Caro irmão,
A atenção das pessoas,
A doença de se deixar levar pelo amor, aplauso e aprovação dos homens, desviando-se do propósito da sua vinda ao mundo, é a negligência de esperar ajuda de outro ser humano tão miserável quanto si mesmo. A atenção dos homens é o convite à hipocrisia, o maior obstáculo no caminho para a graça divina.
Riya,
vem da visão:
Buscar reconhecimento por boas ações, ostentar, fazer gestos artificiais para agradar aos outros.
Imagine as pessoas que virão daqui a um século. Esses hóspedes do mundo, que ainda se encontram nas trevas da inexistência e cuja identidade desconhecemos, receberão, como graça divina, a bênção da vida e pisarão a Terra no momento determinado pelo destino. Durante nove meses, em seu primeiro destino, o útero materno, receberão educação e serão equipados com tudo o que precisam para usufruir da melhor maneira das infinitas bênçãos e dádivas deste universo. Então, pisarão a terra nos braços de suas mães, bebendo com fartura o leite doce e amoroso de seus seios.
Então, eles crescerão, tornar-se-ão jovens. Conseguirão um emprego, integrar-se-ão à vida social. E a grande maioria deles, perdendo-se na multidão, esquecerá de si mesmos; nem sequer se lembrará de que são servos, de que são hóspedes, de que são viajantes. Além disso, ansiarão por conquistar o amor de outras pessoas, criadas em outros seios e tão frágeis e perecíveis quanto eles. Tornar-se-ão prisioneiros da sociedade, preferindo o reproche dos outros ao pecado, a aprovação dos outros à graça divina. Não pensarão nas etapas da jornada após o túmulo. Nem sequer se lembrarão do mundo da sepultura, onde cada um sofre suas próprias dores, do campo de reunião onde ninguém poderá olhar para trás, e do dia do julgamento, onde ninguém poderá interceder sem a permissão de Deus…
É diante dessas multidões que se esquecem de si mesmas e correm em direção ao reino de tormento da morada eterna que surgem os profetas, os sábios, os místicos, que lhes explicam que estão no caminho errado e tentam guiá-los para a iluminação.
Aquele que tem o poder da lei da vida, nos trouxe a este mundo, e com a lei da morte, nos levará para o outro mundo.
Qual o proveito que podemos tirar de entreter os passageiros nesta curta jornada pelo mundo, de ganhar a aprovação deles?!..
Todos nós deixaremos este mundo em sua vez, e aqueles que ficarem para trás nos esquecerão em breve. Que lições de vida poderíamos aprender se pudéssemos olhar para a história com esse ponto de vista! Onde estão aqueles que foram aplaudidos há um século e aqueles que os aplaudiram? Onde estão aqueles governantes e os poetas que escreveram poemas e derramaram louvores sobre eles? Onde estão os grandes ricos e os pobres que dependiam deles?
Daqui a um século, nós também seremos passado, e a próxima geração fará as mesmas perguntas às pessoas de sua época. E então, um dia, como toda alma, o mundo também experimentará a morte. Depois, o dia do juízo final e da prestação de contas. Naquele terrível lugar onde ninguém poderá sequer olhar para o rosto de seu ente querido, de quem se espera ajuda? É preciso buscar refúgio em Seu santuário hoje, e esforçar-se para ganhar Sua aprovação.
No entanto,
“Amar por amor de Deus”
como,
“Ser amado por Deus”
é lícito e bom. Desejamos que os servos crentes de Deus nos amem, que Seus servos escolhidos nos sejam amigáveis. Este desejo não tem nada a ver com a hipocrisia ou a busca de aprovação humana.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas