Caro irmão,
– De acordo com as condições da época, alguns dos que se tornaram muçulmanos eram ricos e outros eram pobres.
– Se essa objeção se refere a relatos de que os Companheiros estavam deficientes em comida, bebida e armas em algumas batalhas, então quem acredita nesses relatos também deve acreditar que eles venceram. Acreditar em parte das afirmações contidas no mesmo relato e não acreditar em outras não é um método científico, mas sim algo arbitrário.
– Além disso, não apenas nesses relatos, mas no próprio Alcorão, que é um milagre em quarenta aspectos, algumas vitórias são mencionadas e suas causas explicadas. Por exemplo:
Enfatiza-se a pouca quantidade e a fraqueza dos muçulmanos na vitória de Badr, e destaca-se que Deus estava por trás de sua vitória.
Preste atenção aos seguintes pontos contidos neste versículo:
A frase acima significa que, antes mesmo da batalha começar, Deus prometeu que um dos dois grupos venceria.
A frase “Naquela ocasião, vocês estavam pedindo ajuda ao seu Senhor, e Ele aceitou a sua oração, dizendo: ‘Eu os ajudarei com mil anjos que virão um após o outro'”, também indica claramente que os anjos foram enviados para ajudar os crentes.
Na tradução, a ênfase é dada ao fato de que a vitória está exclusivamente nas mãos de Deus.
No versículo que se segue, também se relata que, apesar de os crentes estarem em uma situação precária em termos de poder material na batalha de Badr, Deus lhes concedeu a vitória.
Na batalha de Uhud, embora os muçulmanos fossem menos numerosos, participaram da batalha conscientemente e, portanto, estavam melhor equipados em termos de armas e munições do que na batalha de Badr. Apesar disso, inicialmente prevaleceram, mas depois foram derrotados. E a razão para isso, como claramente declarado no Alcorão, não foi fome ou qualquer outro fator, mas sim devido a alguns indivíduos que desobedeceram às ordens do Profeta (que a paz esteja com ele).
O versículo em questão contém explicações sobre a dimensão sociológica e psicológica da derrota sofrida pelos muçulmanos na batalha de Uhud.
O versículo em questão destaca os erros cometidos por alguns.
Na Batalha do Fossa, os muçulmanos foram forçados a cavar fossos dentro de Medina para se defenderem contra um exército combinado de tribos, que era bastante forte.
Mas, depois de testar os crentes por cerca de um mês, Deus os castigou com uma tempestade violenta, derrotando e desmoralizando aqueles exércitos arrogantes. Os incrédulos, perplexos com o que acontecia, tiveram que fugir, abandonando muitas armas e outros suprimentos logísticos. Como consta em hadiths autênticos e fontes históricas, o Corão descreve de forma concisa esses momentos críticos vividos pelos muçulmanos e a vitória final:
Na batalha de Hunayn, os muçulmanos estavam em uma posição de grande força, tanto em número quanto em armas e apoio logístico. No entanto, nem o número, nem as armas, nem os alimentos lhes trouxeram vantagem. Por um momento de negligência, confiando em sua própria força, Deus lhes deu uma lição inesquecível.
Nos primeiros minutos da batalha, eles ficaram atônitos diante da aparição repentina do inimigo e das flechas que lançaram. No entanto, Deus perdoou seus erros e os conduziu à vitória. Este assunto também está registrado em fontes confiáveis de hadiths, história e biografias. No Alcorão, por sua vez, um ponto crucial do evento é enfatizado em uma expressão muito concisa:
– Todas essas explicações nos mostram que a vitória dos muçulmanos se deve à ajuda de Deus. E suas derrotas também são por vontade de Deus. Este princípio não se aplica apenas à era de ouro do Islã, mas é uma regra válida para todos os tempos. Por exemplo, as vitórias e derrotas do Califado Omíada, do Califado Abássida e do Império Otomano não fogem a essa regra. Nem a fartura de comida nas vitórias, nem a fome nas derrotas, têm qualquer influência…
Somente os crentes que conseguem pensar dentro dos princípios do Alcorão e da Sunna podem compreender plenamente a verdadeira sabedoria dessas coisas.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas