– Quanto à questão da escravidão;

É útil resumir este assunto em alguns pontos:


1)

Quando o Islã surgiu, encontrou-se num mundo onde a escravidão era um sistema estabelecido. Como era um sistema vigente em todo o mundo, era impossível abolir-la de imediato. Por isso, o Islã transformou a condição de escravo, através de uma regulamentação muito diferente, aproximando-a o máximo possível da dignidade humana.

– A partir de agora, ninguém é escravo.

“Meu escravo!”

não vai chamar,

“Meu irmão!”

ou expressões semelhantes. Ninguém escraviza

“sem os ver como uma entidade separada e isolá-los.”

– A partir de agora, senhores.

“vestirá-os com as roupas que eles usam e alimentará-os com os alimentos que eles comem”

…não hesitarão em compartilhar o mesmo parlamento com eles…

– A primeira coisa que eles farão como expiação por um erro religioso

“Será libertar um escravo…”


2)

No direito islâmico, a escravidão geralmente se origina de prisioneiros de guerra. Além disso, aqueles nascidos de pais que já foram escravos também se tornam escravos, de acordo com sua linhagem. Como esse costume era uma tradição antiga e um status universalmente reconhecido, o Islã não pôde eliminá-lo de imediato.

– Mas, com uma regulamentação introduzida pelo Islã.

uma mãe escrava / concubina

não será mais vendido como escravo.

– Uma criança cuja mãe é livre, mesmo que o pai seja escravo, não será escravizada e viverá como um ser humano livre. Isso porque o status de livre ou escravo da criança depende do status de livre ou escrava/concubina da mãe.

(ver el-Mevsuatu’l-Fıkhıyetu’l-Kuveytiye, 3/301)


3)

Embora o Islã tenha introduzido muitas medidas que melhoraram a vida social em relação à escravidão, não conseguiu mudar o status de “bem/mercadoria” que era comum em todo o mundo e o princípio fundamental da escravidão.

– Por esse motivo, o Islã,

libertar os escravos

Ele adotou esse caminho, aconselhou seus seguidores a segui-lo, considerou a libertação de escravos como um grande ato de caridade e, na prática, o aplicou como uma forma de expiação por certos crimes.


4)

É importante lembrar que os muçulmanos

-Em nome da obtenção da aprovação de Deus-

aos escravos que libertaram por amor

-de acordo com as exigências de sua religião-

Ele/Ela tinha que ajudar.

Contudo, se os não-muçulmanos fossem forçados a libertar seus escravos contra sua vontade, eles não estenderiam a mão para ajudá-los. Porque, sob as condições em que se sentiam prejudicados por terem libertado escravos que abraçaram a liberdade contra sua vontade, eles começariam a percebê-los como inimigos. Nesse caso, surgiria um grupo de parasitas, pobres, desempregados e desamparados. Isso significaria uma grave consequência negativa em termos sociais, políticos, culturais e econômicos.


5)

Era impossível que a religião islâmica erradicasse completamente a escravidão, um fenômeno comum no mundo daquela época.

Antes de mais nada, não havia como isso ser aceito por países não muçulmanos.

Nesse caso, se o Islã tivesse proibido a escravidão, os não-muçulmanos, que eram um dos lados em conflito,

-já que não havia tal coisa como a escravização de seus próprios prisioneiros-

não iriam libertar os prisioneiros muçulmanos que haviam capturado. Perder tal vantagem, que possibilitava a troca mútua de prisioneiros, não era algo sensato, e tampouco algo que a religião islâmica aprovaria.


Com saudações e bênçãos…

O Islamismo em Perguntas e Respostas

Comentários


engenheiro eletricista

Obrigado pela resposta. Que Deus abençoe todos os editores, escritores e todos que contribuíram para a construção deste site.

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