Caro irmão,
Embora os muçulmanos que emigraram para a Etiópia tivessem escapado das perseguições e insultos dos politeístas e tivessem a oportunidade de cumprir seus deveres religiosos com facilidade, eles viviam uma vida de exílio, longe da terra natal onde nasceram e cresceram. Essa situação os entristecia.
Pouco tempo depois, cerca de três meses após a migração da última caravana, receberam notícias de que alguns dos líderes de Quraysh haviam se convertido ao Islã. A conversão dos líderes significava a rendição total dos politeístas ao Islã.
Diante dessas notícias, um grupo de 39 pessoas, seis das quais mulheres, partiu para retornar à sua terra natal, pensando que Meca já não era mais um lugar de sofrimento e humilhação para eles. No entanto, ao se aproximarem de Meca, descobriram que a notícia era falsa. Mas, infelizmente, voltar era muito difícil.
Para entrar em Meca, precisavam ou se abrigar sob a proteção de parentes e amigos politeístas, ou permanecer invisíveis. Tentarem entrar na cidade livremente seria entregá-los às mãos implacáveis do inimigo. Por esse motivo, alguns preferiram abrigar-se, mesmo que temporariamente, sob a proteção de parentes e amigos politeístas. Outros, porém, entraram na cidade secretamente, sem necessidade de proteção.
Por outro lado, alguns retornaram à Etiópia. Ficaram lá até a migração dos muçulmanos para Medina. Alguns deles se juntaram aos muçulmanos em Medina logo após a migração, enquanto outros permaneceram na Etiópia por muito tempo.
Os que se estabeleceram em Meca não a deixaram até a migração para Medina. Com fé inabalável, resistiram com firmeza à luta entre a fé e a incredulidade, enfrentando com coragem todos os tipos de sofrimento e tortura infligidos pelos politeístas.1
1. Ibn Hişam, Sīra: 2/3; Ibn Sa’d, Tabakāt: 1/207.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas
