Como responder aos sofistas, que ignoram o universo e a si mesmos?

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Resposta

Caro irmão,

(Scepticismo) significa ser membro de uma doutrina filosófica que nega tudo para não aceitar o Criador do universo, Deus, e que não chega a nenhuma conclusão positiva ou negativa, tendo como princípio permanecer sempre em dúvida.

Aqueles que pensam dessa forma são sofistas que se divertem com prazeres mundanos, poesia e literatura, sem reconhecer a verdade em nome da verdade e nem sequer consideram a possibilidade de pesquisá-la.

Como a opinião deles também nega tudo, eles também se enquadram nessa categoria.

Assim como para negar o mestre da estátua, é preciso reconhecer a estátua como obra de um mestre; para negar o escriba do livro, é preciso reconhecer o livro como obra de um escriba; para negar o pintor da pintura, é preciso reconhecer a pintura como obra de um pintor. Ou seja, é preciso conhecer essas coisas que existem.

Da mesma forma, para negar a existência de Deus, é necessário considerar como existente e necessário o universo, as coisas nele contidas e até mesmo os átomos, que são possivelmente existentes. Quem não consegue aceitar isso, tem que dizer que o universo existe. E quem diz isso, está preferindo a existência do possível à sua inexistência, ou seja, está tendo que aceitá-la.

Para negar a existência de Deus, é necessário atribuir e afirmar a eternidade à matéria. Pois, se algo não é eterno, é contingente (aconteceu posteriormente). E o que é contingente necessita de um criador. Se a eternidade da matéria não for aceita, será julgada como contingente e possível. Isso, por sua vez, levará à aceitação e confirmação de um criador, ou seja, de Deus.

É por causa desse mistério que os teólogos tentaram provar a existência de Deus, demonstrando que a matéria não é eterna.

Podemos entender melhor essa questão com o seguinte exemplo:

Suponhamos que pegamos uma caneta e escrevemos uma letra em um papel. Essa letra que escrevemos é um evento, ou seja, surgiu posteriormente. Ela não existia há alguns minutos, mas agora existe. Portanto, não é eterna, é um evento. Se a letra não existia há alguns minutos, então deve haver um criador (um agente que a criou) que a escreveu. Sem um criador, a letra não poderia existir.

Agora, se você quer negar a autoria do texto, você precisa fazer uma dessas duas coisas:

Porque, ao negar a letra, você também pode negar o escriba e dizer:

Foi o que fizeram os filósofos da escola sofista, que negaram a existência do universo, que é como uma letra, e admitiram que tudo, inclusive eles mesmos, eram apenas ilusões. Como negavam a existência do universo, não se preocupavam com a questão. Pois, segundo eles, o universo não existe, logo não precisa de um criador.

Se você não consegue fazer o que os Sofistas fizeram e negar a letra na página, resta apenas uma maneira de negar o mestre: Afirmar que, se não foi escrito e existe por si só desde a eternidade, então não há necessidade de um escriba.

Este universo é uma página. As coisas nele são como as letras escritas nessa página. Para negar a existência de Deus, o autor desta página, é necessário admitir que a página e as letras nela contidas não são criadas, mas eternas. Se não se pode atribuir eternidade às coisas, é forçoso admitir que são criadas. E, admitindo que são criadas, surge a pergunta: pois é impossível que algo criado exista sem um criador.

É por essa razão que os incrédulos foram forçados a atribuir eternidade à matéria. Ou seja, aqueles que não conseguem conceber a eternidade de Deus foram forçados a aceitar, de forma insensata, a eternidade da matéria.


Com saudações e bênçãos…

O Islamismo em Perguntas e Respostas

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