– Como suportar a injustiça que me foi feita? – Fiz uma maldição, mas ela não foi atendida; minha fé foi abalada… – Quero abandonar minhas práticas religiosas…
Caro irmão,
– Este mundo é um campo de prova, e as provas incluem tanto as leves quanto as pesadas. Nestas provas difíceis e calamitosas, as armadilhas do diabo são muitas. Não se deixe levar pelas suas sugestões…
-Que Deus nos proteja-
Perder a prova não apenas não alivia as dificuldades do mundo presente, mas também impõe dificuldades na vida após a morte. O prejuízo e o dano são inevitáveis, tanto neste mundo quanto no outro.
– Em um lugar onde existem injustiças e opressões desse tipo, a prova não se aplica apenas aos oprimidos, mas também, talvez até mais, aos opressores. O opressor perde a prova por ter opresso. O oprimido, contudo, se for paciente, sairá dessa prova com um grande lucro…
Quem dá, ganha a recompensa. Quem tem paciência para suportar as provações de Deus neste mundo efêmero, viverá feliz na vida eterna. Com a consciência da fé, verá que a felicidade futura na eternidade compensará com folga a infelicidade passageira do presente.
– Para que a prova seja justa, é necessário que todos tenham as mesmas oportunidades.
A igualdade de oportunidades, por outro lado,
é possível apenas se as pessoas usarem livremente seu livre-arbítrio. Se Deus agarrasse e impedisse cada pessoa que quisesse cometer assassinato, roubo ou injustiça, não haveria mais teste.
Portanto, atribuir a Deus a responsabilidade pelos males cometidos pelo homem por meio de seu livre-arbítrio, condição essencial para a prova, é um julgamento extremamente injusto. Além disso, chegar a tal conclusão por sugestão do diabo não tem nenhum benefício, nem solução para o problema, e o desrespeito a Deus será punido tanto neste mundo quanto no outro.
– Não nos esqueçamos de que, assim como às vezes o mal surge do bem, o bem surge do mal. Esperar os reflexos da infinita misericórdia de Deus com tal esperança é o caminho certo.
Este período de espera também é um processo de prova. Durante este processo, a pessoa pode encontrar a paz ao aceitar o destino justo de Deus, mesmo que manifeste indignação contra aqueles que a oprimem. Porque,
“Quem se conforma com o destino, se livra da tristeza.”
(Müsâvî, Feyzu’l-Kadîr 3/187)
O princípio profético, na forma de “seja pacífico”, nos promete essa paz. Fazer o contrário traz sofrimento sobre sofrimento.
É necessário confiar em Deus. Afastar-se de Deus por causa da injustiça de outrem, abandonar a fé, só alegra o diabo e o inimigo. É um prejuízo total para o próprio indivíduo. Como dizia Bediüzzaman Hazretleri, de forma concisa,
“Quem contesta o destino, bate a cabeça contra a parede e a quebra; quem acusa a misericórdia, fica privado dela.”
(ver Lem’alar, Segunda Lem’a)
– É preciso também olhar para as coisas com justiça. Por exemplo, a vítima pode desejar mal aos que a oprimiram e desejar que isso seja atendido imediatamente. No entanto, se Deus atendesse imediatamente as orações ou maldições feitas de acordo com os desejos e caprichos humanos, talvez o mundo estivesse agora em ruínas.
Há aqueles que desejam que o mundo se desmorone sobre a cabeça daqueles que os oprimem. Contudo, os atos de Deus são de sabedoria; para todos, seja opressor ou oprimido, há um tempo determinado. Antes que a morte chegue.
-porque nós queremos-
Deus não mata ninguém.
Mas sabemos que a opressão não dura para sempre. A punição por isso existe aqui e no além.
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– Diz-se que as calamidades são manifestações da ira de Deus. É possível dizer isso sobre todas as calamidades?
– As maiores tribulações têm atingido os profetas.
– É correto dizer “Este é o meu destino”, e se for, onde e como devemos usá-lo?
– De acordo com nossa religião, podemos dizer que a blasfêmia persiste, mas a opressão não. A Palestina geme sob o jugo do opressor há quase um século. Qual é a razão disso?
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas