Como podemos responder aos ateístas que usam o versículo 33 da Sura Al-Maida como um argumento contra o Islã?

Detalhes da Pergunta


– Eles alegam que há uma contradição, citando o versículo 33 da Sura Al-Maidah, que fala sobre a amputação de mãos e pés, e o caso em que os inimigos do nosso profeta foram libertados em troca de aprender a ler e escrever.

– Eles consideram a amputação de mãos e pés como algo bárbaro e citam países onde a verdadeira sharia não é praticada como exemplo, e afirmam que não é permitido que os inimigos se arrependam.

– Como podemos responder a essa situação?

Resposta

Caro irmão,

A tradução do versículo em questão é:


“Aqueles que declaram guerra a Deus e ao Seu Mensageiro,

(cometer atos de terrorismo, bloqueando estradas)

A punição para aqueles que se esforçam para corromper a terra é, sem dúvida, a morte, a crucificação, a amputação da mão direita e do pé esquerdo, ou o exílio do lugar onde estão. Essa é a humilhação deles neste mundo. E no além-mundo, terão um castigo ainda mais terrível.”


(Al-Maidah, 5/33)


Identificação dos Criminosos

– Contido neste versículo e

“Aqueles que declaram guerra a Allah e ao Seu Mensageiro”

Existem três opiniões sobre quem são os criminosos chamados de:


a)

De acordo com Mucahid, estes são

adúltero

Eden, homem

que mata

e

roubo

são os que fazem.


b)

De acordo com Imam Shafi’i, Imam Malik e Evzai, esses são aqueles que assaltam estradas e cometem roubos em cidades e outros lugares.


c)

De acordo com Imam Azam e Ata el-Horasani, estes são apenas bandidos que bloqueiam o caminho.

(Maverdi, interpretação do versículo em questão)

– De acordo com Fahruddin Razi, as pessoas mencionadas neste versículo são

-não é infiel/apóstata-

São pessoas muçulmanas que bloqueiam a estrada. Essa opinião é compartilhada pela grande maioria dos estudiosos islâmicos.

(Razi, local relevante)


– Existem também diferentes interpretações sobre a forma de punição a ser aplicada a estes:


a)

De acordo com estudiosos como Said b. Müseyyeb, Mujahid e Ata, o versículo menciona e

“serem mortos, enforcados, ou terem a mão direita e o pé esquerdo cortados, ou serem expulsos do lugar onde se encontravam”

uma das penalidades listadas como

– de acordo com o que for mais conveniente –

A escolha depende da iniciativa do imã/chefe de estado.


b)

De acordo com estudiosos como Ibn Abbas, Hasan al-Basri, Qatada e Suddi, essas punições são aplicadas de acordo com a natureza do crime cometido e a ordem dos versículos. Ou seja, quem mata injustamente é morto; quem mata e rouba (através de assalto) é enforcado; quem apenas rouba (através de assalto) tem as mãos e os pés cortados em cruz. Quem não mata ninguém, não rouba nada, mas apenas assusta as pessoas com assaltos, é exilado. Essa opinião é a da grande maioria dos estudiosos, começando por Ibn Abbas, e também é a opinião da escola de pensamento Shafi’i.

(ver Maverdí, Razi, comentário sobre o versículo em questão)


Arrependimento no Islã:


– “Que o arrependimento não é permitido na lei islâmica”

A afirmação de que é assim não é verdadeira. A maior prova disso é o versículo seguinte, que fala sobre arrependimento.


“Mas antes que vocês os capturem”

aqueles que se arrependem primeiro,

está fora desta sentença. Saibam que Allah é perdoador, misericordioso/muito indulgente, muito compassivo.”


(Al-Maida, 5/34)

é o versículo que diz o seguinte.

De acordo com a lei islâmica, o arrependimento varia dependendo da situação do pecador. A seguir, apresentamos quatro interpretações que consideramos importantes:


a)

Uma pessoa não muçulmana, por ter feito todas essas coisas mencionadas no versículo…

-Ao se tornar muçulmano(a)-

Se ele se arrepender, a punição não será aplicada. No entanto, se quem cometeu esse crime for muçulmano, a punição prescrita pela lei islâmica não é anulada por seu arrependimento. Essa é a opinião de estudiosos como Ibn Abbas, Hasan al-Basri, Mujahid e Qatada.


b)

Embora os autores deste crime sejam muçulmanos, se

-antes de ser capturado e preso-

Se o imã/chefe de estado conceder perdão/amnistia, essas punições não serão aplicadas. No entanto, se o chefe de estado conceder perdão/amnistia e não perdoar, o arrependimento não impede a aplicação da punição. Essa opinião é atribuída a Ali e a Shabi.


c) De acordo com Imam Shafi’i,

Se aqueles que cometem crimes se arrependem antes de serem pegos e presos, esse arrependimento pode resultar na redução da punição em relação aos atos contra os direitos de Deus. No entanto, as punições por atos contra os direitos dos homens não são reduzidas.


d)


De acordo com Imam Malik,

Se os que cometem crimes se arrependerem antes de serem pegos e presos, esse arrependimento anula todas as punições, tanto as relacionadas a Deus quanto as relacionadas aos homens, exceto no caso de derramamento de sangue.

(ver Maverdi, agy)


Interpretação deste versículo no contexto da relação Crime-Pena:


– “A pena é proporcional à natureza do crime cometido.”

Existe uma regra científica que diz: A necessidade de a punição ser proporcional à infração é para preservar a característica de dissuasão, que é o objetivo principal da punição. Se observarmos as punições no versículo de acordo com essas normas jurídicas universais, podemos dizer o seguinte:

– Na lei islâmica, a pena por homicídio é a morte.


“Ó vós que possuís a razão! Na vingança está a vida para vós. Que assim seja!”

(graças à lei de vingança, como matar alguém injustamente)

você estará protegido de cometer crimes.”


(Al-Baqara, 2/179)

no versículo que diz:

“a lei da vingança”

A sabedoria da dissuasão foi destacada.


a)

A pena para o homicídio intencional (amden) é a morte. Na lei islâmica, é natural que a pena de morte seja aplicada ao homicídio cometido em conjunto com o ato de assalto à estrada.


b)

Na lei islâmica,

-sob as condições especificadas-

A pena por roubo é a amputação da mão. É evidente que a amputação da mão terá muito maior importância em um caso de assalto que acompanha o crime de assalto à mão armada. Porque, roubo…

“com medo”

é subtrair algo de forma clandestina. No caso de assalto,

“sem medo e sem intimidação”

é tomar a propriedade de outra pessoa por força. Como o crime de assaltar e roubar é um ato de duas faces, a punição de quem comete esse crime também deve ser de dois lados.

(cruzamento)

ser

“relação crime-pena”

é um governante muito bom e justo em todos os aspectos.


c)

Se alguém, ao assaltar uma estrada, matar alguém e roubar seus bens, a pena, sem dúvida, é a morte por enforcamento.

A pena de morte,

De acordo com a lei do talão.

Apropriação indevida de bens

A punição é, portanto, ficar pendurado na forca por um tempo. Porque, aqueles que estão ansiosos para cometer esses dois crimes hediondos, verão como aqueles que cometeram esses crimes estão pendurados na forca, e uma ação adequada à natureza dissuasória da punição será garantida.


d)

Se, durante essa interrupção de via, nenhum outro crime for cometido, e se o objetivo for apenas intimidar as pessoas, nesse caso, a lei islâmica prevê apenas o exílio como punição para esse ato, atenuando a pena.

(cf. Razi, comentário sobre o versículo em questão)

Em resumo, não há nenhuma contradição no versículo.


Com saudações e bênçãos…

O Islamismo em Perguntas e Respostas

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